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    Coronavírus
    De malas prontas, mas sem saber se voltam para casa

    Bruno Nascimento relata incerteza dos brasileiros no Bahrein

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    O Bahrein foi mais um país que recentemente deixou de lado o futebol para apertar o cerco na luta contra o coronoavírus. O brasileiro Bruno Nascimento, um dos brasileiros que atua na liga local, contou para a reportagem de oGol como estão as coisas por lá. 

    Até o momento da publicação da matéria, o Bahrein tinha confirmado 419 casos de coronavírus, com três mortes. A liga local foi paralisada na última semana. 

    "O número de casos tem aumentado nos últimos dias. Está complicado porque ficou uma certa apreensão no país. É um país pequeno, então cada caso que aparece é muito estressante. A partir de amanhã vai ter um toque de recolher. Só vai abrir farmácia e supermercado por um período curto de tempo", começou a contar o zagueiro, de 28 anos. 

    "A liga parou e, pelo que disseram na federação, vão passar a abertura dessa temporada para julho. Não sei qual vai ser a ideia deles, porque o clube não chegou a conversar com os jogadores. Só disse para a gente aguardar uma resposta", completou. 

    Bruno ressaltou que recentemente a liga esteve paralisada também por conta dos jogos da seleção local. A parada de agora, obrigatória por conta da situação do Covid-19, deve ser mais longa. Os brasileiros que atuam por lá ainda não sabem se vão, ou não, voltar para casa.

    "Acredito que daqui uma semana a gente possa ser liberado para ir para casa. Só que os aeroportos estão com poucos voos para fora do país, então está meio incerto o que vai acontecer. Falaram que ia parar o campeonato há cinco dias. A gente treinou até o último dia. A grande maioria dos estrangeiros aqui é de brasileiros. A gente fica só em casa e pronto. Já tinha essa situação do coronavírus como algo forte. Não que tivesse muitos casos, mas como aqui é pequeno, a gente tem sempre esse estresse a mais. A gente parou quando a federação falou que ia ser paralisado. Nosso técnico, preparador físico falou para a gente manter o físico, fazer treinamentos individualizados. Em relação aos brasileiros, nenhum foi embora. Os que foram eram jogadores que já não têm contrato. O resto, ainda está aqui no Bahrein aguardando", revelou. 

    ©Divulgação

    Casado com uma holandesa, Bruno Nascimento aguarda para saber qual medida tomar. Enquanto isso, segue em casa. O jogador garante: as malas estão prontas, aguardando o aval do clube para voltar para casa. 

    "Estou esperando uma resposta do clube porque serão três, quatro meses sem nada. Minha esposa está grávida, então pretendo ir direto para a Holanda. Mas como tem essa dificuldade dos voos, não sei o que vai acontecer. Tenho que ver se eles vão dar uma resposta para a gente rapidamente. Minha expectativa é, se não tivermos nada no campeonato, de voltar para casa para estar com a minha esposa para estar no parto. A gente tinha a ideia de ela voltar para o Bahrein, mas como teve isso do vírus, achamos mais sensato ela ficar na Holanda. Agora estou na espera de ir para casa. Mala está pronta, mas agora depende do clube", contou.

    Bruno comentou também a incerteza no mercado do futebol. O zagueiro ainda tem um ano de contrato com o clube, mas não sabe como ficará a situação com a parada por conta do coronavírus. 

    "Tenho mais um ano de contrato aqui, mas acredito que a situação agora de contratos vai ser complicada para todos. Espero estar voltando o quanto antes para casa. Os brasileiros estão pensando em ir embora também. Conversei com alguns, têm três comigo. Estão esperando a resposta, com mala pronta para voltar para casa. Mas não sabemos o que vai acontecer. O Marcinho (companheiro de clube) termina contrato em junho, isso vai atrapalhar bastante a situação contratual dele", destacou.

    O brasileiro destacou também as "ruas desertas" no país. Mesmo antes do toque de recolher, as pessoas têm ficado em casa e os bares e restaurantes funcionam apenas com serviço de entrega. 

