Fifa vê parada do futebol como chance de mudança: ''Menos torneios, porém mais interessantes''

Não é apenas com os torcedores apaixonados pelo futebol que a paralisação do esporte tem mexido. Clube e federações tem usado o tempo sem a bola rolar para refletir. A Fifa, por exemplo, considera que este seja o momento ideal para "um passo atrás".

A avaliação é de Gianni Infantino, presidente da instituição máxima do esporte. Para ele, o mundo do futebol tem que aproveitar a oportunidade para pensar em elevar o nível do futebol.

"É necessário estudar o impacto global da crise. Agora é difícil, não sabemos quando voltaremos a normalidade. Mas vamos focar nas oportunidades. Talvez possamos reformar o futebol mundial dando um passo atrás. Com formatos diferentes: menos torneios, porém mais interessantes", declarou Infantino, em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport.

Em uma proposta que pode soar polêmica, Infantino disse que uma solução pode ser a existência de menos clubes, que tenham então nível mais equiparado.

"Menos partidas para proteger a saúde dos jogadores, mas mais nivelados. Não é ficção científica. É preciso calcular os danos e descobrir como cobri-los", afirmou.

Sobre a volta do futebol, o presidente da Fifa ressaltou que este não é o momento para pensar nisso. O retorno do futebol, segundo Infantino, deve ocorrer quando existam condições para tal, ressaltando que clubes e federações devem seguir as recomendações dos governos locais sobre como lidar com o surto do Covid-19.

Outro tema abordado por Infantino é o dilema do contrato dos jogadores. Muitos atletas, principalmente na Europa, têm contratos vencendo ao final de junho. No entanto, o mais provável é que as competições no continente não terão acabado nesta data. "Todos teremos que fazer sacrifícios", ponderou.