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    Muricy Ramalho: aqui é trabalho!

    Texto por ogol.com.br
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    Muricy Ramalho foi um bom meia. Possivelmente foi mais que isso. Mas certamente ficou lembrado no futebol principalmente pela vitoriosa carreira como treinador, deixando marca no São Paulo, que conquistou hegemonia no país sob seu comando. 

    O Tricolor, por sinal, entrou na vida de Muricy ainda nos tempos de jogador. Muricy chegou no clube ainda como Murici, um menino que tentava a sorte no futebol. Na escolinha de futebol do São Paulo, teve seu primeiro contato com a bola. 

    O meia foi da base ao profissional no Morumbi. Com cabelo longo, e muita personalidade, conquistou espaço no meio-campo do time e, com o passar dos anos, se tornou referência no setor no futebol brasileiro. Mas Muricy não chegou a ser jogador de seleção. 

    Na verdade até o era, e chegou a ser cotado para jogar a Copa de 1978, mas uma lesão acabou com sua chance. No ano seguinte, o meia deixou o Morumbi e foi vendido ao Puebla, do México, onde também conquistou idolatria nos anos que atuou. 

    Além da qualidade com a bola nos pés, Muricy se destacava também pela liderança, tanto no futebol brasileiro quanto na carreira no México. Foi um dos líderes do Puebla e do São Paulo no período em que jogou, sendo campeão tanto brasileiro, quanto mexicano. 

    Teve ainda uma passagem no América, do Rio de Janeiro. Mas foi sob o comando de Rubens Minelli no São Paulo que adquiriu o conhecimento para, anos mais tarde, se tornar técnico de futebol, iniciando carreira no México no próprio Puebla. 

    Volta ao Brasil para aprender com outro mestre 

    Muricy voltou ao Brasil depois de inicio de carreira no México e, no São Paulo, foi auxiliar de Telê Santana. As referências de Muricy como treinador se misturam entre o que viu quando era jogador de Minelli e auxiliar de Telê, dois dos maiores treinadores de nossa história. 

    Ainda na década de 1990, Muricy chegou a assumir o Tricolor no lugar de Telê, que sofria com problemas de saúde. Mas a primeira passagem no Morumbi não foi a mais vitoriosa. Muricy deixou o clube ainda sem ser o técnico que se esperava. 

    Nos anos seguintes, rodou por equipes do interior paulista e trabalhou até no futebol chinês, no Shanghai Shenhua. A passagem que mudou o patamar da carreira de Muricy Ramalho como treinador foi pelo Náutico, no início do século XXI. 

    A passagem pelo Timbu 

    Em 2001, o Náutico completou 100 anos de idade. O Timbu estava há 11 anos sem ser campeão, e o Sport lutava pelo hexacampeonato. Apesar de enfrentar dificuldades, e de receber um time com investimento menor comparado ao rival, Muricy prosperou. 

    A primeira passagem pelo clube durou poucos meses, mas Muricy ajudou o Náutico a quebrar a sequência do Sport para ser campeão pernambucano no ano do centenário. O treinador, porém, deixou o clube em poucos meses para acertar com o rival, Santa Cruz, mas acabou rebaixado no Santinha. 

    Na volta ao Náutico, para o Pernambucano de 2002, Muricy foi campeão estadual novamente e deixou o clube muito adorado pelos torcedores. Para muitos, a passagem de Muricy pelo Náutico mudou o patamar da carreira do treinador. 

    O rei dos estaduais 

    Muricy terminou 2002 em alta, evitando o rebaixamento do Figueirense no Campeonato Brasileiro com um perfil motivador. Dali, seguiu para o Internacional, sendo campeão gaúcho no ano seguinte e terminando o Campeonato Brasileiro na sétima colocação. 

    Com seu auxiliar Tata, amigo de anos, Muricy mudou no ano seguinte para São Caetano e, com um time ofensivo, garantiu ao clube o primeiro, e único, título no Campeonato Paulista. Marcado pelos vice-campeonatos nos anos anteriores (do Brasileiro e da Libertadores), o Azulão faturou o Paulistão com Muricy, eliminando São Paulo, nas quartas, e Santos, nas semifinais. 

