Judson é aquele tipo de jogador que não é craque, mas todo mundo quer (e precisa) ter no time. Se garante com a bola, faz o jogo fluir, mas sem ela não deixa nada (e nem ninguém) passar. Assim, conquistou a torcida do Avaí, e ajudou a recolocar o time na Série A. Mas no ano de Série A, Judson pegou o avião e foi aos Estados Unidos. Hoje, é destaque no San Jose Earthquakes, sendo a pedra no sapado dos craques na MLS.
A reportagem de oGol bateu um papo com o atleta, que comentou a saída do Leão, em pleno ano de retorno para a primeira divisão, e os desafios que vive nos Estados Unidos. Dentre eles, marcar grandes craques, o último deles Zlatan Ibrahimovic (e o San Jose venceu por 3 a 0, com o brasileiro comendo o sueco com arroz e feijão).
"O jogo contra o time do Ibra foi marcante porque o Ibrahimovic sempre foi um cara que só jogou em grandes clubes, conquistou grandes coisas. É um sonho jogar contra o cara e só agradeço a Deus pela oportunidade", contou.
Confira a entrevista na íntegra:
oGol: Como foi a decisão de deixar o Avaí para jogar a MLS?
Judson: Foi uma decisão um pouco difícil, na verdade, mas tomada em conjunto entre eu, minha esposa, meus pais e empresários. A gente sabia que eu vinha de um bom ano, um acesso no Avaí, só que a gente queria um novo desafio e aceitou vir para cá. Tivemos reunião com o diretor do clube, que foi até Goiânia conversar. Me trouxe para conhecer o clube, assinar contrato. Foi difícil, tive de sair da minha zona de conforto, mas está sendo bastante positivo. De experiência, de conviver, de morar fora. Tem ajudado não só a mim, mas as minhas filhas, minhas esposas. Estamos vivendo em um país de primeiro mundo, em um clube que me dá totais condições de evoluir, com ótimos companheiros e staff muito bom. A gente espera poder crescer ainda mais.
E a adaptação aos EUA e teu início aí, foram tranquilos?
Foi muito difícil o início do campeonato, os primeiros quatro jogos... A gente não conseguiu ter resultados positivos e isso incomodou muito o grupo, a comissão. No último jogo que tinha sido titular, que foi contra o LA FC, a gente perdeu em casa de 5 a 0. Eu fiz uma partida muito abaixo do normal e acabei saindo no intervalo machucado, tive lesão na coxa. Depois, perdia a posição. Só que, graças a Deus, o time encaixou, a gente teve uma grande evolução e agora voltei a ser titular, porque o Godoy machucou. A gente vem em uma crescente, mantendo o que passamos a fazer a partir da oitava rodada e estamos na zona de classificação dos playoffs.
Você se destacou bastante no Avaí pelos desarmes, e na MLS não vem sendo diferente...
Tem bastante coisa que influencia ao meu favor. A forma tática que jogamos. O que o professor Matías (Almeyda) propôs desde que chegou no clube ajuda muito. E a comunicação com os meus companheiros, por mais que seja um pouco complicado pelo idioma, que não falo quase nada do inglês, a gente vai se comunicando da maneira que dá. Tenho conseguido uma média de desarmes por jogo. A gente fica feliz e trabalha ainda mais para evoluir a cada partida.
Você já enfrentou muito jogador renomado por aí... Quais foram os mais difíceis?
Já enfrentei aqui na MLS vários jogadores de muita qualidade. Cada jogo que a gente fez tinha um cara diferente. Fico com dois: Quintero, do Minnesota, e o Lodeiro, do Seattle. Foram os dois mais difíceis de marcar. Correm muito dentro de campo, tem boa finalização...
Recentemente teve a vitória sobre o Galaxy, um baita 3 a 0...
O jogo contra o time do Ibra foi marcante porque o Ibrahimovic sempre foi um cara que só jogou em grandes clubes, conquistou grandes coisas. É um sonho jogar contra o cara e só agradeço a Deus pela oportunidade.