O técnico Paulo Bonamigo participou da campanha que recolocou o Fortaleza na Série B do Brasileiro, em 2017. O treinador, inclusive, fez parte da montagem do elenco campeão, e escolheu o perfil dos jogadores. Em conversa com a reportagem de oGol, Bonamigo recorda a pressão que existia no clube para o acesso.
"Eu voltei em 2017 para o Fortaleza. Assumi o Fortaleza em abril. O Fortaleza tinha vindo de uma reconstrução com o Hemerson Maria. O clube como o Fortaleza que tem uma nação como torcida, uma exigência enorme. O clube que fazia a melhor campanha na fase classificatória mas, quando ia para o mata-mata, perdiam e não iam para a Série B", começou a relembrar.
O técnico confessa que, ao chegar, ouviu da diretoria que tudo ia mudar. Pediu calma para os diretores, e realizou "uma reestruturação de forma moderada". Mexeu, entretanto, no perfil dos atletas que defendiam o clube. E deu certo...
"Trouxemos peças com características de Série C. Eu estudei os anos anteriores e o Fortaleza, tecnicamente, era acima de todos os outros, mas perdia na pegada. Série C é velocidade, marcação, aquela correria do Norte, Nordeste. E fizemos um time para a Série C que falam até hoje que foi o pior que foi montado lá, mas subiu. Mas eu tentei colocar o seguinte: 'a gente vai tentar jogar, se impor. Mas vamos fazer o seguinte: não vamos perder na pegada para esses caras'", conta.
Bonamigo comandou o Leão em 15 das 18 rodadas da fase de grupos daquela Série C. Em seguida, Zago levou o time no mata-mata, em campanha que culminou no acesso. Hoje, o Leão está na Série A. Bonamigo pede a "divisão de faixa", lembrando ainda de seu antecessor, Hemerson Maria.
"Teve muita mão do Hemerson Maria na construção do time. Faixa a gente tem que dividir: o Felipão, agora, foi fantástico, mas tem que dar mérito ao Roger, que montou o time. E eles lá dentro são muito gratos. A gente colocou uma identidade naquele grupo".