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      Brasileirão
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      1986: o Brasileirão dos artilheiros, e de um Careca que fez o Guarani sofrer

      Texto por Carlos Ramos com Paulo Mangerotti
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      O Campeonato Brasileiro de 1986 teve polêmica. Teve um regulamento um tanto confuso. Um torneio inchado, com mais jogos que as sete edições anteriores. Mas houve espaço, também, para qualidade. Afinal, o Brasil via a geração de Zico, Falcão e Sócrates dar espaço para nomes como Silas, Müller e Casagrande. No meio dessa transição de jogadores, um campeonato muito disputado. 

      No meio das polêmicas, de ações judiciais e até um doping de um jogador do Sergipe que quase eliminou o Vasco (o Joinville herdaria os pontos dos sergipanos, eliminando o Cruz-Maltino), Zenon, então do Atlético Mineiro, lembra para oGol que aquele campeonato foi muito disputado, recheado com grandes craques. 

      "Na época, era muito difícil ser campeão brasileiro. Os times eram fantásticos, não tinha time ruim. Você ia para a Bahia, para o Norte, os times eram bons. Porto Alegre, Minas... Então você chegar entre os quatro já era uma grande façanha. E ser campeão era detalhe", recorda Zenon.  

      Grande prova disso foi a eliminação precoce do Palmeiras. Depois de liderar a segunda fase, na frente do São Paulo, que viria a ser campeão, o Alviverde foi derrubado no mata-mata pelo Bahia, nas quartas de final. Destaque daquele time e daquele campeonato, Mirandinha recorda o grande ano que viveu, com 21 gols na competição.

      "Briguei jogo a jogo, ponto a ponto, gol a gol, com Careca, Evair, Serginho Chulapa, Dino, ex-Santos, Lima, ex-Corinthians, enfim... Uma enormidade de craques e atacantes que dava gosto de jogar contra e aprender com eles. Tivemos grandes nomes no futebol brasileiro naquele período, início dos anos 1980, e eu tive realmente a felicidade. O próprio Careca, nós disputamos o título até o momento que o Palmeiras esteve presente na competição, que foi contra o Bahia, quando perdemos no mata-mata da competição por 2 a 0 em Salvador e ganhamos no Pacaembu de 1 a 0, mas não foi o suficiente para seguir adiante. Até aquele momento eu era o artilheiro do Campeonato Brasileiro com 21 gols. Saí naquela oportunidade contra o Bahia, aí o Evair e o Careca ficaram disputando a artilharia até o final", recordou Mirandinha, também para oGol

      Com Mirandinha pelo caminho, Evair e Careca seguiram adiante. O atacante bugrino, inclusive, ajudou a eliminar o Atlético Mineiro, de Zenon, na semifinal, colocando o Guarani em mais uma decisão de Campeonato Brasileiro. 

      "Não conseguimos fazer um bom jogo no Mineirão, empatamos 0 a 0, e aí o Guarani venceu a gente por 2 a 1. Mesmo a gente fazendo 1 a 0 no começo. Mas era recompensador você chegar em uma semifinal", garantiu Zenon, recordando o jogo contra o ex-time.

      Os Menudos 

      A grande revolução naquele ano aconteceu no Morumbi. Pepe, ídolo do Santos, deu continuidade ao trabalho de Cilinho e apostou na base. Os chamados "Menudos" do Morumbi foram a grande sensação daquele campeonato. 

      "Eu cheguei no São Paulo tinha 16 anos, menino ainda. Logo em seguida, estar convivendo com Careca, Oscar, Dario Pereira, da seleção uruguaia, o próprio Gilmar. Ainda tinham os jogadores que surgiram com a gente: Müller, Bernardo, Sidney, Nelsinho, Zé Teodoro... Foi um começo com jogadores experientes, mas com muita qualidade técnica e humana, e jogadores jovens da mesma forma. Foi o casamento perfeito", recordou Silas, em conversa com oGol

      Aquele São Paulo foi o casamento perfeito entre experiência e juventude. E contou com muitos gols de Careca para fazer história. As quartas de final ficaram marcadas: depois de perder no Rio para o Fluminense, o Tricolor fez 2 a 0 no Morumbi, gols de Careca e Müller, e avançou. 

      Mas o melhor ficou para o final. A decisão do Morumbi ficou empatada, assim como a do Brinco de Ouro. 3 a 3, depois de um jogaço. Careca buscou o empate para os tricolores já perto do fim da prorrogação, com um golaço, seu 25º na edição, da qual foi artilheiro, com um a mais que Evair. E o eletrizante campeonato foi decidido nos pênaltis, e terminou com festa do São Paulo. Os "Menudos" levaram ao Morumbi o segundo caneco são-paulino. 

      Números da edição

      Média de gols: 2,09 gol/jogo

      Melhor ataque: São Paulo - 62 gols

      Artilheiro: Careca (São Paulo) - 25 gols

      Jogador com mais partidas: Paulo Silas (São Paulo) e Marco Antônio (Guarani) - 33 jogos

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