Caos até a estabilidade: António Oliveira explica momento do Corinthians

A goleada sobre o Fluminense trouxe, acima de tudo, paz para o trabalho de António Oliveira. Contestado pela forma recente do Corinthians, o técnico viu sua estratégia dar resultados contra o campeão da Libertadores, mas evitou qualquer euforia: o processo é de reestruturação e o clube deve conviver com altos e baixos.

Para António Oliveira, apesar da pressão pela série de três derrotas em sequência, o Corinthians segue o caminho natural em um ano de renovação. Mesmo nas derrotas, o técnico viu empenho e defendeu as atuações do seu grupo, com exceção para a derrota para o Juventude.

"Tenho um conjunto de jogadores que muitos deles se conheceram pela primeira vez. Eu próprio como treinador os conheci pela primeira vez. Eu sempre falei, mesmo quando ganhamos, que iria haver retrocessos. Portanto não pensavam que seriam vitórias, vitórias e vitórias, que jogamos sozinhos. Não existe isso para mais ninguém", disse.

"É perceber a reestruturação que está a ser feita no clube. Perceber que mudanças geram sempre algum desconforto, e algum caos até chegar a uma estabilidade. E essa estabilidade é preciso tempo, mas as pessoas não tem tempo, nem paciência", completou.

António Oliveira aproveitou o bom momento, com vitória, para tecer críticas aos críticos e à forma como a mídia trata os profissionais do futebol. Para ele, chegamos a um ponto em que o lado humano ficou de lado.

"O que mais me entristece é a quantidade de notícias mentirosas e plantadas que saem. Essa é uma das coisas que podemos mudar no futebol brasileiro. Deste lado estão pessoas, não estou robôs ou animais. São pessoas que têm sentimentos, emoções e merecem respeito. Que têm famílias, e que tudo isso impacta, até na saúde mental das pessoas, disparou.

Foi o caso de Cássio, reserva contra o Fluminense, mas que vinha sendo duramente criticado, apesar do status de ídolo no Corinthians. O goleiro fez desabafo no meio da semana e confessou trabalhar com psicólogos e psiquiatras para tentar passar pelo momento difícil.

"Hoje, uma vitória de um grupo que está sendo construído, uma equipe nova, que está crescendo. As pessoas cobram sem fundamento. Crítica gratuita, as palavras não são pagas, dizem o que querem", continuou.

"Cássio não é culpado de nada, estamos aqui para ajudar. Ele vai voltar forte, temos de olhar sempre para o ser humano", resumiu sobre o caso específico do goleiro, barrado na partida.