    O bom trabalho de Muricy no Anacleto Campanella terminou naquele mesmo ano, depois de uma sequência ruim no Campeonato Brasileiro. Mas o treinador já tinha mudado de patamar e manteve a fama de campeão com o quinto estadual seguido, novamente o Gaúcho pelo Inter em 2005. 

    Muricy deixou marcas no Colorado, que fez um grande Brasileiro naquele ano. Brigou até a última rodada pelo título com o Corinthians, mas acabou vendo os paulistanos campeões depois de uma competição de muitas polêmicas de arbitragem. 

    Volta triunfal 

    Depois de boa campanha no Inter, Muricy recebeu o convite de voltar ao Morumbi. Ali, onde tudo começou, se tornou em um dos maiores técnicos da história do nosso futebol. A missão não era fácil, já que o Tricolor era o atual campeão da América e do Mundo. 

    Lidar com elencos vitoriosos pode ser mais complicado do que com equipes com moral baixa. Mas Muricy manteve o alto nível do São Paulo. O treinador soube lidar com o vestiário e com as lideranças do elenco e montou um esquema com três zagueiros que foi a base para mais três anos vitoriosos. 

    2006 teve alguns momentos turbulentos, como a perda das finais no Paulista, na Recopa e na Libertadores. Mas, ao fim do ano, o São Paulo foi campeão brasileiro com nove pontos de frente para o vice-campeão, o Internacional, seu antigo clube. 

    Com o apoio do presidente Juvenal Juvêncio, Muricy superou eliminações no Paulista e na Libertadores nos anos seguintes para tornar o São Paulo tricampeão brasileiro, se consolidando de vez como um dos maiores treinadores do Brasil. 

    Depois de mais de 250 jogos no período, Muricy deixou o Morumbi em 2009 após nova eliminação na Libertadores. Ainda naquele ano, mudou para o Palmeiras, mas não conseguiu sucesso no rival e deixou o clube ainda em 2010. 

    Mais títulos 

    Muricy Ramalho foi comandar o Fluminense em 2010 e logo conquistou a torcida tricolor. Naquele mesmo ano, foi convidado por Ricardo Teixeira para assumir o comando da seleção brasileira no lugar de Dunga, demitido após a Copa de 2010. 

    Muricy era, então, o principal técnico do país, mas rejeitou o pedido já que não foi liberado pela diretoria carioca. O treinador terminou o ano com mais um título brasileiro no currículo, conquista comandada pelo argentino Dario Conca. 

    No ano seguinte, o treinador deixou as Laranjeiras para comandar o Santos. Assumiu o Alvinegro em situação complicada na Libertadores, mas, com Neymar, Ganso e companhia, conseguiu a recuperação, e o time foi avançando no mata-mata até chegar na final. 

    O título que faltou para Muricy no Morumbi veio na Vila Belmiro. Ou melhor, no Pacaembu. Em uma grande partida, o Peixe venceu o Peñarol e conquistou a Libertadores, algo que só havia conseguido com Pelé. Muricy entraria para a história também do Santos. 

    No final do ano, porém, resolveu mudar o esquema tático para enfrentar o Barcelona e acabou levando uma goleada de 4 a 0 para o Barcelona na final do Mundial de Clubes. Mas o treinador seguiu na Vila no ano seguinte. 

    Campeão Paulista, Muricy foi especulado no São Paulo, mas foi no Peixe que seguiu até o final de maio de 2013, quando acabou demitido após derrota na final do Campeonato Paulista. O Morumbi, então, o acolheu de volta nos anos seguintes. 

    Na segunda passagem pelo São Paulo, Muricy abriu mão dos três zagueiros e apostou em muitos meninos da base. Beirou os 400 jogos no comando do clube, mas acabou saindo em acordo com a diretoria após um período sem títulos. 

    A última experiência de Muricy como técnico foi no Flamengo. Acabou não terminando 2016 no comando do clube por problemas de saúde. Abandonou, então, o futebol, e passou a se dedicar a carreira como comentarista de TV. 

    Segundo Muricy, não existe segredo no futebol. O segredo é o trabalho. Afinal, "aqui é trabalho, meu filho", como costumou dizer o técnico ao longo da carreira (e também depois, como comentarista). 

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