O sucesso de Jorge Jesus fez crescer o interesse dos clubes brasileiros por técnicos portugueses. Mas nem sempre a história se repete. Augusto Inácio, recém-chegado ao Avaí, já pensa em deixar o clube depois de apenas um jogo.
A desilusão do técnico foi praticamente imediata no Avaí. Experiente e campeão português pelo Sporting em 1999/2000, Augusto não tinha ideia das dificuldades que encontraria no comando do clube catarinense.
"Os portugueses podem ser bons, mas não fazem milagres", resumiu o treinador em entrevista à Bola, de Portugal.
A derrota para o Brusque, pela Recopa Catarinense, deixou Augusto Inácio especialmente irritado. O treinador lamentou o fato de ter de colocar o time em campo com apenas nove dias de treinos e sem ainda sequer ter um elenco completo em mãos.
"Se fosse eu a escolher nunca iria jogar aquela final nesta altura, mas o jogo já estava marcado. Foi muito fácil o Avaí ter perdido. Com nove dias de treinos, sem termos feito amistosos, só tive oportunidade de fazer um treino de conjunto", lamentou.
"Estamos muito debilitados em termos de opções, os meus três atacantes têm 20 anos, os extremos (pontas) que vieram estão lesionados. Dos sete novos jogadores que alinharam ante o Brusque, cinco deles há muitos meses que não tinham competição. Já o nosso adversário surgiu com cinco amistosos disputados, os seus jogadores estavam muito frescos fisicamente e nós não tivemos pernas. E por isso perdemos bem", argumentou, e sem ver perspectivas de melhora.
"Estamos muito limitados também para o estadual, não estou a arranjar desculpas, apenas a constatar fatos. Vamos fazer a pré-temporada em competição. A torcida quer ganhar, mas nada se faz de um dia para o outro. Já falei com o presidente… Ou há soluções ou as coisas não têm pernas para andar. Vim com uma missão (subir para a Série A), mas para ser cumprida temos de ter jogadores. Estar aqui só por estar não vale a pena", disparou.
"Vou ter mesmo de inventar na estreia no estadual. Sem extremos, como é que vou poder jogar no meu sistema preferido de 4-2-3-1? Sou português, sei que a expectativa é bastante grande. Mas se sentir que não vem mais ninguém, o melhor é dar o lugar a outro", finalizou.