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    Copa 2014: a Copa das Copas e o vexame brasileiro

    Texto por Carlos Ramos
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    O Brasil estava em erupção em 2014. Escândalos de corrupção fizeram o Governo perder credibilidade. Manifestações populares viraram rotina e o povo, que calado estava, calado nunca mais ficou. No meio disso, havia uma Copa do Mundo, que era alvo de protesto de muitos. Mais de seis décadas depois, o maior torneio de futebol do mundo estava de volta ao Brasil. No meio do caos, a bola rolou, e trouxe caos para a seleção brasileira, e glória aos alemães. 

    A escolha do Brasil como sede começou a ser desenhada em ainda em 2003, com a definição da América do Sul como sede em potencial. O Brasil superou Argentina e Colômbia e ganhou a chancela da Conmebol. Em 2007, o namoro evoluiu. Com confiança pela realização com sucesso dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro naquele ano, o Brasil foi confirmado como país-sede da Copa do Mundo de 2014. 

    Rio de Janeiro, palco da final (Maracanã), São Paulo, da abertura (Arena de Itaquera), Belo Horizonte (Mineirão), Pernambuco (Arena Pernambuco), Porto Alegre (Beira-Rio), Fortaleza (Arena Castelão), Cuiabá (Arena Pantanal), Curitiba (Arena da Baixada), Natal (Arena das Dunas) e Amazonas (Arena da Amazònia), Salvador (Arena Fonte Nova) e Brasília (Mané Garrincha) foram as sedes. 

    A Copa de 2014 foi a primeira a usar a tecnologia. A Fifa aprovou o uso da goal line, tecnologia que confirma a entrada da bola ao ultrapassar a linha. Foi aprovado ainda o uso do spray para marcar faltas, também novidade em um Mundial. 

    Campeões presentes, mas não por muito tempo

    A Copa do Mundo de 2014 recebeu todos os campeões do mundo. O Uruguai foi o que se qualificou com mais sofrimento, na repescagem. E acabou no grupo com outros dois campeões: Itália e Inglaterra. 

    O grupo D era considerado o grupo da morte, e ninguém dava nada pela Costa Rica. Mas o Brasil inspirou os costarriquenhos a escreverem uma bela história. 

    Logo na primeira partida, a Costa Rica aproveitou um Uruguai ainda sem Luis Suárez para vencer por 3 a 1 e alertar o mundo sobre o que vinha por aí. O time de Keylor Navas, Bryan Ruíz e Joel Campbell venceu em seguida a Itália (1 a 0) e se garantiu nas oitavas com um empate sem gols diante da Inglaterra. 

    As duas seleções da Europa acabaram eliminadas na primeira fase. Com Suárez de volta, e em grande forma, o Uruguai bateu o English Team e os Azzurri e se garantiu no mata-mata. 

    Outra campeã do mundo que caiu ainda na primeira fase foi a Espanha, campeã quatro anos antes. Os espanhóis até começaram a Copa abrindo vantagem sobre a Holanda em Salvador, mas depois do belíssimo gol de peixinho de Robin van Persie acabaram atropelados e levaram de 5 a 1, perdendo a seguir para o Chile e caindo com um empate sem gols diante da Austrália. 

    A Copa das Copas 

    A Copa de 2014 ficou marcada, ainda, como "A Copa das Copas". Foram muitos jogaços ao longo do torneio, para delírio dos brasileiros. A Fonte Nova viu outro jogaço com um espetacular 5 a 2 da França sobre a Suíça. No fim, as duas seleções acabaram avançando.

    Ainda na primeira fase, os Estados Unidos seguraram um empate em 2 a 2 contra Portugal, de Cristiano Ronaldo, e no fim das contas deixaram os lusos pelo caminho. 

    No grupo F a Argentina garantiu o primeiro lugar com uma vitória por 3 a 2 sobre a Nigéria em grande duelo no Beira-Rio. Messi fez dois gols em, talvez, o seu melhor jogo naquele Mundial. 

    A campanha argentina a partir de então foi sofrida, em ritmo de tango. Com uma classificação na prorrogação diante da Suíça, uma vitória magra sobre a Bélgica e uma sofrida vaga nos pênaltis diante da Holanda, os argentinos conseguiram voltar a uma final de Copa tantos anos depois. Logo no Brasil... 

