Claudinho é o jogador-sensação da reta final do Brasileiro. Maestro do Red Bull Bragantino, o camisa 10 marcou sete gols nos últimos sete jogos, uma arrancada na disputa pela a artilharia que lhe rendeu o primeiro lugar isolado neste quesito. Agora, a cinco rodadas do fim do campeonato, Claudinho aproxima-se de um feito raro no Brasileirão: ser o principal goleador sem ser propriamente um atacante de origem.
A briga pela artilharia do Brasileiro segue muito acirrada. Marinho, do Santos, e Thiago Galhardo, do Internacional, têm apenas um gol a menos que os 17 marcados por Claudinho. O Peixe já entrou em campo nesta rodada, enquanto o Colorado enfrenta o Athletico, fora de casa, e Galhardo terá a oportunidade de retomar o posto que foi dele por muito tempo.
O fato que aponta o "favoritismo" de Claudinho entre os artilheiros é o momento vivido por cada jogador. Enquanto o destaque do Braga vive sua fase mais goleadora na temporada, o mesmo não se pode dizer dos concorrentes.
Thiago Galhardo, por exemplo, marcou apenas um gol nos últimos 12 jogos (incluindo neste percurso dois pela Copa Libertadores). Marinho, por sua vez, não chegou a enfrentar uma seca tão grande, porém como até o último domingo tinha atenção dividida com a disputa da final da Libertadores, perdeu de certa forma o rimo que tinha emplacando no Brasileiro.
O primeiro meia a ser artilheiro de um Campeonato Brasileiro foi Pedro Rocha, em 1972. Com a camisa do São Paulo, o uruguaio marcou 17 gols em 18 partidas daquela temporada, e dividiu o posto de principal goleador da competição com Dadá Maravilha, centroavante que marcou o mesmo número de gols em 10 jogos a mais.
Depois de Pedro Rocha, os anos seguintes da década de 1970 foram marcados mesmo por aqueles centroavantes clássicos, como o próprio Dadá mais uma vez, Roberto Dinamite, Reinaldo e Flávio da Fonseca.
Apenas em 1980 um novo meia surgiu para destronar a hegemonia dos atacantes. O dono do feito foi Zico, que guiou o Flamengo aos títulos de 1980 e 1982 como artilheiro. Em 1980 foram 21 gols em 19 jogos, enquanto em 1982 os mesmos 21 gols, mas em 23 partidas. Zico, não por acaso, é o grande meia artilheiro da história do Brasileirão, tem 135 gols, todos com a camisa do Rubro-Negro, e é o quinto maior goleador da competição.
O último meia a ser artilheiro do Brasileirão foi Rodrigo Fabri, em 2002. No caso do ex-jogador do Grêmio, vale a ressalva de que em algumas oportunidades Fabri atuou também como atacante, já que naquele time alternava-se muito as peças de ataque, seja com Luis Mário, Guilherme Weisheimer, Adriano Chuva, Rodrigo Mendes e Grafite. De todas as formas, Rodrigo Fabri naquela época ainda era um meia de origem, e já faz mais de 18 anos que um jogador da posição não consegue ser artilheiro do Campeonato Brasileiro.