Quem viu a queda da Juventus para o Porto, na noite de terça-feira, certamente ficou encantado com a bravura dos portugueses, incansáveis na busca pela vaga nas quartas de final da Liga dos Campeões. Por outro lado, também causa surpresa a falta de força da Velha Senhora, personificada pela péssima atuação de seu principal jogador, Cristiano Ronaldo.
Ronaldo tentou ser participativo em todos os setores do ataque da Juve, mas tendeu a cair principalmente pela esquerda, deixando Álvaro Morata como homem de referência no comando de ataque. O português errou quase todos os dribles que tentou e, fora a assistência para o gol de Chiesa, foi pouco eficiente.
Chiesa, em ações de infiltração, muitas vezes "roubando" o lado esquerdo de Ronaldo, e Cuadrado, que deu profundidade pela direita, foram as únicas válvulas de escape do time, que não funcionou bem como coletivo. A eliminação para o Porto só reforçou que o casamento entre Ronaldo e Juventus não vem funcionando tão bem como o esperado.
Nos últimos anos, já com CR7, a Juventus se mostrou apta a manter a soberania do futebol italiano, algo que já não vem sendo realidade na atual temporada. O atacante, entretanto, chegou como referência para o salto do projeto de Agnelli, buscando o sucesso continental para reforçar a marca fora da Velha Bota. O que se viu foi só decepção...
Cristiano Ronaldo havia sido carrasco da Juve nos anos que antecederam a mudança do português para Turim. O Real Madrid, de CR7, superou a Velha Senhora na decisão de 2016/17, e voltou a derrubar os italianos nas quartas da temporada seguinte, contando com o famoso gol de bicicleta do português, aplaudido de pé pela torcida bianconera.
Agnelli e companhia, então, pensaram: o sucesso continental tinha a ver com contratar Ronaldo. O sucesso não veio como o esperado... Na primeira temporada com o português, eliminação doída nas quartas de final para o Ajax. Nas campanhas seguintes, quedas nas oitavas de final para Lyon e, agora, Porto. A favorita caiu sempre com Ronaldo.
Maior artilheiro da história da Liga dos Campeões, Ronaldo viveu seu ápice no torneio em Madri, chegando a marcar 17 gols em uma edição (13/14). O português teve dois dígitos de gols na Champions nas últimas sete edições. Em Turim, porém, os números caíram consideravelmente.
Somando as três temporadas de Champions pela Juve, Ronaldo soma 14 gols. Menos do que os 15 que marcou no torneio em seu último ano pelo Real Madrid. Na Itália, CR7 marcou seis, quatro e quatro gols em cada temporada, respectivamente.
Os quatro gols das duas últimas temporadas representam o pior número de Ronaldo na Champions desde a temporada 2008/09, quando foi vice-campeão do torneio pelo Manchester United. Curiosamente, naquela edição o atacante deixou pelo caminho o Porto, nas quartas de final. Agora, a situação é bem diferente...