Jorge Jesus concedeu declarações ao jornalista Renato Maurício Prado que podem cair como uma "bomba" na Gávea. O técnico reconheceu o desejo de retornar ao Flamengo e ainda deu prazo: dia 20.
Com seu conterrâneo Paulo Sousa ainda sem convencer no comando do Rubro-Negro, as declarações de Jorge Jesus prometem aquecer ainda mais o caldeirão de disputas internas. Acostumado a polêmicas e mensagens diretas, JJ não pareceu incomodado com o impacto.
"Quero voltar sim, mas não depende só de mim. Posso esperar até pelo menos dia 20. Depois disso, tenho que decidir minha vida", disparou.
As declarações podem tornar ainda mais complicado o ambiente do Flamengo, mas Jorge Jesus sofreu com isso em Portugal por conta da forma como dirigentes rubro-negro abordaram sua possível volta. Jesus demonstrou até certa mágoa por sentir que nunca foi realmente uma opção séria, e garantiu que não foi convidado a voltar em dezembro, quando Marcos Braz e Bruno Spindel foram a Lisboa conversar com o ex-técnico.
"A conversa foi superficial e em momento algum me fizeram um convite ou, ao menos, me perguntaram se eu queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois se eu pedisse demissão do Benfica, teria que pagar uma multa de 10 milhões de euros. Por isso, tinha sugerido que só viajassem a Portugal em final de janeiro, quando a situação seria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir obrigação social comigo", disparou.
"Foram ver um jogo do Benfica no camarote do Porto, deram várias entrevistas, criaram uma balbúrdia desnecessária. Se me quissessem mesmo, teriam ido em janeiro, como sugeri, e poderíamos ter nos acertado", argumentou.
Nunca antes a ideia de ter um estrangeiro no comando da seleção brasileira foi tão forte. Não apenas pela aceitação popular em um Brasileirão recheado de nomes estrangeiros no banco. Mas também pela falta de opções de peso no Brasil para substituir Tite após a Copa do Mundo do Catar. Renato Gaúcho chegou a ser o favorito em determinado momento, mas o fracasso no Flamengo fez dar passos atrás na lista. Jorge Jesus chegou a ser cogitado no passado, e não negaria a proposta.
"Treinar a seleção seria um sonho. É o tipo de convite irrecusável", confessou.