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      Zizinho, o Mestre Ziza

      Texto por Carlos Ramos
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      "Era, ao mesmo tempo, o pianista e o carregador do piano". A descrição do jornalista Armando Nogueira define bem Zizinho: um craque de suor, mas também (e talvez principalmente) de arte. Era o Mestre Ziza.

      Por muitos anos, Zizinho foi descrito como o principal jogador da história do Flamengo, e talvez só Zico o venha a superar. Isso porque o meia, nascido e criado em São Gonçalo, era um rei com a camisa rubro-negra (e o foi também vestindo outros uniformes ao longo da carreira). 

      Zizinho nasceu em 14 de setembro de 1921, e recebeu o nome de seu pai, Thomaz. No apelido, virou Zizinho, começando pelo Z adorado por sua mãe, Eurídice, que colocou o nome das filhas de Zilda e Zélia. 

      Zizinho perdeu o pai cedo e se mudou para Niterói. Deu os primeiros chutes no Carioca, clube fundado pelo próprio pai. De Niterói para o Rio de Janeiro, não demorou muito. 

      Após experiências que não deram certo com América e São Cristóvão, Zizinho parou na Gávea. Foi treinar no time de Leônidas da Silva e Domingos da Guia, impressionou o técnico Flávio Costa e estreou no time ainda em 1939, ano em que o Fla conquistou o Carioca. 

      A carreira de Zizinho cresceu rapidamente. Logo já estava com Flávio  Costa e Leônidas na seleção carioca campeã brasileira; logo também estaria na seleção brasileira. 

      Zizinho encantava a todos por ser um meia completo. Segundo quem o viu, ele tinha o drible, o passe, o chute, a bola parada. Ele rompia a defesa inimiga com e sem a bola. Fazia e criava os gols. E de todas as formas. 

      Com certeza por isso tudo, foi idolatrado na Gávea. Quando o time perdeu Leônidas para o São Paulo, Zizinho assumiu o protagonismo e o Fla acabou tricampeão carioca. 

      O título na seleção, porém, demorou mais um pouco. Zizinho jogou os Sul-Americanos de 1942, 1945, 1946... Em 1946, o meia, já artilheiro, chegou a marcar quatro gols contra o Chile, mas a Argentina terminara campeã. 

      Até que em 1949, enfim, veio o alívio. O Brasil recebeu o Sul-Americano daquele ano, e Zizinho brilhou com cinco gols em sete jogos. No último, goleada sobre o Paraguaio, em São Januário, e o primeiro, e único, título do meia com a seleção. 

      A Copa de 1950 e a ida para o Bangu

      Zizinho chegou na Copa de 1950 em alta. E aquele ano foi de suma importância para o jogador, não só pelo Mundial: Zizinho deixou o Flamengo para jogar no Bangu por 800 mil cruzeiros, valores recordes para a época. 

      Antes de estrear pelo clube da Zona Norte, o meia jogou a Copa de 1950, o Mundial que era para ser o da sua glória. As exibições de Zizinho na Copa no Brasil foram à altura de seu futebol genial. 

      De fora dos dois primeiros jogos por lesão, Zizinho estreou contra a Iugoslávia e teve uma de suas melhores atuações na carreira, marcando uma vez e dando uma assistência. 

      Zizinho voltou a ter grandes exibições nas goleadas sobre Suécia e Espanha, marcando contra os espanhóis em um Maracanã que gritava "olé". Mas no último jogo, o decisivo... Zizinho até jogou bem, mas o Brasil acabou derrotado pelo Uruguai, de Alcides Ghiggia, e deixou o Maracanã em clima de velório. O rei ficou sem sua coroa... 

      Depois da Copa, Zizinho estreou pelo Bangu, e teve grandes atuações em Moça Bonita. Deixou o clube sempre entre os melhores do Rio, mas nunca conseguiu conquistar novamente o Campeonato Carioca. 

      Pela seleção brasileira, chegou a ficar afastado, mas ainda disputou mais dois Sul-Americanos, torneio que depois virou Copa América. E Zizinho é, até hoje, o maior artilheiro da história da competição, com 17 gols somados, sendo o segundo com mais jogos (33). 

      Ainda teve grandes atuações com a camisa do São Paulo, nos últimos anos da carreira. Passou pelo Uberaba e encerrou a carreira como jogador e treinador no Audax Italiano do Chile, em 1962, ano em que a seleção brasileira conquistou a Copa lá no Chile, e com Zizinho só como espectador.

      Não faltaram dribles e nem gols na carreira de Zizinho. Faltaram títulos. Mas uma pena para os títulos. Porque Zizinho foi genial. Era, afinal, o carregador de piano e o pianista, como diria Armando Nogueira... 

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      Zizinho (BRA)
      Zizinho (BRA)

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