A estreia do "novo Barcelona" de Ronald Koeman foi cercada de expectativa, e nada como recomeçar com goleada - 4 a 0 sobre o Villarreal. As primeiras impressões foram positivas, mas também deixaram espaço para alguma preocupação.
A grande novidade nesta estreia foi a formação de um novo quarteto ofensivo. Ansu Fati, Philippe Coutinho, Griezmann e Messi formam uma linha capaz de intimidar qualquer rival. E se o time perdeu um talento inquestionável com a saída de Luis Suárez, ganhou em vitalidade com Fati, agora promovido "oficialmente" ao time principal. E o prodígio do Barça foi justamente o destaque da vitória, com dois gols e um pênalti sofrido.
A dinâmica deste novo quarteto ainda deve evoluir com mais entrosamento, mas já foi possível perceber a visão de Koeman. Messi teve bastante liberdade e se manteve quase sempre próximo da área, como um "Falso 9", embora revezando volta e meia com seus três companheiros de ataque, principalmente Griezmann, mais aberto pela direita. Coutinho também ganhou bastante liberdade pelo meio e deu um toque de criatividade, com Fati aproveitando as atenções voltadas para o trio para brilhar na esquerda.
A boa novidade do quarteto é que as opções ofensivas aumentaram consideravelmente. Na temporada passada, o Barcelona dependia completamente de Messi para criar as jogadas e muitas vezes as concluir. Agora, o argentino, já veterano, não precisa recuar a toda hora para organizar as jogadas. A linha de três formada por Fati, Coutinho e Griezmann se movimentou e tirou a sobrecarga dos ombros do craque.
Para dar liberdade a esse quarteto, Koeman apostou em uma dupla de volantes, com Frenkie de Jong mais recuado para dar apoio a Sergio Busquets. A tática se manteve em uma espécie de 4-2-3-1. Um reforço defensivo necessário para um time criticado justamente pela incapacidade no setor.
No entanto, defender continua a ser o grande desafio deste Barcelona. Com linha formada por Sergi Roberto, Piqué, Lenglet e Alba, a mesma da temporada passada, vimos novamente espaços perigosos para os contra-ataques rivais. O Villarreal por diversas vezes explorou a fragilidade e poderia ter tido melhor sorte, principalmente no segundo tempo.
O problema defensivo não é individual. Busquets e de Jong por diversas vezes se viram sozinhos para preencher o meio-campo, com avenidas nas costas dos pontas Fati e Griezmann. Apesar do sacrifício físico dos dois, a falta de combatividade do meio ficou evidente, e Coutinho também não é o nome ideal quando falamos em vigor na marcação. Com tanto talento em campo, o problema pode acabar por ser minimizado na maior parte dos jogos... A dúvida que fica é como o sistema funcionará contra rivais do mesmo porte e com trabalhos mais consolidados... Como o Bayern de Munique.
4-0 | ||
Ansu Fati 15' 19' Lionel Messi 35' (pen.) | Pau Torres 45' (g.c.) |