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Sir Alex Ferguson: o poderoso chefão do United

Texto por Carlos Ramos
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Sir Alex Ferguson se tornou um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol. Tornou-se lenda no Manchester United sendo o mentor do período mais vitorioso da história do clube. Adicionou o "Sir" ao nome pelo que significou para o esporte no Reino Unido. Antes disso tudo, porém, Ferguson fez carreira como... Jogador. 

E não foi dos piores. Apesar de nunca ter defendido a seleção escocesa, nem ter se tornado grande ídolo no país, Alex Ferguson fez carreira longe da obscuridade. Depois de início no Queen's Park, passou quatro temporadas no St Johnstone e ajudou o clube a vencer a segunda divisão. 

Mais tarde, no Dunfermline, Ferguson chegou a ser artilheiro da liga local, com 31 gols. O bom desempenho chamou atenção do gigante Rangers, que o levou para o Ibrox Stadium. O atacante não teve muito destaque no time de Glasgow, seguindo depois para o Falkirk, onde ganharia de novo a segunda divisão. Em 1972/73, encerrou a carreira no Ayr United. Apesar de já ter mostrado interesse em ser técnico ainda nos tempos como jogador, a carreira como treinador iria começar para valer a partir deste momento. 

Início com título e demissão

O início de Ferguson como técnico foi ainda aos 32 anos. No verão de 1974, começou nas divisões inferiores do país comandando o East Sterlingshire. Foram poucos meses no primeiro clube até, no final daquele mesmo ano, Fergie se mudar para o St Mirren. 

No início da carreira, o técnico ficou conhecido por ser disciplinador. Em St Mirren, foi mudando um pouco isso. Ao menos dentro de campo: após um início complicado, o time, que jogava para uma média de mil pessoas na segunda divisão, foi subindo degraus com um futebol vistoso. Com um time jovem, acabou conquistando a segunda divisão em 1977. 

Na temporada seguinte, o St Mirren passou a jogar para 20 mil pessoas, e na elite do país. A equipe conseguiu se manter na primeira divisão, um grande feito na época. Mesmo com grandes resultados em campo, Ferguson acabou demitido. Foi a primeira, e única, demissão do treinador na carreira. 

"O problema foi que o St Mirren foi desestabilizado porque o técnico queria sair", explicou, anos mais tarde, Willie Todd, então presidente do clube, ao jornal The Guardian. "Não tive outra opção a não ser mandá-lo embora". 

O técnico ganha outras proporções

Pouco depois de deixar o St Mirren, Ferguson foi para o Aberdeen, clube com o qual, segundo se diz, já tinha acordo. O técnico levou a equipe a um salto enorme: o Aberdeen viveu anos de domínio na Escócia e de destaque na Europa. 

Apesar de ter conquistado apenas uma quarta colocação na primeira temporada no clube, e perdendo os títulos das Copas, Ferguson foi ajeitando aos poucos a casa. O treinador, por sinal, sempre precisou de tempo para trabalhar. Foi assim em St Mirror, no Aberdeen e assim seria, mais tarde, em Old Trafford. 

Logo na segunda temporada, o Aberdeen, de Ferguson, conseguiu bater os favoritos de Glasgow e conquistou o segundo título escocês do clube, depois de mais de duas décadas sem vencer o troféu. Por acaso, o St Mirren, antigo clube de Ferguson, fez campanha histórica naquela mesma temporada e terminou em terceiro, na frente do Rangers. 

Naquela época, apesar da conquista, e do bom futebol apresentado, Ferguson ainda era conhecido por ser um disciplinador. Entre os jogadores, tinha o apelido de "Furious Fergie", ou Fergie Furioso. Furioso, ou não, Ferguson seguiu levantando troféus pelo clube: em 1982, ganhou a Copa da Escócia. 

O técnico já tinha propostas do futebol inglês. Chegou a recusar o Wolverhampton para seguir um projeto ambicioso em seu país. Na temporada 1982/83, conquistou o maior dos feitos: venceu a Recopa Europeia, deixando o Bayern, de Paul Breitner e Karl-Heinz Rummenigge, pelo caminho; e vencendo o Real Madrid na final. 

No final de 1983, Fergie levou o Aberdeen a bater o então "Rei da Europa", Hamburgo, vencendo os alemães e conquistando a Supercopa da Europa. Nunca o Aberdeen havia sido tão falado na Europa. E nunca mais voltaria a ser. 

