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    Copa do Mundo 1970: a arte domina o mundo

    Texto por ogol.com.br
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    Há sempre a busca pela excelência, e sempre a necessidade de se escolher o melhor. Foi Michael Schumacher o maior piloto de fórmula 1, ou Louis Hamilton? Foi Muhammad Ali o maior pugilista da história, ou Sugar Ray Robinson? Michael Jordan ou Lebron James? Talvez Magic Johnson... Federer ou Nadal? Quem sabe Djokovic... Pelé ou Maradona? Mas aí está Messi... Mas em termos coletivos, no futebol, é difícil achar uma seleção como o Brasil de 1970. E é difícil fazer um texto sobre a Copa do Mundo disputada no México sem que o time de Zagallo seja o centro das atenções... 

    Mas antes de falar do Brasil de Zagallo, Pelé e companhia, precisamos contextualizar um pouco. Afinal, aquela Copa teve outros craques e histórias marcantes. Teve Teófilo Cubillas, talvez o maior jogador peruano de todos os tempos; teve Gerd Müller, o grande atacante alemão; e Gordon Banks, com uma defesa eterna. 

    A Argentina não conseguiu classificação, assim como França, Espanha e Portugal. Já o Marrocos colocava a África em um Mundial pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. 

    A Copa de 1970 teve como especificidade ser também a primeira televisionada para o mundo em cores, e foi também o primeiro Mundial com o uso de cartões amarelos e vermelhos. 

    A formação esquadrão

    A seleção brasileira mudou de técnico pouco antes da Copa: muito contestado, João Saldanha deu lugar a Zagallo. O Velho Lobo não repetiu os erros de Vicente Feola quatro anos antes. 

    Se a preparação brasileira para a Copa do Mundo de 1966 foi um desastre, com um grupo inchado e defasado fisicamente, para a Copa de 1970 o Brasil se reuniu quase quatro meses antes da estreia, viajou ao México mais de um mês antes do primeiro jogo e teve como um dos principais focos a preparação física. 

    Carlos Alberto Parreira, que seria campeão como técnico da seleção, ajudou a preparar o time com métodos inovadores, como o teste de Cooper. O Brasil chegou voando para a Copa...

    Zagallo, revolucionário dentro, e fora de campo, também fez uma aposta ousada no time: escalou cinco camisas 10 como titular. Foram eles: Pelé, Rivellino, Jairzinho, Tostão e Gerson. Deu certo... 

    Na estreia, uma goleada de 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia com grande atuação de Gerson, com seus lançamentos espetaculares, e gols de Rivellino, Pelé e dois de Jairzinho. Foi neste jogo que Pelé tentou o gol de antes do meio-campo... 

    Na partida seguinte, outro lance genial que ficaria para sempre marcado na história das Copas: Jairzinho cruza da direita, Pelé cabeceia com força, para baixo, e Gordon Banks faz a defesa mais famosa de todos os tempos. Só que Jairzinho, com assistência de Pelé, definiu a vitória brasileira. O Brasil, que ainda vencera a Romênia, e a Inglaterra avançaram no grupo 3.

    A Copa dos craques

    O grupo 4 foi especialmente disputado entre Alemanha e Peru. Comandados por Teófilo Cubillas, os peruanos avançaram em segundo na chave, perdendo apenas para a Alemanha, de Gerd Müller, que marcou dois hat-tricks (contra Bulgária e Peru). 

    No grupo 1, a União Soviética avançou com o dono da casa, o México, na chave mais fraca da Copa, enquanto a chave 2 foi dos gigantes Itália e Uruguai. 

    O time italiano era absolutamente pragmático, mas tinha uma defesa intransponível, com destaque para Giacinto Facchetti, um dos maiores defensores do futebol italiano. A Azzurra avançou em primeiro na chave, mas marcou apenas um gol (e não sofreu nenhum). Apesar de ter empatado com Itália e Suécia, Israel, estreante, acabou eliminada pela derrota para o Uruguai, que avançou. 

    Sem zebras, mas com arte

    As quartas de final decorreram sem zebras. A Itália goleou o México, o Uruguai passou pela União Soviética. Com dificuldades, a Alemanha eliminou a Inglaterra, atual campeã do mundo, na prorrogação depois de um jogaço

    O Brasil, por sua vez, encarou o Peru, dirigido por um velho conhecido: o campeão mundial Didi. A seleção brasileira conseguiu superar Cubillas e venceu por 4 a 2 com grande atuação de Rivellino, que marcou um gol com um petardo e deu duas assistências. 

    A arte brasileira foi conquistando o povo mexicano. Nas semifinais, o time de Zagallo sofreu contra o Uruguai, mas exorcizou o fantasma de 1950 e venceu por 3 a 1, gols de Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino. Foi nesta partida que Pelé fez a famosa finta sem tocar na bola no goleiro Mazurkiewicz em lance que por capricho não terminou em gol. 

    Na outra semifinal, um jogaço! Para muitos, um dos grandes jogos da história das Copas. A potência germânica tentou encurralar o catenaccio italiano. 

    O tempo normal acabou 1 a 1 depois de o empate alemão sair já nos acréscimos, com Schnellinger. Mas foi a prorrogação que foi absolutamente insana: Müller, artilheiro da Copa com dez gols (e então recordista), marcou duas vezes, mas Tarcisio Burgnich, Luigi Riva e Gianni Rivera responderam para colocar os italianos na final. 

    A decisão foi uma verdadeira sinfonia. A cereja do bolo em um Mundial inesquecível do maior esquadrão de todos. Pelé abriu o placar de cabeça, e a resposta de Roberto Boninsegna não abateu os brasileiros. 

    Na volta do intervalo, Gerson soltou uma bomba de canhota para recolocar o Brasil na frente, e Jairzinho fez o 3 a 1 meio que de canela. Para fechar, uma aula de futebol. 

    O gol que representa todo um trabalho, personifica o esquadrão. Clodoaldo saiu com muita categoria da defesa e deixou a bola com Rivellino, que por sua vez lançou Jairzinho. Jairzinho deixou para Pelé, que rolou com açúcar para Carlos Alberto soltar uma pancada de direita. A bola estufou a rede, e dormiu feliz lá dentro. O Brasil conquistou o México, e o mundo, com uma seleção que nunca mais se viu igual. 

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