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Túlio Maravilha e seu conto de fadas no futebol

Texto por Carlos Ramos
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Para muitos, apenas mais um fanfarrão da bola. Para outros, ídolo incontestável. A única unanimidade é confirmada pelos números: Túlio Maravilha foi um dos grandes artilheiros do futebol brasileiro. 

Túlio nasceu em Goiânia no dia 2 de junho de 1969. Vindo de uma família que torcia pelo Vila Nova, começou a ir ao Serra Dourada vestindo colorado, mas começou a jogar futebol com as cores verdes do Goiás. 

Jogou no Esmeraldino todas as categorias de base, dos 12 aos 18 anos, como meia-armador. Foi quando subiu ao profissional e já mostrou, desde muito jovem, que havia nascido para fazer gols, sendo deslocado ao ataque por uma improvisação que mudou sua história. 

Em 1989, em seu segundo ano como profissional, marcou 11 gols em 18 jogos no Campeonato Brasileiro e terminou como principal goleador da competição. 

Em 1991, Túlio passou dos 30 gols na temporada pelo Esmeraldino. Já convocado algumas vezes para a seleção brasileira, acabou deixando o Brasil para jogar pelo Sion, da Suíça, em 1992. 

O goleador teve dificuldades para se adaptar ao frio do novo país, mas seguiu esquentando as coisas em campo. Marcou 21 gols em sua primeira temporada no clube, mas em 1994 conseguiu o que queria: voltou ao Brasil e vestiu a camisa do Botafogo, onde se tornaria ídolo. 

Túlio e seu conto de fadas de gols 

Em General Severiano, Túlio Maravilha viveu o ápice. Marcou um hat-trick em uma goleada de 6 a 0 contra o América e ouviu a torcida começar a o chamar de Maravilha. 

Quando chegou no Campeonato Brasileiro, depois de ser o goleador do Carioca, anotou 19 tentos e terminou como artilheiro, ao lado de Amoroso, apesar de o Alvinegro ter caído ainda nas quartas de final. 

Foi em 1995 que Túlio viveu sua melhor temporada. Elevou não só seu futebol a outro patamar, como também se colocou ao lado de Romário, Edmundo e Renato Gaúcho nas provocações fora de campo. 

Virou, de vez, um personagem. Um personagem de frases de efeito, de provocações aos rivais, mas, principalmente, um goleador nato que marcou nada mais, nada menos, que 50 gols naquele ano de 1995. 

Túlio se tornou Túlio Maravilha. Foi o cara do Botafogo em um momento único de um clube que sucumbia há anos sem um grande título, órfão de seus ídolos do passado. 

Túlio carregou um time que estava longe de ser uma unanimidade. Carregou, muitas vezes, nas costas. Depois de um Campeonato Carioca simplesmente espetacular, com direito a duas partidas com quatro gols, fez o  clube sonhar no Brasileiro. 

Teve atuações marcantes, como a contra o Grêmio, de Jardel, onde marcou dois gols; na vitória sobre o Flamengo, de Romário, Sávio e Edmundo; ou na goleada sobre o Atlético Mineiro, marcando dois dos cinco gols no triunfo por 5 a 0. 

Túlio apareceu, mesmo, nos momentos decisivos. Túlio marcou o único gol do time nas semifinais, que acabou com classificação em cima do Cruzeiro. 

Na decisão, que ficou marcada por uma arbitragem polêmica contra o Santos, marcou tanto no Rio quanto na casa santista. O Alvinegro voltou a ser Glorioso, graças as maravilhas de Túlio. 

Pela primeira vez, Túlio foi campeão brasileiro. Conseguiu, também, mais uma artilharia, com 23 gols. Seu conto de fadas no Botafogo, porém, acabou na temporada seguinte. 

O Túlio andarilho

Depois das glórias de 1995, que tiveram também um vice-campeonato da Copa América com certo protagonismo na seleção, Túlio deixou o Botafogo em 1996. 

Era um dos grandes jogadores brasileiros na época, mas viu sua carreira mudar de rumos nos anos seguintes. No Corinthians, Túlio não conseguiu tanto protagonismo com Nelsinho Baptista e deixou o clube ainda em 1997 para jogar no Vitória. 

Voltou ao Botafogo em 1998 e depois em 2000, mas sem o grande desempenho de antes. Túlio, então, passou a ser um andarilho da bola, atuando por muitas equipes. 

Jogou no clube do coração quando pequeno, o Vila Nova, e rodou o Brasil e o mundo, com passagens também por Hungria, Bolívia e Arábia Saudita. 

A busca dos mil gols 

Túlio voltou a ter certo protagonismo no cenário carioca em 2004, quando foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca. No ano seguinte, conseguiu a artilharia da competição, com 12 gols, e foi vice-campeão, perdendo para o Fluminense com gol de Antônio Carlos quase no fim. Ambas as campanhas foram pelo Volta Redonda. 

Túlio, é bem verdade, nunca deixou de fazer gols. Em alguns clubes, marcou com frequência maior, outras menor. Mas a bola sempre procurava a rede. 

Quando veterano, manteve a perseguição pelo que seria, em suas contas, o milésimo gol. Os números são contestados e o próprio Túlio sempre brincou sobre o fato, apesar de garantir que chegou aos mil gols em 2014, quando marcou de pênalti pelo Araxá na vitória sobre o Mamoré, pelo Módulo II do Mineiro. 

O gol 1001, nas contas de Túlio, só saiu em 2019, quando marcou para o Taboão da Serra na A3 do Paulista contra o São Carlos. Foi seu último clube, jogo e gol, aos 49 anos. 

Apesar de todo o folclore, Túlio encerrou a carreira com 592 gols em partidas oficiais, ao longo de 771 jogos. Nunca será esquecido em General Severiano e deixou o futebol como um dos grandes artilheiros do país. 

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Túlio Maravilha
Túlio Maravilha (BRA)
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