    "A maioria das ruas está deserta. Eu moro na avenida principal, onde fica o clube, e tem vários restaurantes, cafés, mercados. Você vê algumas pessoas, mas são as que trabalham nesses lugares. Você não pode almoçar ou jantar nos lugares, só pode pegar para comer em casa, como se fosse take away. Não tenho ido a lugar nenhum praticamente, mas tenho visto que não tem muita gente na rua, praticamente ninguém. Os outros brasileiros falam também que não veem ninguém na rua. No mercado você vê pessoas, mas não é o que acontece no Brasil, com uma aglomeração maior. Pessoas brigando para conseguir comprar algo... Aqui está sendo tranquilo, não tem confusão. Pelo menos até agora, as pessoas têm mantido a calma", relatou. 

    Carreira em Portugal e título na Alemanha 

    Bruno Nascimento passou a carreira atuando quase sempre na Europa. O brasileiro foi jovem para o Estoril Praia, de Portugal, levado pelo técnico Vinícius Eutrópio. 

    "O Vinícius Eutrópio foi o técnico que me subiu para o profissional e me levou para o Estoril e fez eu ficar na Europa. Foi ele quem me ajudou a dar o início a minha carreira. Tenho que agradecer muito a ele, porque foi uma pessoa que me ajudou muito, na forma de pensar, o que tinha que fazer como profissional...", agradeceu. 

    ©Rogério Ferreira / Kapta+

    Bruno saiu do Estoril para atuar no Colônia, da Alemanha, onde conquistou o título da Bundesliga 2 e o acesso para a principal divisão alemã.  

    "No Colônia, tive momentos bons e, por mais que tenha conquistado o título da segunda divisão e subido para a Bundesliga, eu era muito novo, 21, 22 anos. Foi muito intenso para mim. Aprendi demais, não joguei o tanto quanto gostaria, mas foi algo que vou levar para minha vida toda, as experiências que tive lá... Não só o título, mas as dificuldades, o frio, estar mais isolado do mundo. Quase não saía de casa (por conta do frio). Naquela época minha esposa, que era namorada, me ajudava bastante. Tive de passar por um período de aprendizado intenso, mas foi muito bom para minha vida em geral", contou, ressaltando a competitividade que teve na Alemanha. 

    "A segunda liga alemã é uma competição muito forte. Foi interessante poder participar daquilo e poder jogar, ver estádios cheios... Era muito interessante ver esse fanatismo dos alemães. Todos os jogadores sonham com isso. Fiquei muito feliz em jogar lá, as pessoas foram muito receptivas. O Colônia também é um clube diferente, abraça os jogadores da melhor forma possível", recordou. 

    Bruno Nascimento, que chegou a atuar também no Chipre, passou por Tondela e Feirense, seu último clube em Portugal. O brasileiro vê Portugal como sua casa, mas garante que um novo desafio o atraiu no Bahrein. 

    "Eu estava no fim do contrato com o Feirense. Vou completar 29 anos em maio. Chegou, para mim, um ponto onde pensei em tentar uma coisa em outro lugar, abrir mercado em outro continente, saber como é o outro lado da terra. Não que seja tão diferente do Brasil, mas fiquei interessado em vir para o Bahrein. Teve uma vontade grande do clube e dos dirigentes. Fiquei conversando com eles um bom tempo até ter a ideia de vir. Foi mesmo para tentar algo diferente. Estou gostando. O interesse de voltar para a Europa, Portugal talvez, é grande, não sei em quanto tempo. Porque é minha casa. Meus pais moram lá, minha irmã. Minha esposa é da Holanda, mas sempre mais fácil pegar um voo para ir para a terra dela. Minha ideia é voltar para lá. Mas vim para cá para experimentar uma história nova. Quis mudar um pouco e ver como funcionava do outro lado", garantiu. 

    Bruno não conseguiu experimentar por muito tempo, já que logo o coronavírus fez a bola parar de rolar. Com as malas prontas, aguarda para saber o destino que ele (e o mundo) tomará nos próximos dias. 

    Brasil
    Bruno Nascimento
    NomeBruno Andrade Toledo Nascimento
    Data de Nascimento/Idade1991-05-30(32 anos)
    Nacionalidade
    Brasil
    Brasil
    PosiçãoDefensor (Zagueiro)

    Fotografias(52)

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