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      Motivos do fim de ciclo

      Tiago Nunes: a saída do Athletico, o ódio da torcida e o acordo que não há no Corinthians

      2019/11/06 11:25
      E1

      O técnico Tiago Nunes concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (06) para comentar sua saída do Athletico Paranaense e, também, a possibilidade de assumir o Corinthians. O treinador não fugiu das perguntas, se mostrou grato ao tempo que passou no Rubro-Negro e negou qualquer acordo com os paulistanos. 

      "Quero agradecer ao grupo de atletas. Eles foram sensacionais no tempo que estive no clube, não só no profissional. Principalmente pelo apoio que me deram por realizar um sonho de um cara que já tinha dirigido 21 clubes anteriormente, muitos deles menores, para dirigir uma equipe de Série A. Mudou o meu patamar", começou por dizer Tiago, antes de explicar o motivo da saída. 

      "Foram dois anos e meio de convivência. Da maneira que o treinador é exigido aqui. Sair da formação, conquistar e marcar o nome na história do clube... Me senti como completando um ciclo. A não permanência para 2020 passa por isso: pela busca de novos desafios, pela busca de conseguir me provar. Eu sou um competidor, então eu busco sempre desafios. Nunca busquei a zona de conforto: busco sempre o desafio, a melhora contínua. E penso nessa melhora contínua pela busca de desafios. Olhando o clube com conquistas, no G6, já com as conquistas que tivemos... Me senti muito à vontade para comunicar ao presidente Petraglia que não ficaria para 2020. Me coloquei à disposição para fazer o processo de transição, mas ele não aceitou", explicou.

      Sobre a proposta do Corinthians, Tiago Nunes garantiu que ainda não analisou. O treinador garantiu ter recebido nos últimos meses quatro propostas de clubes brasileiros, mas, por enquanto, não há acerto com nenhuma equipe. 

      "Não chegou proposta alguma do Corinthians para mim. Todas as especulações, contatos, chegaram diretamente ao meu agente, o Luiz Paulo. Até por pedido meu, sempre evitei. Não conversei com nenhum dirigente do Corinthians, nenhum representante do Corinthians ou de clube algum", explicou. 

      Ao longo da entrevista, Tiago Nunes deixou claro por diversas vezes que não assinou nada e nem tem reunião alguma marcada com o Corinthians. A única certeza é que o treinador não trabalhará mais em 2019. "Não irei trabalhar em nenhum clube em 2019".

      Confira mais respostas de Tiago Nunes: 

      Quais foram os fatores que te levaram a deixar o Athletico? 

      Sinto que, nesse momento, se encerra um ciclo. O papel de um treinador no Athletico é um papel que você se envolve em todo processo de formação, de mercado. é uma intensidade de trabalho muito alta e gera divergências. O Athletico passa por mudança de gestão. Concordo com algumas coisas, discordo de outras. Pensando que essas discordâncias pudessem aumentar, poderia não iniciar 2020 com meu maior foco. Em respeito ao clube, pedi meu desligamento para 2020 para evitar que pudesse ter qualquer tipo de ônus ao clube. 

      Como você recebe as manifestações negativas de alguns torcedores?

      Eu entendo a insatisfação dos torcedores. Cheguei em um momento que o time estava muito carente por resultados. A gente criou um enlace tão forte que se misturou. Essas atitudes passionais, até mesmo de ódio, acho que são naturais pelo momento. Se a gente tivesse conduzido esse processo até o final do ano, com o clube entendendo mais as minhas razões, nós poderíamos ter tido um fim de ciclo mais equilibrado, na minha opinião. Não tem ferida que o tempo não cure. O que a gente passou aqui, nunca vai ser esquecido. O que posso pedir, é que o torcedor tenha o mesmo carinho que sempre teve, que apoie muito o novo profissional que esteja por vir. Para mim, é natural que haja essa reação.

      Houve algum problema com o presidente Petraglia? E com o Paulo André (hoje gestor do clube)?

      Meu relacionamento com o Petraglia sempre foi em altíssimo nível, inclusive ontem. Se mostrou insatisfeito, mas não me desrespeitou nunca. Cheguei em 2017, primeiro contato que tive com ele foi só em 2018. Mas, a partir daí, a gente sempre teve uma ótima relação. O Paulo, como atleta, já era questionador. Até porque ele enxergava que as coisas fora do campo poderiam andar melhores. Sempre tentou a solução para os problemas fora do campo. No momento que ele muda para a posição de gestor, começa a perceber que as coisas não são tão fáceis assim. Quando você cuida de um grupo maior de pessoas, às vezes tem que tomar decisões que não são as melhores para a popularidade. Sempre falei para o Paulo as insatisfações que tinha como atleta, como gestor também. Espero que possa crescer como pessoa, como gestor, para diminuir ao máximo a margem de erro.