Na temporada 1983/84, Ferguson conquistou a Copa da Escócia e o Campeonato Escocês. O treinador chegou a receber ofertas de Rangers e Arsenal, mas optou por seguir no Aberdeen. Ainda voltaria a ganhar o Escocês mais uma vez e a Copa e Copa da Liga.

Em 1985, Ferguson fez parte da comissão técnica da seleção escocesa, trabalho que fazia ainda enquanto dirigia o Aberdeen. Após a trágica morte do técnico Jock Stein em setembro de 85, Fergie teve de assumir o time. Classificou a equipe para a Copa de 1986, mas acabou eliminado na fase de grupos e deixou o comando. Até que Old Trafford o chamou. 

Começo difícil em Old Trafford

Após ser apontado para inúmeras equipes inglesas, Ferguson, enfim, desembarcou no país em 1986. O treinador escolheu comandar o Manchester United, que vivia momento conturbado e estava em baixa. O início não foi nada fácil. A começar pela estreia: derrota para o modesto Oxford United. Depois, empate sem gols contra o recém-promovido Norwich. 

O vice-campeonato inglês de 1988, título perdido para o Liverpool, foi a grande campanha de Ferguson nos primeiros anos em Manchester. O time passou várias temporadas em posições intermediárias na tabela. Em 1989, o United chegou a ter uma sequência de oito jogos sem vencer, perdendo três jogos em sequência. 

Naquela temporada, o United acabou apenas em 13º no Inglês. Foi na mesma, porém, que Ferguson conquistou o primeiro título pelos Red Devils, o da Copa da Inglaterra, com vitória sobre o Crystal Palace na decisão. As coisas começaram a melhorar. 

Em 1990, veio a conquista da Community Shield. Em seguida, o treinador repetiu o feito que havia conseguido com o Aberdeen e conquistou a Recopa Europeia, vencendo o Barcelona na decisão. O devorador de títulos começou a aparecer. 

Os Diabos Vermelhos acordam

Sob o comando de Alex Ferguson, e com nomes como Mark Hughes, Paul Ince, Steve Bruce e com a geração de Ryan Giggs e companhia aparecendo, o United foi voltando a ser gigante. Afinal, conseguiu ser ainda maior do que já era. 

Em 1991/92, o time voltou a ser vice-campeão nacional, mas conquistou a Supercopa da Europa e a Copa da Liga Inglesa. Na temporada seguinte, na primeira edição da Premier League, Fergie contou com a chegada do francês Eric Cantona para levar o clube ao topo da Inglaterra conquistando um título histórico. 

O United começaria uma sequência de títulos inesquecível: o time foi bicampeão da Premier League na temporada seguinte, vencendo, na mesma, a Community Shield e a Copa da Inglaterra. Ferguson, que sempre teve um grande olho para jovens promessas, desde St Mirren, era o mentor de nomes como o já citado Giggs, Paul Scholes, Gary e Phil Neville, Roy Keane, Andy Cole e por aí vai. 

Com muitos deles, conquistou, ainda na década de 1990, a Premier League em um total de seis vezes. A temporada 1998/99 ficou marcada de forma especial: o United foi campeão do Inglês, da Copa da Inglaterra e, pela primeira vez na história do clube, da Liga dos Campeões. Ganhou, ainda, o Mundial.

Por incrível que pareça, 1999 não foi o ano mais vitorioso do técnico pelo clube. Em 2007/08, Fergie levou o United de novo ao título da Liga dos Campeões, vencendo ainda a Community Shield, a Premier League e o Mundial de Clubes. 

Um grande recordista

A grande dificuldade de Ferguson na carreira não foi ganhar títulos, mas sim deixar Old Trafford. Foram vários e vários pedidos da família para ele parar de trabalhar. Isso só foi acontecer na temporada 2012/13, em final com chave de ouro: mais um título inglês para a galeria. 

Ferguson é o treinador mais vitorioso do futebol inglês, com 13 títulos da Premier League no currículo. É, também, um dos mais vitoriosos na Europa. São duas Ligas dos Campeões, duas Supercopas e duas Copas dos Campeões, além de dois Mundiais na galeria. Ferguson é um dos técnicos mais vitoriosos do mundo: são, ao todo, 49 títulos. 

Ferguson é um raro exemplo de treinador de sucesso na Escócia e na Inglaterra, conquistando as ligas e todas as Copas dos dois lados. Mas foi mesmo em Old Trafford que deixou marca maior. Além de todos os títulos, conseguiu a incrível marca de comandar o United em 1500 jogos. Ferguson estabeleceu uma nova era dentro do United, e a mais vitoriosa da história do clube. 

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