O futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes. Parafraseando o lendário treinador italiano Arrigo Sacchi, o futebol tem pouca, ou nenhuma, importância neste cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia, agravado na manhã desta quinta-feira. Sinal (ou resultado) disso é que o Campeonato Ucraniano está suspenso, até segunda ordem, pelo período de um mês.
A federação de futebol ucraniana anunciou que, devido à imposição da Lei Marcial no país, o campeonato nacional está oficialmente paralisado. Em teoria, a disputa seria retomada na sexta-feira (25), após mais de dois meses de pausa em decorrência do inverno servero. Como é habitual, o Campeonato Ucraniano já passa por períodos de pausa todas as temporadas durante o auge do inverno. Desta vez, porém, o retorno não acontecerá na data programada.
Na Ucrânia, a disputa pelo título nesta temporada concentra-se entre o Shakhtar Donetsk e o Dynamo Kiev. O Shakhtar, por sinal, estaria no "olho do furacão" do conflito com a Rússia. O clube, hoje sediado em Kiev, é originalmente de Donetsk, uma das regiões reconhecidas por Vladimir Putin, presidente russo, como independente. O reconhecimento aconteceu no dia 21 de fevereiro e, desde então, os temores pela guerra avançam.
Na madrugada desta quinta-feira, a Ucrânia começou a ser invadida por tropas russas. A ação militar concentra-se neste momento na região leste da Ucrânia, onde estão localizadas as regiões separatistas e reconhecidas pela Rússia como independentes.
Enquanto a guerra avança, a bola para. O Shakthtar já sofreu num passado recente como uma situação de tensão bélica. Em 2014, os conflitos separatistas levoaram o clube a se mudar de Donetsk para Kiev. O Shakhtar é conhecido por abrigar uma legião de brasileiros, 13 no total, ao contabilizar também com Júnior Moraes, brasileiro, mas naturalizado ucraniano.