      A escolha pela saída foi motivada por razões financeiras? 

      "Financeiramente, não foi o ponto mais forte. Até porque tive quatro convites desde o ano passado, e todos eles maiores do que a proposta que foi apresentada neste momento (pelo Athletico). Nunca fiz contraproposta. Perguntei qual a melhor proposta que ele (Athletico) poderia fazer. Ponto. Não houve contraproposta, até porque não acho que seria legal entrar em leilão. As propostas, então, eras melhores, mas o que me move é o desafio.

      Já começou a pensar em reforços ou na formação do elenco do Corinthians para 2020?

      Não pensei em nada. Só estou pensando em conseguir descansar. Ter saído nesse momento acabou me dando o benefício de antecipar as férias. Tenho a facilidade de descansar com minha família. Não tenho nada assinado com nenhum clube, não sentei com nenhum dirigente. O que acontecer agora, as possibilidades que vierem, vou conversar com o Luiz Paulo.

      Chegou a ouvir alguma proposta?

      Chegaram algumas propostas. Até por respeito a algumas instituições, não vou divulgar quais foram. Desde o ano passado, quatro do Brasil e uma de fora. Mas em nenhum momento parei para ouvi-las. Quando acabar a coletiva, eu vou ouvir com calma. 

      A demora pela renovação no ano passado pesou de alguma forma? 

      Até dia 28 de dezembro (de 2018), não sabia o que iria acontecer em 2019. Os interlocutores naquele momento não estavam conseguindo ter o posicionamento do presidente Petraglia. Queria antecipar esse ano isso. Solicitei a direção que se posicionasse sobre qual seria minha posição para 2020, o projeto, o investimento. Me passaram que o investimento seria o mesmo desse ano, com a possibilidade de perda de jogadores importantes. Tudo isso vai pesando. 

      Se sente magoado pela nota divulgada pelo clube (no comunicado, o Athletico disparou contra o Corinthians e o treinador)?

      Já esperava uma nota naquele tom, porque já aconteceram manifestações anteriores nesse sentido. Sei que não é o sentimento dos jogadores, colaboradores, da comissão, da maior parte do torcedor... É o sentimento de insatisfação das pessoas que fazem a gestão do clube. Fica muito claro para mim que, por ser uma manifestação dos gestores, eu tomei a decisão certa. Se existia tanto rancor, tanto sentimento de ódio, não valeria eu permanecer. 

      Há alguma chance de assumir o Corinthians ainda em 2019?

      Eu não irei trabalhar em nenhum clube em 2019. Só irei trabalhar a partir de 2020. Vai ao encontro do que tinha colocado à disposição do presidente Petraglia. E também em respeito a qualquer instituição que irei trabalhar. Todo profissional que vive um ciclo grande, ele precisa de um tempo de calmaria para poder focar em um novo projeto. É preciso de um tempo para desvincular e cortar os laços. Aí, sim, em 2020, pensar com calma no que vai acontecer para que eu possa estar de corpo e alma no novo projeto. 

      Já tem alguma reunião marcada com o Corinthians?

      Não tenho nenhuma reunião agendada. Solicitei ao Luiz Paulo que só fôssemos ouvir qualquer tipo de convite depois do término da coletiva. Para mim, meu ciclo se encerra agora. Ontem, quando fui me despedir dos atletas, dentro do vestiário, havia uma solicitação que fosse em uma sala fechada. Mas fui ao vestiário, fui muito bem recebido, abraçado, e todos entenderam o que estava acontecendo.

      Você convidou membros da comissão técnica para irem com você ao Corinthians, como alegou a diretoria do Athletico?

      Como não tenho nada com nenhum clube, seria uma irresponsabilidade minha convidar qualquer profissional. O que o Athletico está fazendo é pressionar os profissionais para caso pinte um convite mais para frente. Em caso de dúvida, eles acabam demitidos. 

      Como você deixa o Athletico?

      Saio do Athletico com sentimento de que consegui criar um sentimento de carinho e amor com pessoas que nunca pensei que fosse existir. Com uma torcida que apoiou sempre. saio com a consciência leve. Mas fica sempre o torcedor, identificado com o Athletico, o torcedor. Foi o clube que me apaixonei, e esse sentimento vai perdurar para sempre. 

      Brasil
      Tiago Nunes
      NomeTiago Retzlaff Nunes
      Data de Nascimento/Idade1980-02-15(44 anos)
      Nacionalidade
      Brasil
      Brasil
      FunçãoTécnico

      Fotografias(11)

      Comentários

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      motivo:
      Tiago Nunes
      2019-11-06 15h29m por ProfetadaColina
      O desgaste é normal, ainda mais trabalhando com o Petraglia rs
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