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Biografia

Júnior 'Capacete': um Maestro dentro e fora dos campos

Texto por Ryann Gomes
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Campeão mundial e brasileiro pelo Flamengo, titular da seleção brasileira na Copa de 1982, técnico do Corinthians por apenas duas semanas, estrela do Beach Soccer; cantor e dono de um disco de platina, além de comentarista esportivo... Ufa!

Acredite, Júnior já foi tudo isso, mas sem querer. Se perguntasse para ele há pouco mais de 40 anos, o ex-lateral esquerdo diria que não tinha como sonho nada disso.

Leovegildo Lins da Gama Júnior, hoje com 61 anos, tem um perfil que foge do tradicional no mundo do futebol. Paraibano criado em Copacabana, filho de empresário e que só não se formou em administração por causa do futebol.

Início e idolatria no Flamengo

Como jogador, Júnior, que nasceu em João Pessoa, no dia 29 de junho de 1954, foi lançado no time profissional do Flamengo no começo dos anos 70, quando tinha 19 anos, após frear o sonho de ser veterinário.

No início, ele atuava como lateral-direito, mas depois se efetivou na lateral-esquerda, onde colocou no banco de reservas Vanderlei Luxemburgo, hoje técnico.

Ao lado de Zico, Adílio, Nunes, Andrade, Tita e outras craques, Júnior formou um dos melhores times do Flamengo em todos os tempos. Sobraram títulos no final dos anos 70 e começo dos anos 80. 

Os mais importantes foram os brasileiros de 80, 82 e 83, a Libertadores da América de 81 e o Mundial Interclubes do Japão (então Intercontinental), diante do Liverpool, no mesmo ano.

Papel importante numa brilhante seleção

A partir de 1979, Júnior passou a ser nome certo nas convocações da seleção brasileira. O "Capacete", apelido dado pelos seus colegas de clubes, fez parte do inesquecível time de 82, comandado por Telê Santana.

O Brasil, mesmo sendo o grande favorito, foi eliminado na Copa do Mundo da Espanha pela Itália, de Paolo Rossi, no estádio Sarriá.

Com a camisa canarinho, Júnior fez 81 partidas e marcou 5 gols, um deles foi justamente no Mundial da Espanha, em 82, contra a Argentina. A seleção brasileira bateu o time do novato Diego Armando Maradona por 3 a 1.

Brilho na Itália

Depois de brilhar no Flamengo, o Maestro Júnior, como ficou conhecido, partiu para a Itália. Lá, ele defendeu o Torino, de 1984 a 1987, e o Pescara, de 1987 a 1989. 

Mesmo sem grandes conquistas em território italiano, o jogador deixou sua marca no velho continente e foi eleito o segundo melhor estrangeiro da Serie A, ficando à frente de grandes nomes do futebol mundial como Careca, Gullit, Rijkaard, van Basten e Armando Maradona, perdendo apenas para Lothar Matthäus, que levou a Inter a um scudetto cheio de recordes.

Retorno ao Rubro-Negro

Retornou ao Brasil, mais uma vez para vestir a camisa do Flamengo, em 1989, onde comandou o jovem time da Gávea, que tinha Nélio, Marquinhos, Fabinho, Paulo Nunes, Marcelinho, entre outros, ao título brasileiro de 1992. 

À época, Júnior era o meio-campista da equipe comandada pelo técnico Carlinhos e que derrotou o Botafogo nas finais. Júnior, aliás, marcou gols nos dois jogos decisivos: 3 a 0 e 2 a 2.

Júnior encerrou a carreira em 93. Chegou a receber propostas para defender outras equipes, entre elas o Botafogo, mas não quis trocar o seu amor, o Flamengo, por um time rival. 

Protagonista na popularização do Beach Soccer

Em 1994, depois de pendurar as chuteiras, Júnior partiu para uma que é considerada a grande empreitada de sua carreira: a de alavancar o até então incipiente futebol de areia à condição de esporte reconhecido e sucesso de público. 

De pés descalços, exibindo sua grande qualidade, participou das primeiras grandes conquistas da seleção brasileira de Beach Soccer, tendo depois a companhia de outros grandes craques do campo, como Zico e Cláudio Adão.

É considerado até os dias de hoje por muitos especialistas como o maior jogador da história deste esporte. 

Aventuras frustradas à beira do campo

Após encerrar a carreira, Júnior substituiu Evaristo de Macedo no comando técnico do Flamengo em 1994. E depois tornou a comandar o Rubro-Negro em 1997. No total, o treinador Capacete acumulou dois vice-campeonatos do Campeonato Carioca.

Em 2003, a ‘desilusão’ foi maior. Contratado pelo Corinthians para a disputa do Paulistão, Júnior acabou não tendo suas reivindicações atendidas e deixou o comando do Timão após três partidas. Foram apenas duas semanas no comando técnico do Alvinegro do Parque São Jorge.

Sucesso na música e nas transmissões de TV

O sucesso e o talento nos gramados e nas areias pelo mundo sempre dividiram atenções com a música na vida de Júnior. 
Momentos antes da Copa de 82, por exemplo, Júnior gravou um álbum com a música Povo Feliz, que ficou mais conhecida como "Voa, Canarinho".

A canção virou a trilha sonora da Seleção Brasileira naquela Copa e o CD vendeu mais de 720 mil cópias, garantindo ao craque da bola um Disco de Platina, grande honraria no mundo da música. Já nos anos 2000, surgiu uma nova faceta do Capacete. De cabelos grisalhos, Júnior se tornou comentarista esportivo. 

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