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    Copa do Mundo 1978: sob os olhos da ditadura, Argentina é, enfim, campeã

    Texto por ogol.com.br
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    A Fifa não aprendeu com a Itália fascista ou com a Alemanha de Hitler, sede das Olimpíadas de 1936: em 1978, escolheu a Argentina, governada por uma ditadura militar, como sede da Copa do Mundo. 

    A Argentina sofria com a Lei Marcial do General Videla, mas ainda assim conseguiu ser escolhida como o quarto país sul-americano a sediar uma Copa, depois de Uruguai, Brasil e Chile. 

    Algumas grandes estrelas do futebol mundial na época protestaram contra a decisão. Johan Cruyff, vice-campeão em 1974  com a Holanda, se recusou a viajar. A França também chegou a ameaçar boicotar o Mundial, mas no final das contas viajou para a Argentina. 

    Das grandes ausências daquela Copa, a destacar os campeões do mundo Inglaterra e Uruguai. Foi a última Copa com 16 seleções, assim como na edição anterior divididas em duas fases de grupos para a definição dos finalistas. 

    Argentina derruba França de Platini 

    Assim como quatro anos antes, o Mundial começou com um empate sem gols. Se em 1974 o Brasil ficou no 0 a 0 com a Iugoslávia no primeiro jogo da Copa, em 1978 a atual campeã, a República Federativa da Alemanha, empatou em 0 a 0 com a Polônia. Neste grupo, o 2, alemães e poloneses avançaram devido as fragilidades de Tunísia e México. 

    A Copa de 1978 foi mais uma grande Copa de Cubillas, que levou o Peru a avançar na liderança do grupo 4, na frente da Holanda, que se classificou em segundo. 

    A Argentina, comandada por César Menotti, não tinha Diego Armando Maradona, ainda jovem que acabou preterido na lista. Mas tinha a liderança de Daniel Passarella e os gols de Mario Kempes. 

    Apesar de ter bons nomes, o time argentino não era dos mais brilhantes, e na primeira fase sofreu para avançar em segundo no grupo 1, eliminando a França, de Michel Platini, depois de dura vitória por 2 a 1 em Nuñez. 

    A Itália, do futuro carrasco brasileiro Paolo Rossi, terminou em primeiro na chave vencendo todos os jogos, inclusive os argentinos por 1 a 0

    O Brasil e a polêmica 

    A seleção brasileira foi colocada no grupo 3, ao lado de Áustria, Espanha e Suécia. O time, comandado por Cláudio Coutinho, avançou com uma campanha pobre, com dois empates e apenas uma vitória (1 a 0 sobre a Áustria, gol de Roberto Dinamite). 

    Aquela seleção começava a introduzir nos grandes palcos nomes que seriam protagonistas no nosso futebol na década seguinte, como Zico, Dinamite, Toninho Cerezo e Oscar. 

    O desempenho brasileiro foi melhor na segunda fase de grupos, com vitórias tranquilas sobre Peru (3 a 0) e Polônia (3 a 1) e um empate em 0 a 0 com a Argentina em um jogo que os brasileiros foram melhores. 

    A eliminação brasileira veio com muita polêmica: com os mesmos cinco pontos que a Argentina, o Brasil acabou eliminado no saldo de gols depois de uma goleada argentina sobre o Peru, por 6 a 0. 

    Ao longo dos anos, muito se falou sobre esse jogo. Diversas dúvidas e acusações foram lançadas, e muitos acreditam que o Peru teria vendido aquele jogo (ou mesmo perdido sob pressão da ditadura). O fato é que a Argentina foi para a final, e o Brasil só conseguiu uma terceira colocação depois de vitória sobre a Itália. 

    Festa argentina 

    Se a Argentina foi a finalista de um lado, do outro a Holanda, mesmo sem Cruyff, chegou até a final. No grupo A, a grande decepção foi a então detentora do título, Alemanha, que terminou em último na chave. 

    O jogo que garantiu os holandeses na decisão foi um encontro com a Itália no dia 21 de junho de 1978, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. Ernie Brandts marcou um gol contra e colocou a Azzurra em vantagem, mas depois se recuperou, empatou e viu Arie Haan colocar a Holanda na final. 

    Dessa vez comandada pelo austríaco Ernst Happel, a Holanda era, tecnicamente, a grande favorita para ficar com o título. Mas o clima em Nuñez no dia 25 de junho era completamente favorável aos argentinos. 

    Uma Argentina "guerreira" conseguiu superar a qualidade da Laranja Mecânica. Mario Kempes abriu o placar da peleja após receber de Luque e se jogar na bola para mandar para a rede. 

    Se Fillol evitou o empate dos holandeses no primeiro tempo, Nanninga, de cabeça, deixou tudo igual na segunda parte. E o campeão só foi conhecido na prorrogação. 

    Foi na marra, na luta, que a Albiceleste conseguiu o título. Kempes, em outro gol brigado, e Bertoni marcaram e a Argentina se sagrou, pela primeira vez na história, campeã do mundo. 

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