O Vasco superou o Macaé, em São Januário, e se manteve vivo na Taça Rio. Mas mais que a vitória, o Cruz-Maltino apresentou na partida bons indícios sob o comando de um novo treinador, Ramon Menezes.
Sempre que gritava na beira do campo, Ramon incentivava a posse de bola. Pedia que seus jogadores trocassem passes, que tivessem paciência e que girassem o campo, se preciso, para abrir o rival.
E assim foi: de um lado para o outro, o Vasco procurou (e achou) os espaços contra o Macaé. A saída de bola do time era feita por três homens: Ricardo (atuando no lado direito da zaga), Leandro Castán e Henrique.
Embora ficasse por vezes um pouco torta, por se tratar de três canhotos, a saída de bola era eficiente, quase sempre vertical em busca de quebrar as linhas da defesa rival. Pikachu, inicialmente o quarto homem da linha defensiva, centralizava para aparecer como opção no meio, ao lado de Andrey e Fellipe Bastos.
Nesse controle de bola, os cruz-maltinos procuravam sempre o lado do campo. A bola ia de um lado para o outro, e quando havia alguma brecha, Talles Magno e Vinícius superavam os defensores.
Os pontas, aliás, foram outro lado positivo do time. Quando a marcação apertava, Talles e principalmente Vinícius conseguiam encontrar a saída no drible. O desequilíbrio do mano a mano que é necessário contra adversários fechados.
Quando as jogadas eram centralizadas, além da presença dos volantes, o time contava também com Benítez. E o argentino, apesar de ainda não estar 100% adaptado ao clube, mostrou que pode ajudar com sua visão de jogo e também com chutes de média a longa distância (algo que Fellipe Bastos e Andrey também oferecem).
No ataque, mais do mesmo: Germán Cano esteve sempre muito bem posicionado, e assim conseguiu seus gols: puro oportunismo, faro goleador. Cano manteve o bom aproveitamento que começou a temporada.
Ramon ainda tem, é bem verdade, muitas coisas a consertar. E outras tantas que talvez nem consiga arrumar, como o elenco não tão farto, que caiu de desempenho com as alterações no segundo tempo. Mas é verdade que o começo foi promissor, oferecendo algo novo na Colina mesmo se levarmos em conta todos os fatores a se considerar nesse retorno do futebol no bagunçado Campeonato Carioca, e também as fragilidades do adversário. No mínimo dá para se dizer que há um novo conceito de futebol na Colina, e os jogadores o aceitaram bem.