Pouca contribuição ofensiva deixa Paquetá fora dos planos no Milan

O Milan fará sua estreia na temporada 2020/21 sem Lucas Paquetá. O meia-atacante brasileiro não foi relacionado para a partida contra o Shamrock Rovers, pela Liga Europa, em mais um indício de que não seguirá em Milão. Mas como o promissor jovem, contratado com altas expectativas, chegou a esse ponto antes de completar dois anos de clube? Os números nos ajudam a entender a questão.

A contratação de Lucas Paquetá foi um momento de afirmação do Milan no mercado em 2018. Depois de ver o Real Madrid apostar em Vinícius Júnior por um valor recorde, o clube italiano se antecipou à concorrência e investiu 35 milhões de euros por Paquetá, então em destaque pelo Flamengo. O time milanês mostrava estar atento também aos jovens talentos brasileiros e com um projeto para o futuro.

Aos coisas não seguiram como o esperado para Milan e para Lucas Paquetá. O meia chegou em janeiro de 2019 cercado de expectativas. Assumiu logo a titularidade e parecia ter superado rapidamente o período de adaptação ao futebol italiano. Mas as suas atuações nunca evoluíram como o esperado por lá. E por sua vez o Milan não conseguiu dar o salto de qualidade que tanto esperava, distante da luta pelo título em um campeonato dominado pela Juventus.

A temporada 2019/20 de Paquetá foi especialmente decepcionante. Foram 27 jogos, com 13 deles como titular. Apesar de atuar no setor ofensivo, o meia não contribuiu com um gol sequer. Embora seja considerado um jogador criativo - chegou a ganhar a 10 na seleção brasileira - o atleta deu apenas um passe para gol em toda a temporada.

No futebol moderno, manter um jogador ofensivo incapaz de contribuir com gols e assistências é difícil para qualquer grande clube. Lucas Paquetá, que teve o apoio de boa parte dos torcedores em seus primeiros momentos no Milan, aos poucos perdeu defensores. Com um jogo importante pela Liga Europa pela frente, o técnico Stefano Pioli sequer o convocou para ser opção no banco, e a decisão não causou assim tanta polêmica na Itália, apesar do investimento recente feito no jogador.

Com 23 anos, Lucas Paquetá ainda tem tempo para dar a volta por cima e não faltam histórias de superação muito mais improváveis no futebol. O mais provável é que o meia tenha de mudar de ares, desvalorizado. Hoje, fala-se em uma pedida na casa dos 22 milhões. O Lyon e a Fiorentina aparecem entre os interessados, mas cautelosos para investir tão alto, embora o Milan tenha pago muito mais há dois anos.