    Brasil avança sem convencer

    A seleção brasileira chegou para aquela Copa sob desconfiança. Depois de demitir Dunga, a CBF chamou de volta os dois últimos técnicos brasileiros campeões do mundo, Luiz Felipe Scolari e Parreira (este como coordenador), para tentar faturar o hexa em casa. 

    O clima no país, como já citado, não era dos mais tranquilos. Em meio a diversas manifestações, a seleção brasileira tentou focar no futebol. E tinha em Neymar a grande esperança para o título. 

    Dessa vez não houve nenhuma grande ausência na convocação. E o Brasil vinha de um bom papel em casa no ano anterior, com a conquista da Copa das Confederações, no Maracanã, com um categórico 3 a 0 diante da Espanha. 

    O Brasil deixou algumas dúvidas na primeira fase com um empate sem gols diante do México, mas venceu até bem Croácia (apesar do gol contra de Marcelo) e Camarões. 

    As oitavas de final foram um sofrimento só. Apesar do golaço de falta de David Luiz, o Brasil só conseguiu eliminar o Chile nos pênaltis, depois de muito drama na prorrogação. 

    Nas quartas, o primeiro sinal de que a Copa estaria acabando. A adversária era a Colômbia, que havia eliminado o Uruguai, no Maracanã, com um dos gols mais bonitos daquele torneio, de James Rodríguez. Já na reta final do jogo, Neymar levou uma forte entrada nas costas de Camilo Zúniga e deixou o campo chorando. O craque estava fora da Copa. O Brasil avançou, vencendo por 2 a 1, mas Neymar fez falta... 

    Enfim, o futebol arte, e o vexame do 7 a 1

    A Alemanha soube jogar a Copa do Mundo no Brasil. Ganhou o povo brasileiro com simpatia fora do gramado, e uma experiência incrível no dia a dia de treinos na Bahia, e com um futebol irresistível. 

    O futebol arte que o povo brasileiro queria ver foi apresentado pelos alemães. Já na estreia, um massacre: 4 a 0 sobre Portugal em mais um jogaço que o povo baiano teve o privilégio de ver. 

    Gana (2 a 2) e Estados Unidos (1 a 0) fizeram jogos difíceis, mas os alemães avançaram em primeiro na chave. E a classificação diante da Argélia só veio na prorrogação no Beira-Rio. Nas quartas de final, eficiência pura na vitória por 1 a 0 sobre a França, gol de Mats Hummels. Mas o melhor ainda estava por vir... 

    No dia 08 de julho de 2014, Alemanha e Brasil se enfrentaram no Mineirão naquela partida que quem viu de perto tem história para contar para o resto da vida. Mais um momento lendário da Copa das Copas, porém doloroso para os brasileiros.

    É difícil contar o que aconteceu. Neymar fez falta. A defesa brasileira estava absolutamente assustada. Os jogadores sentiram a pressão. E a Alemanha acertou tudo o que fez. 

    Em 30 minutos já estava 5 a 0 para a Alemanha, em ritmo de treino. Miroslav Klose se tornou o maior artilheiro das Copas debaixo dos olhos de Ronaldo, o antigo maior goleador, que via, já como comentarista, com vergonha sua seleção sucumbir. Thomas Müller, Toni Kroos, Sami Khedira e André Schürrle impuseram o maior vexame da história da seleção brasileira. O gol de Oscar no fim esteve longe de ser o gol de honra. O 7 a 1 nunca sairá da memória dos brasileiros... 

    Festa alemã no Maracanã 

    A Alemanha enfrentou a Argentina na grande decisão da Copa do Mundo de 2014, na segunda final de Mundial disputada no Mário Filho, o Maracanã. Os argentinos "invadiram" o Rio de Janeiro: do sambódramo até Ipanema, de Botafogo até a Lapa. E o destino final foi Mário Filho, com uma festa em Copacabana para os que não puderam ver de perto a decisão. 

    Era a chance de Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história, enfim conquistar a glória com seu país. Mas Messi esteve longe de ser decisivo no Brasil. 

    A Argentina esteve longe de ser brilhante, mas o destino poderia ter sido outro se Gonzalo Higuaín estivesse em um dia melhor (há quem diga que nem assim o Pipita não perderia o gol que perdeu). 

    Os alemães também não fizeram uma grande final, e o jogo foi para a prorrogação. Foi quando surgiu, como em todo roteiro de sucesso que se preze, o herói improvável: Mario Götze surgiu no meio da defesa argentina e confirmou que a Alemanha é tetracampeã mundial, com um grito que começou no Maracanã e ecoou em todo mundo.  

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