A carreira de Santi Cazorla vai recomeçando, aos poucos, no Villarreal. Mas o caminho até voltar a jogar futebol não foi fácil para o meia, que sofreu com graves problemas físicos ainda nos tempos de Arsenal.
Cazorla ficou quase dois anos sem jogar. Nesse período, passou por cirurgias no tornozelo, no pé, no tendão de Aquiles, entre outros procedimentos. Teve um novo tendão de Aquiles feito a partir das fibras da panturrilha, metal no pé e, entre as mudanças, viu um pedaço da tatuagem que fez em homenagem da filha sair do braço e parar no tornozelo.
Após isso tudo, Cazorla se considera "um quebra-cabeças". Em entrevista para o jornal britânico The Guardian, o jogador contou um pouco sobre os dramas que passou, chegando a ter medo de ter a perna amputada.
"Eu peguei uma sala de cirurgia e então surgiu o fato de que a ferida estava aberta. Eu ia de moto para o trabalho e alguns pontos se abriam. Por estar aberto, as bactérias podem entrar. Durante a noite, um líquido amarelo saía do meu pé. Todas as vezes que me costuravam, isso se abria de novo, com mais líquido. Eles fizeram um enxerto de pele, mas não viram o que tinha dentro – as bactérias estavam comendo e comendo meu tendão. Eles nunca descobriram qual bactéria era”, lembrou.
"Mikel Sánchez, o cirurgião, me tornou um caso de estudos. Ele e os fisioterapeutas disse que nunca viram um caso tão extremo. Sou um maluco por futebol. Eu conversava com minha família e dizia: ‘Acabou. Amanhã falarei com o fisioterapeuta e direi que não posso continuar’. Agora, tenho que me beliscar quando penso que vou jogar no sábado. Eu aprecio tudo, cada momento. Eu entendo os jogadores que acham que é uma dor estar preso no hotel durante a noite anterior, mas eu estive em hotéis sozinho, em hospitais também. Eu lutei por isso", completou.
Cazorla garantiu que sofreu com tratamentos na Inglaterra, mas conseguiu a recuperação na Espanha. O meia já entrou em campo três vezes pelo Submarino Amarelo, em um recomeço na bola e na vida.
"Sou otimista mesmo sentindo um pouco de dor, um certo medo, fraqueza no tornozelo e falta de equilíbrio. Apenas quero jogar a próxima partida. Depois, a próxima”.