Atuação do Corinthians contra o São Caetano foi assustadora e preocupa

O calendário é o que é e não há como fugir dele, ainda mais em ano de pandemia. Não há como porque os clubes não querem. Os desfalques por Covid já não são tantos, mas ainda existem. E o gramado do Anacleto Campanella também não ajudou, muito pelo contrário. Mas a atuação do Corinthians diante do São Caetano, com uma base que deve ser a do time para a temporada, assustou quem acompanhou a partida. E não por bons motivos... 

A começar pela defesa, que teve uma atuação ruim com e sem a bola. Vivendo grave crise financeira, e com dificuldades para montar o elenco, o Azulão conseguiu diversas vezes avançar nas costas dos laterais corintianos. O meia Guilherme conseguiu arriscar três chutes e Diego Cardoso apareceu com frequência nas costas de Fagner pela esquerda. Se tivesse um pouco mais de qualidade para definir os lances...

Com a bola, a saída de jogo corintiana foi mal conduzida por falta de opções e, principalmente, por imprecisões. Da linha de quatro defensiva, o único jogador que teve percentual de acerto de passes acima dos 70% foi Jemerson, e ainda assim o defensor foi repreendido por Mancini ao longo da partida por alguns erros de passe. Fagner foi uma das poucas válvulas de escape pela direita, mas foi também quem teve o pior percentual de passes certos entre os jogadores de linha (64%). 

Gabriel foi quem mais deu passes na partida (39), mas poucos verticais. E o jovem Varanda só deu 16 passes nos 76 minutos que jogou, errando quatro deles. Se a saída de bola não foi bem feita, a sequência das jogadas era comprometida. A bola chegava com menos qualidade nos meias, que tampouco contribuíram muito. A ligação direta foi usada muitas vezes, mas não encontrou boa referência em Jô. 

Mateus Vital foi um dos nomes mais sumidos em campo. Jogou os 90 minutos, mas deu apenas 11 passes, não criou nenhuma grande jogada e terminou a partida em baixa. Otero deu a assistência para o gol de Bruno Méndez e ainda finalizou com perigo na área, mas também não foi bem. Foi, no máximo, quem mais tentou. Luan foi pouco incisivo. Não conseguiu passes entrelinhas para furar o bloqueio defensivo inimigo e foi substituído sem ser decisivo. 

No final das contas, Jô, a principal referência ofensiva corintiana, foi quem mais finalizou, junto com Otero: três vezes. Mas nenhum deles acertou o alvo. A única finalização no gol do Timão, justamente a que terminou em gol, foi a cabeçada do zagueiro Bruno Méndez, improvisado na lateral esquerda. 

Goleiro do São Caetano, Luiz não fez nenhuma defesa ao longo de 90 minutos, enquanto Cássio trabalhou duas vezes. O Azulão ainda teve maior posse de bola. O processo na nova temporada está apenas começando, e não teve nem a pré-temporada para conceituar o que Mancini quer do time. A equipe vai ter de engrenar no decorrer da temporada. E o início não é nada agradável, pelo menos no que foi visto no domingo.