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    Expresso da Vitória: 1945-1952

    Texto por Carlos Ramos
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    O Expresso da Vitória é considerado um dos grandes times da história do Vasco. A equipe conseguiu soberania no Rio de Janeiro e ainda conquistou o histórico Sul-Americano de 1948. 

    A história do grande time começou, na verdade, com um grande fracasso. Ou melhor: a sucessão de pequenos fracassos ao longo dos anos. O Vasco sofreu um longo jejum de títulos entre o fim da década de 1930 e início dos anos 1940.

    Tudo começou a mudar em 1942. Cyro Aranha assumiu a presidência do Vasco e plantou as sementes para um futuro vencedor: criou o departamento infanto-juvenil, apostou na contratação de jovens promissores e começou a pensar no futuro. 

    Foi nesta época que foram contratados alguns dos pilares do período vitorioso: do goleiro Barbosa ao goleador Ademir Menezes, passando por Orlando Lelé, Isaías e Jair da Rosa Pinto, o trio vindo do Madureira. 

    A chegada de Ondino 

    Outra decisão importante de Aranha foi a contratação do técnico Ondino Vieira. De passagem vitoriosa nas Laranjeiras, o treinador montou o esquadrão. 

    Ondino armou o Vasco no 4-2-4, esquema que ajudou a implementar no Brasil, e encontrou o lugar certo para Ademir, que acabou por ser o grande goleador do time. 

    Com Ondino, o Vasco encerrou a seca de títulos e, em 1945, conquistou, de forma invicta, o Campeonato Carioca. Foi o primeiro grande ato daquela geração. 

    Em 1947, sem Ademir, que fora jogar por um tempo no Fluminense, e sem Ondino, o Vasco conquistou mais um Carioca invicto, dessa vez com uma linha de frente composta por Friaça, Djalma, Lelé, Chico e Maneca. 

    O apelido Expresso da Vitória, dado por um cantor em uma rádio local, vem da maneira como o time vascaíno atropelava os rivais. No Carioca de 1947, foram 17 vitórias e três empates nos 20 jogos, com 68 gols marcados, um saldo positivo de 48 gols. 

    1948: o grande ato

    O grande feito do Expresso da Vitória aconteceu em 1948, já sob a batuta do técnico Flávio Costa. Pelo título invicto do Carioca de 1947, o Vasco foi convidado a participar do Sul-Americano de Clubes Campeões

    O torneio, organizado pelo Colo-Colo, do Chile, em conjunto com Luiz Valenzuela, então presidente da Conmebol, reunia grandes campeões do continente. 

    Além do Vasco, participaram o Nacional, do Uruguai; River Plate, da Argentina; Emelec, do Equador; Colo-Colo, do Chile; Litoral, da Bolívia; e Municipal, do Peru. 

    Anos mais tarde reconhecido pela Conmebol como o precursor da Libertadores, o Sul-Americano foi uma revolução para a época e colocou frente a frente os gigantes do continente. 

    Para disputar o torneio, o Vasco contava novamente com o ídolo Ademir, que foi fundamental na campanha. Depois da vitória por 2 a 1 sobre o Litoral, gol de Lelé, o Vasco goleou o Nacional, do Uruguai, com um show: 4 a 1, com gols de Ademir, Maneca, Danilo e Friaça. 

    Ademir, porém, se machucou nessa partida. Mesmo sem o craque, o Vasco goleou o Municipal (4 a 0) e superou o Emelec com uma vitória magra, gol de Ismael. 

    A decisão ficou para o jogo contra o River Plate, após empate com o Colo-Colo em 1 a 1. O Vasco jogava pelo empate, mas seria quase impossível segurar La Maquina, o grande time argentino que tinha, entre outros, Alfred Di Stéfano. 

    Nessa partida, o Expresso da Vitória provou que não era apenas um time com um grande ataque: se valeu da defesa para segurar o empate que garantiu o título. 

    O grande nome da partida foi o goleiro Barbosa, que fez uma defesa espetacular em tentativa de Di Stéfano e pegou um pênalti de Labruna no primeiro tempo e conseguiu segurar o 0 a 0 após os 45 minutos finais. Foi o grande título do Expresso, campeão continental. 

    Expresso segue atropelando 

    Mesmo depois do título do Sul-Americano, o Expresso da Vitória continuou atropelando os adversários. Em 1949, o time ainda contou com o reforço do atacante Heleno de Freitas.

    Resultado: mais um título carioca invicto e incríveis 84 gols marcados em 20 jogos, um recorde da competição, com direito a um 5 a 2 sobre o Flamengo após estar perdendo por 2 a 0. 

    O Expresso da Vitória formou a base da seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1950, cedendo, inclusive, o técnico Flávio Costa. 

    Depois da Copa, e com algumas novidades no elenco, entre elas o ídolo Bellini, o Vasco ainda conquistou mais dois títulos do Carioca (1950 e 1952) antes do fim do Expresso da Vitória. Fim nos campos, mas jamais na memória do torcedor vascaíno. 

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