Marcelo Carné era destaque na base do Flamengo mas, como muitos goleiros formados no clube, não conseguiu muitas chances no time profissional. Hoje no Juventude, o atleta relembra a concorrência na Gávea, que hoje domina o futebol gaúcho.
Em conversa com a reportagem de oGol, Carné recordou o início no clube, com boas atuações nas categorias de base, mas muita concorrência no profissional.
"Na época de base, fui muitas vezes para a seleção. Então tinha uma situação até confortável. Mas a transição no meu momento foi complicada, porque tinha goleiros firmados. Tinha o Bruno, o Paulo Victor, Marcelo Lomba. Era uma geração de goleiros muito qualificados. Apesar de não ter tido a oportunidade de jogar, levo esse aprendizado para a carreira", conta.
Hoje, três dos quatro goleiros que disputavam posição na Gávea há uma década atrás são destaque no futebol gaúcho. Além de Carné no Juventude, Paulo Victor é goleiro do Grêmio e Lomba do Internacional.
"É até uma situação engraçada, porque nunca imaginaríamos que estaríamos no mesmo Estado. Era praticamente o elenco de goleiros do Flamengo, além do Bruno. O Paulo é meu amigo, o Marcelo é um cara que respeito, admiro desde garoto. Tenho os dois como referência. São grandes goleiros, que aprendi muito com a convivência. Fico feliz em trabalhar perto dessas referências", disse Carné.
Marcelo Carné jogou emprestado pelo Flamengo em Boavista e Duque de Caxias. Em Minas, acabou sofrendo uma infecção no joelho quando defendia a Tombense, e acabou afastado dos gramados por um tempo.
Em 2019, chegou no Juventude e conseguiu se firmar no time. Titular em 18 partidas no ano, Carné guarda duas em especial: as que ajudou o Juventude a eliminar o Botafogo na Copa do Brasil.
"Para mim , foi um momento bem especial. Tinha alguns anos que meu irmão não me via no estádio. E era aniversário dele. Primeiro jogo da minha afilhada também. Então foi um jogo bem especial. Pude fazer um bom trabalho e ajudar o time a vir ao Jacone com possibilidade de classificação, e fizemos aqui um grande jogo. Foi importante para me dar visibilidade e financeiramente boa para o clube. O planejamento era chegar até a segunda fase da Copa do Brasil, e chegamos até a quarta. Foi muito importante para o clube e para mim", garante.
Além de estar ainda vivo na Copa do Brasil (empatou o jogo da ida contra o Vila Nova pela quarta fase), o Juventude disputará a Série C do Brasileiro. Carné vê chance de acesso.
"Acredito que chegamos em um bom momento. O Marquinhos Santos está conseguindo dar a equipe a cara dele. Trouxemos reforços importantes, como Rafael Bastos, João Paulo, o Omar também, goleiro. Conseguimos encorpar o grupo, porque no Gaúcho nosso grupo era muito jovem. Estamos crescendo. A Série C é um campeonato duro, o cara que classifica fica muito próximo de quem briga para o rebaixamento. Então temos de ficar atento. Usar bem o fator casa, manter a forma como estamos, jogando bem fora de casa, para buscar a classificação e o acesso. A diretoria sempre passou para a gente que o maior objetivo é voltar para a Série B, e acredito que temos condições, um grupo que pode dar conta".