Exemplo no combate à pandemia de Covid-19, a Coreia do Sul já começa a colher os frutos das medidas adotadas pelo governo para o controle da disseminação da doença. A K-League tem retorno marcado para amanhã (8) e essa é uma boa oportunidade (também) para ver brasileiros brilhando.
Originalmente marcada para começar no final do mês de fevereiro, a K-League havia sido adiada por tempo indeterminado pelas autoridades locais. Agora, o reinício põe de volta à ativa uma legião de brasileiros que disputam o campeonato do país.
Somente no ano passado, 17 brasileiros entraram em campo por equipes coreanas na elite do país. Desses todos, apenas um não é atacante de origem, trata-se do meia Waguinho, de 30 anos. Pouco conhecido no Brasil, ele jogou pelo Oeste antes de rumar para a Coreia, em 2016.
Com tanto poderio ofensivo vindo do Brasil, não poderia ser diferente a forma pela qual os jogadores se destacam por lá: com gols. Basta olhar para a lista de artilheiros do campeonato e logo notar nomes familiares. No top 10, cinco jogadores são brasileiros, apesar de que a artilharia ficou mesmo foi com um australiano, Adam Taggart.
Cesinha, ex-Ponte Preta e Atlético Mineiro, por exemplo, foi o líder em participação em gols na temporada. Ele marcou 15 vezes e deu 10 assistências, desempenho que ajudou o Daegu, seu clube, a chegar até os playoffs, mas acabou por não ser suficiente para conquistar o título.
Quem também teve desempenho de destaque na última temporada foi Ricardo Lopes. O atacante foi o artilheiro da campanha vitoriosa do Jeobuk Motors, clube que defendia há quatro anos. O bom ano rendeu tanto que ele acabou por se transferir para um novo desafio e agora é um brasileiro a menos por lá, depois de assinar um contrato lucrativo com o Shanghai SIPG, da China.
A tradição artilheira de brasileiros na Coreia não é, propriamente, uma novidade. O campeonato do país já teve oito artilheiros do país desde 1983, com destaque especial para Marcão, o último deles e o que marcou mais vezes, 26 em 2018. Hoje, ele é mais um jogador que transferiu para o futebol chinês, caminho natural para muitos dos estrangeiros que fazem sucesso na K-League.
Se os atletas brasileiros marcam presença na artilharia do Coreanão, muito se deve ao atacante Júnior Negão. Desde 2017 no país, ele se encontrou na K-League.
Em 2019, Júnior foi o vice-artilheiro do certame com 19 gols marcados em 35 partidas com a camisa do Ulsan Hyundai. Ele ainda deu cinco assistências para gol e, com isso, participou em 34% dos 71 gols marcados pelo clube no campeonato.Em uma ótima campanha, o time de Ulsan ficou em segundo lugar na K-League, após uma disputa ferrenha. O Jeonbuk Motors entrou na última rodada a três pontos do rival, mas além de vencer sua partida, contou com a derrota do Hyundai para ficar com o tricampeonato.
O sucesso de jogadores vindos do Brasil tem atraído ainda mais jogadores do país para o futebol coreano. O meia Marlone é um exemplo. Formado nas categorias de base do Vasco e com passagens por Corinthians, Fluminense, Atlético Mineiro e Cruzeiro acertou com o Suwon FC.
Outra 'cria' do Vasco, o atacante William Barbio também vai atuar na K-League nesta temporada, mas com a camisa do Bucheon 1995. Já o atacante Murilo, formado no Goiás e que defendeu o Botafogo de Ribeirão Preto em 2019, foi contrato pelo Jeonbuk, ex-time do já citado Ricardo Lopes.
Por conta da pandemia, o calendário desta temporada foi encurtado. Serão 27 partidas, divididas entre 22 na primeira fase e os cinco jogos no mata-mata.