O Grêmio vem se notabilizando por formar bons jogadores que atuam pelo lado do campo nos últimos anos. Depois de Pedro Rocha, Everton Cebolinha e Pepê, a bola da vez é o ponta Ferreira. Assim como seus antecessores, o atleta despontou depois dos 20 anos de idade, e os números da atual temporada comprovam a ascensão de "Ferreirinha".
Até aqui, o jogador de 23 anos entrou em campo em 19 partidas na temporada de 2021. Ao todo, Ferreira já soma dez gols e sete assistências, e se tornou peça chave na equipe de Tiago Nunes.
O comandante está há seis jogos no comando do Grêmio e, justamente nesse período, Ferreira atingiu o melhor momento na temporada. Nos últimos cinco duelos, o camisa 11 marcou seis gols e ainda distribuiu três assistências, sendo ao lado de Diego Souza uma das principais forças ofensivas da equipe.
Desde a saída de Renato Gaúcho, demitido após a eliminação do tricolor na fase de pré-Libertadores, o Grêmio disputou nove partidas e obteve oito triunfos e apenas um empate. Vale ressaltar, porém, as vitórias pela Copa Sul-Americana diante de equipes claramente inferiores, como o Aragua FC, da Venezuela, goleado por 8 a 0 pelo Imortal.
O Tricolor Gaúcho tem demonstrado algumas virtudes importantes na captação e desenvolvimento de jovens jogadores nos últimos anos. A contratação de jogadores ainda jovens, mas que pertencem a outros clubes, é uma delas.
De meia década para cá, Luan, Pedro Rocha, Everton Cebolinha e Pepê chegaram ao Grêmio perto do início da trajetória como profissionais. Pedro Rocha e Luan atuaram por clubes de São Paulo na base. Everton chegou do Fortaleza, e Pepê passou por Foz do Iguaçu e Coritiba antes de se transferir ao Grêmio.
De todos esses atletas, Pedro Rocha foi quem "explodiu" mais rápido para o futebol e fez dois gols na final da Copa do Brasil de 2016. O atacante ficou apenas três anos no clube, foi vendido para o Spartak Moscou, da Rússia, e não apresentou o mesmo nível de futebol ao retornar ao Brasil para atuar por Cruzeiro e Flamengo.
Já Luan e Everton Cebolinha elevaram o Grêmio a outro patamar graças à continuidade no clube e tempo para desenvolver. Único entre esses jogadores a não atuar na ponta, Luan jogou no clube gaúcho por seis temporadas e, em 2017, chegou ao auge. Gol na final da Libertadores, título, e eleito o craque do torneio com grandes exibições como o principal meia da equipe e com qualidade para chegar à área e concluir as jogadas.
Assim como Luan, o ponta Everton Cebolinha também teve tempo para se firmar com a camisa do Grêmio. O atacante ficou de 2013 a 2020 em Porto Alegre e chegou à seleção antes de se transferir para o Benfica. A saída de Cebolinha era questão de tempo, mas o Grêmio já tinha um sucessor preparado para assumir o bastão. Pepê também despontou depois dos 20 anos de idade e suas boas atuações chamaram a atenção do maior rival do Benfica, o Porto.
Agora é a vez de Ferreira dar continuidade ao caminho trilhado pelos ex-companheiros de Grêmio. Titular e cada vez mais importante, ele tem a trajetória um pouco diferente. Com concorrentes de qualidade, Ferrerinha foi emprestado pelo Grêmio algumas vezes. Ele defendeu o São Luiz, em 2016, Toledo e Cianorte, em 2018, e jogou pelo Aimoré em 2019.
De volta ao Grêmio, Ferreira atuou a maior parte do tempo na equipe de transição no restante de 2019. Ao todo, ele disputou 32 jogos e anotou 13 gols. Era o passo final para se firmar no profissional. Desde o ano passado, o atacante esteve em campo em 60 partidas e marcou 14 gols. Se Ferreira vai seguir os passos de Everton Cebolinha e Pepê ainda é cedo para qualquer conclusão, mas não faltam jovens promissores no Grêmio para darem sequência a essa história.