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      Lev Yashin: o Aranha Negra

      Texto por Carlos Ramos
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      O Brasil teve Pelé, a Argentina Maradona e Messi, a França Justin Fontaine e Zidane, Portugal Eusébio e Cristiano Ronaldo, Peru Cubillas, a Hungria Puskás, a Alemanha Gerd Müller, a Inglaterra Charlton, a Holanda Cruijff... A missão de todos os grandes craques das principais seleções do mundo é fazer gols.

      Mas na Rússia, então União Soviética, o grande nome da história do país tinha que fazer o contrário: evitá-los. Debaixo das traves, Lev Yashin era uma espécie de "o Pelé dos Goleiros". Era o "Aranha Negra", eleito por muitos como o melhor goleiro da história do futebol. 

      Acima de tudo, Yashin era um revolucionário. Por seu uniforme todo preto (daí ser o Aranha Negra), por seus saltos incríveis, por seu posicionamento e por nunca ter deixado seu país. Por opção. Pode-se discutir se Yashin foi, ou não, o melhor goleiro da história. Mas que ele revolucionou a posição, isso é inegável. 

      O início difícil

      Yashin não teve um início de carreira fácil. Primeiro porque vinha de família humilde e trabalhava em uma fábrica. Depois por Aleksey Khomich, experiente goleiro soviético que era o dono do gol do time no início da década de 1950. Segundo porque o então jovem Yashin não se firmou no Dínamo Moscou logo de cara. 

      Nos primeiros anos, via Khomich ser titular e optava por jogar no time de hóquei sobre o gelo. Chegou a ser campeão na modalidade, mas foi, aos poucos, lapidado por Khomich para assumir o gol no futebol. Khomich foi para o Dínamo Minsk, e Yashin, com 24 anos, assumiu a meta em Moscou. 

      Titular do time desde 1953, passou a ser convocado para a seleção olímpica e foi titular na campanha do título das Olimpíadas de Melbourne, na Austrália. A União Soviética venceu na final a Iugoslávia, com gol de Anatoli Ilyin. Yashin fechou o gol no torneio, sofrendo apenas dois gols. 

      Goleiro vira referência 

      Yashin ia virando referência não só no Dínamo, que dominaria o país quatro vezes na década de 1950, mas também na seleção soviética. O Aranha Negra mostrava muita elasticidade, realizando defesas incríveis. Era pioneiro também em jogar fora do gol, fechando bem o ângulo dos atacantes ou saindo para cortar cruzamentos. Jogava também com o pé, muitas vezes sendo uma espécie de líbero.

      Muitos criticaram o goleiro por isso, mas Yashin era apenas um homem na frente de seu tempo. Elástico e ágil, Yashin virou o número 1 da União Soviética. Foi titular da Copa de 1958, mas levou dois gols de Vavá na derrota para o Brasil e não evitou a eliminação para a Suécia, nas quartas de final daquele Mundial. 

      Em 1960, disputou a primeira Eurocopa da história pela União Soviética. Fechou o gol contra a Tchecoslováquia, na semifinal, e celebrou o título na prorrogação de uma eletrizante final contra a Iugoslávia, no Parque dos Príncipes. 

      Ídolo nacional 

      As grandes atuações no Dínamo e na seleção até chamaram a atenção dos grandes clubes da Europa, mas Yashin nunca deixou a União Soviética. "Eu não poderia me imaginar vivendo em qualquer lugar fora", chegou a dizer certa vez. 

      Em 1962, o goleiro faturou a Bola de Ouro da revista France Football, sendo o único goleiro a alcançar tal feito. O fez mesmo sem jogar uma Liga dos Campeões, já que as equipes soviéticas não participavam do torneio. Mas suas defesas incríveis e os muitos pênaltis defendidos acabaram falando mais alto. 

      O goleiro foi titular novamente da União Soviética na Copa de 1962 e na Eurocopa de 1964, mas se consagrou mesmo em 1966. Já experiente, foi um dos grandes nomes do time que terminou em quarto lugar naquela Copa. Foi bem até na eliminação na semifinal, contra a Alemanha. 

      Marcado fora de campo por ser um operário e defender a pátria acima de tudo, Yashin seguiu seus ideais até o fim. Até o final da carreira, só defendeu as cores do Dínamo e da seleção soviética. Esteve na Copa de 1970, mas já reserva. Deixou os gramados no ano seguinte, mas seguiu como dirigente no Dínamo. 

      Yashin teve de amputar a perna por problemas circulatórios na década de 1980. Em 20 de março de 1990, faleceu em decorrência de um câncer no estômago. 

       

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