Gum pode ter feito contra o América Mineiro seu último jogo pelo Fluminense, e não por vontade própria. O zagueiro revelou ter aceitado reduzir seu salário em mais de 50% e mesmo assim não encontrou uma diretoria disposta a o bancar no clube.
O entrave para o acerto ficou por conta do tempo de contrato. Gum nunca escondeu seu carinho pelo Fluminense e gostaria de comprometer seu futuro a longo prazo no clube. Assim, abriria mão de um salário maior, mas com a certeza de que estaria seguro nas Laranjeiras. A diretoria tricolor não aceitou o pedido do zagueiro, que explicou tudo após a vitória sobre o América.
"Até antes do jogo do Nacional (pela Sul-Americana) , no Engenhão, estávamos conversando sobre renovação de contrato. Não houve bom-senso em questão de tempo de contrato, e não de valores. Eu ia baixar o meu salário em mais de 50% para ficar no Fluminense, por amor ao Fluminense. Mas não houve acordo no tempo de contrato", lamentou Gum.
"Eu sei a história, o caráter, de muitas vezes jogar machucado e coisas que o torcedor não sabe. Estou em paz e feliz. Eu sou muito grato ao Fluminense, que me deu muito mais que eu retribui para ele. Não sei (se vou embora). A partir daquele momento em que não houve solução, eu pedi para pararmos de conversar sobre renovação. Eu pedi porque isso começou a me atrapalhar. Pelo amor que tenho ao clube, pela gratidão... Por questão de tempo de contrato, e não de valores...", completou o zagueiro, emocionado.
"Pode ter sido o meu último jogo. Eu não sei", confessou, sem descartar a renovação.
"Estou há mais de nove anos neste clube e já tive propostas para ir embora. Não fui por amor a esse clube e por ter prazer de estar aqui. Minha esposa perguntava se eu queria ir embora eu eu respondia que não. Sempre foi feita minha vontade, agora não vai ser mais. Vai ser feita a vontade dela e dos meus filhos", explicou.
"Fiz 32 anos, quase 10 de Fluminense. Ou eu vou embora agora ou não vou mais. Essa é a questão", finalizou.
Gum foi contratado em 2009 pelo Fluminense e ajudou o clube na reação milagrosa contra o rebaixamento em 2009. Esqueceu o momento difícil rapidamente, sagrando-se campeão brasileiro em 2010, título reconquistado pelo clube dois anos depois. O zagueiro construiu uma relação de amor e ódio com o torcedor. Ganhou o apelido de "Guerreiro Tricolor" e foi tratado como ídolo e símbolo de raça e amor pelo clube, mas ao mesmo tempo conviveu com críticas pesadas em momentos mais difíceis do Flu, principalmente depois do fim da parceria com a Unimed.
Pelo Fluminense, Gum disputou 407 jogos, com 28 gols marcados. O capitão tricolor já marcou seu nome na história do clube, em uma relação que pode ter terminado neste domingo, contra o América.