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    Copa do Mundo 2002: A superação da 'Família Scolari' rumo ao penta

    Texto por Carlos Ramos
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    Era uma madrugada qualquer. De repente, o despertador toca. Hora de acordar para ver a seleção brasileira em campo. A cidade ainda amanhecia, mas já tinha gente nas ruas, pintadas. Ronaldinho ia jogar. E Rivaldo. E o Gaúcho. E Roberto Carlos. E companhia. A Família Scolari fez o povo brasileiro acordar mais cedo em 2002 para ver na TV a seleção brasileira conquistar, do outro lado do mundo, o pentacampeonato. 

    A Copa do Mundo de 2002 foi a primeira da história a ser disputada em solo asiático. Coreia do Sul e Japão partilharam a organização do torneio, que também pela primeira vez foi disputado em dois países. 

    A Copa das zebras 

    Aquele Mundial apresentou ao mundo algumas surpresas. A começar pelo primeiro jogo de todos: no dia 31 de maio de 2002, o Senegal venceu a então campeã do mundo, França, por 1 a 0, gol de Bouba Diop. A comemoração dos africanos foi uma das imagens mais marcantes daquele Mundial (uma dança em torno da camisa). 

    No dia seguinte, outra derrota de um campeão do mundo: o Uruguai, de Álvaro Recoba, acabou superado pela Dinamarca, por 2 a 1. Os dois campeões acabaram eliminados, e Senegal e Dinamarca seguiram adiante. 

    A outra campeã do mundo que acabou eliminada ainda na primeira fase foi a Argentina. Comandado por Marcelo Bielsa, o time, que tinha Javier Zanetti, Juan Pablo Sorín, Verón, Ortega, Crespo e Batistuta, ficou em terceiro no grupo F, atrás de Suécia e Inglaterra. 

    No grupo D, a seleção portuguesa decepcionou. Mesmo sem nunca ter sido campeã do mundo, a equipe lusa apresentava um time forte, com Vitor Baía, Fernando Gomes, Petit, Luís Figo e Pauleta. Mas uma derrota por 1 a 0 para a seleção da casa, com duas expulsões portuguesas, acabou custando a vaga, e os sul-coreanos seguiram adiante junto com os Estados Unidos.

    As zebras não pararam por aí: a Coreia do Sul eliminou nas oitavas a Itália, na prorrogação, e nas quartas a Espanha, alcançando a semifinal. A campanha sul-coreana, porém, acabou marcada pelas polêmicas envolvendo a arbitragem. 

    A "Família Scolari"

    A seleção brasileira chegou para a Copa como havia sido quatro anos antes: com um polêmico corte de Romário. O atacante disparou contra o técnico Luiz Felipe Scolari, que preferiu apostar em Ronaldo, então Ronaldinho, que lutava para se recuperar de uma grave lesão no joelho. 

    Ronaldo foi uma aposta de Felipão, que formou na Ásia a "Família Scolari". Deixando de fora os bad boys, e aí incluindo também o nome de Djalminha, Felipão escolheu seus jogadores de confiança e fechou o grupo. 

    A estreia, contra a Turquia, não foi nada fácil. Ficou marcada pela simulação de Rivaldo, que levou a mão no rosto ao levar uma bolada na coxa. E pelas defesas de Rustu. Os turcos ainda foram ao intervalo em vantagem, com gol de Hasan Sas. 

    Na segunda etapa, Ronaldo mostrou estar em forma: arrancou e se jogou na bola para empatar após levantamento da canhota. E Rivaldo, depois de um polêmico pênalti em Luizão (a falta pareceu fora da área), garantiu o triunfo por 2 a 1

    Os outros dois jogos do grupo foram mais tranquilos para o Brasil: 4 a 0 na China, o jogo do petardo de Roberto Carlos, e 5 a 2 na Costa Rica, a partida do golaço de bicicleta de Edmílson. 

    Nas oitavas de final, a Bélgica fez jogo duro. "O mais difícil" da Copa, diria depois Felipão. A seleção belga chegou a esboçar a vantagem em cabeçada de Marc Wilmots no primeiro tempo, mas a arbitragem anulou o lance acusando falta em Roque Júnior. Um erro lamentado eternamente pelos belgas.

    Os brasileiros ainda se valeram de algumas grandes defesas de São Marcos para voltar ao jogo e, aos 22 minutos, Rivaldo recebeu de Ronaldinho na meia-lua, matou no peito e girou com imensa categoria para acertar um chutaço e estufar a rede. Para matar o jogo, Kléberson arrancou em contragolpe e mandou para Ronaldo carimbar a classificação. 

    O Brasil passou também com drama pela Inglaterra, nas quartas, superando um gol de Michael Owen e a expulsão de Ronaldinho Gaúcho. Antes de receber o vermelho, o Dentuço garantiu a virada com gol de falta inesquecível, surpreendendo David Seaman. Rivaldo tinha empatado a partida antes.

    A semifinal foi um outro jogo duro contra a Turquia, que havia eliminado Japão e Senegal. De bico, Ronaldo marcou o único gol da partida e garantiu a vaga na decisão.

    Ronaldo e Rivaldo superam gigante Kahn 

    A Alemanha foi a adversária do Brasil na grande final. Com uma talentosa seleção, os alemães deixaram pelo caminho Paraguai, Estados Unidos e a Coreia do Sul, mas todas vitórias por 1 a 0. 

    Apesar de ter um bom time, a Alemanha teve o protagonismo do goleiro Oliver Kahn, eleito na semana da decisão o melhor jogador daquela Copa. Mas Ronaldo e Rivaldo mostraram ao mundo a realidade. 

    A decisão disputada em Yokohama, e apitada pelo bom árbitro italiano Pierluigi Collina (uma raridade em um Mundial marcado por más arbitragens), terminou em samba. 

    Ronaldo, com seu cabelo "Cascão", colocou Kahn no bolso. Foi exatamente de uma falha do goleiro, um rebote de chute de Rivaldo, que Ronaldo marcou o primeiro gol da decisão, provando ao mundo que estava de volta ao alto nível. 

    O jogo foi aberto, e os alemães também tiveram algumas chances, mas a vitória brasileira acabou incontestável. Kléberson mandou bola para Rivaldo, que deixou passar e Ronaldo bateu no canto para dizer ao mundo que o Brasil era pentacampeão mundial! 

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