Muralha, Thiago, César, antes Paulo Victor... Voltamos a 2017, e o cenário no gol do Flamengo não é animador. Nenhuma opção parece vingar. A contratação de Diego Alves foi a solução, e nem mesmo essa resolveu o problema tão rápido quanto se esperava, com direito a falhas e lesão grave em um atribulado início. Quem pensaria que pouco tempo depois o clube se viria em outro dilema, com opções de sobra para o setor e dois nomes nas graças do torcedor na briga pela titularidade.
O início confuso de Diego Alves mencionado acima ficou no passado. O goleiro se tornou peça fundamental no Flamengo, inquestionável pelo torcedor, capitão da equipe, campeão do Brasil e da Libertadores com um time que fez história em 2019 sob o comando de Jorge Jesus. Parecia impossível questionar seu posto, e com razão... Mas hoje a sua posição parece ameaçada, e ao contrário do passado recente no clube, sem nenhuma relação com desconfiança e más atuações. Simplesmente surgiu um concorrente à altura, e de dentro do próprio clube.
A ascensão de Hugo "Neneca" Souza foi meteórica. O goleiro não foi sequer a segunda opção depois da lesão de Diego Alves, no fim de agosto. O jovem Gabriel Batista, de 22 anos, assumiu o posto inicialmente - e foi bem -, passando a vaga depois para o mais experiente César. A ausência de Diego Alves não chegou a ser um drama desta vez, e Hugo assumiu o posto apenas no dia 27 de novembro, no empate em 1 a 1 com o Palmeiras. Bastou um mês como profissional para colocar em cheque até a titularidade do capitão.
Desde então, Hugo disputou 10 partidas pelo Flamengo. Foram três empates e sete vitórias, com oito gols sofridos e três partidas com redes intactas. Nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, Neneca teve atuação de gala e defendeu até pênalti. Não por acaso conquistou o torcedor rubro-negro, que discute até se o goleiro de 21 anos não deve ser o novo titular.
Voltando de lesão, Diego Alves ficou no banco desta vez, embora deva em algum momento retomar seu posto. E a rivalidade, a princípio, é apenas a saudável luta por vaga na equipe, com o veterano goleiro demonstrando publicamente seu apoio ao jovem talento. Ainda invicto, Hugo provavelmente terá outras oportunidades, mesmo que não tome de vez o lugar do companheiro mais experiente. Para o torcedor, fica a sensação agradável de conforto, seja lá qual nome apareça na escalação, muito diferente de três anos atrás.
0-1 | ||
Bruno Henrique 20' |