Mesmo que se jogue em Milão, o conto de fadas de Bérgamo ganha força

Com o coração em Milão, mas a alma em Bérgamo, a Atalanta escreveu mais um capítulo de seu próprio conto de fadas nesta quarta-feira. No San Siro, o time de Gian Piero Gasperini fez talvez o jogo mais importante de sua história e soube sonhar: com um 4 a 1, abriu grande vantagem sobre o Valencia nas oitavas de final da Liga dos Campeões. 

No Mestalla, Los Che agora terão de vencer por 3 a 0 para conseguirem uma classificação que parece difícil. A tarefa dos espanhóis no próximo dia 10 de março será de acabar com o conto de fadas italiano para escrever seu próprio.

DNA ofensivo da Atalanta

A pressão da Atalanta no início do jogo foi forte. Papu Gómez foi o primeiro a ameaçar. Em arremate forte, levou perigo a meta defendida por Domenech. Mas não foi a única ameaça ao francês, que quando foi chamado a participar, disse presente. 

Aos sete minutos, os italianos conseguiram jogada veloz em contragolpe. Ilicic enfiou grande passe para Pasalic, que apareceu na cara do gol e bateu forte, fazendo tudo para tirar de Domenech, mas o goleiro mostrou muito reflexo com uma defesa impressionante. 

O Valencia não conseguiu sair da defesa nos primeiros minutos. E foram necessários 15 para que a bola entrasse. Papu fez a jogada na canhota e cruzou na medida para Hateboer, que se antecipou a marcação e mandou para a rede. 

O gol não diminuiu o ímpeto dos italianos, mas o Valencia, em uma falta cobrada rápida, quase deixou tudo igual em seu primeiro ataque no jogo (e isso já lá pelos 30 minutos). Ferrán Torres recebeu pela direita, avançou até a área e bateu forte, acertando o poste. Pouco depois disso, Gonçalo Guedes teve oportunidade do outro lado e chutou forte, de canhota, mas para fora. 

Talvez fosse o DNA ofensivo da Atalanta que tivesse deixado o jogo animado. Mas assim que é bom: melhor para quem gosta de futebol. Papu foi um dos nomes do primeiro tempo e Ilicic também se destacou. Aos 41 minutos, o atacante acertou um chute impressionante para colocar mais uma bola na rede: era noite de sonho em Milão que fazia os olhos de Bérgamo brilharem. 

Noite de conto de fadas

A Atalanta fazia o olho de quem gosta de futebol brilhar. No início do segundo tempo, outro golaço. Papu roubou a bola, Freuler ficou com ela e acertou um chute espetacular, no ângulo, sem chance de defesa do goleiro Domenech. 

O time não parava, era incrível. Apesar de Los Che também conseguirem algumas chances, o jogo de Gasperini era absolutamente irresistível. Aos 16 minutos, Hateboer recebeu em contragolpe pela direita, invadiu a área e mandou mais uma para dentro. 

Tudo bem, vamos ser um pouco justos com o Valencia. Cheryshev entrou para dizer que o outro lado também tentou e, com um chute rasteiro no canto, marcou para dar alguma esperança para sua equipe na eliminatória. O russo, pouco depois, quase conseguiu mais, mas Gollini não deixou. 

O jogo, então, provou que até os contos de fada têm um pouco de drama. Os espanhóis cresceram na partida e tiveram diversas chances para conseguirem mais um gol fora de casa, mas houve final feliz em Milão, comemorado em Bérgamo. Ou ao menos um capítulo com final feliz, já que ainda há história por contar...