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    Pavel Nedved: O fúria tcheca

    Texto por Ryann Gomes
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    Pavel Nedved, ou simplesmente Nedved, marcou não só o país em que nasceu como também todo o mundo, provando ser um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. O meia de extrema capacidade técnica ganhou notoriedade por seus chutes precisos, vontade, determinação, velocidade e força física.

    Com todos os seus atributos, o "Fúria Tcheca", como ficou conhecido no futebol italiano, foi considerado o melhor jogador de futebol da República Tcheca de todos os tempos, além de receber a Bola de Ouro em 2003 da Revista France Football.     

    O início de um mito na terra natal

    Nascido na cidade de Cheb, no dia 30 de agosto de 1972, Pavel teve desde sempre o apoio de seus pais para praticar o que mais gostava: jogar futebol. Aos cinco anos, TJ Skalná foi seu primeiro clube, onde permaneceu até os oito.

    Desde então, Nedved passou por alguns clubes até aparecer uma oportunidade no Dukla Praga, em 1990. Nesta época, o meio-campista recebeu conselhos do experiente treinador Josef Zaloudek, que, segundo o próprio, foi muito importante para o seu crescimento profissional. 

    A partir daí, as grandes atuações pela equipe de juniores do Dukla passaram a causar grande alvoroço na capital. Com seus chutes poderosos, passes imprevisíveis além da grande força física, o jogador passou a ser comparado com Masopust, um dos maiores ícones do futebol do país, à época Tchecoslováquia.

    Após a estreia entre os profissionais, Pavel Nedved chamou rapidamente a atenção do todo poderoso Sparta Praga. Foi para onde se mudou na temporada seguinte, com apenas 20 anos, e conquistou a edição derradeira do Campeonato Tchecoslovaco. Isso porque no ano seguinte, o país foi desfeito e se dividiu em dois: Eslováquia e República Tcheca, esta última a nação a qual Nedved passou a representar.

    Voltando ao Sparta, o menino de cabelos loiros não demorou para seguir impressionando. Em três temporadas, o meia conduziu a equipe a um bicampeonato, com gols, assistências e exibições de tirar o fôlego.

    Trajetória na seleção tcheca

    Em 1994, o sonho de representar seu país foi iniciado. E com o pé direito, com vitória sobre a Irlanda, fora de casa, por 3 a 1. Virtuoso e cerebral, Nedved foi o fio condutor de uma seleção que marcou história na Eurocopa, em 96.

    Já na primeira fase, o selecionado de Pavel, que era visto como azarão, deixou a seleção italiana de Maldini, Albertini e Donadoni para trás. Nas fases finais, o time tcheco, jogando por música, chegou à grande decisão contra os alemães. Nedved fez o que pôde para superar o paredão defensivo alemão, mas acabou sucumbindo no Golden Score, já na prorrogação.

    O craque tcheco ainda participou de mais duas Euros, em 2000 e 2004. No entanto, sem o mesmo brilho de outrora. Na última citada, ainda chegou a uma semifinal contra a Grécia, mas uma lesão no joelho acabou dando fim ao sonho do título, que acabara ficando com os gregos na ocasião.

    Capitão e líder de sua seleção, Nedved, já em declínio físico, participou de sua única Copa do Mundo, em 2006. Apesar de todo esforço, os tchecos acabaram eliminados ainda na primeira fase.

    Anos de ouro na Lazio

    O vice-campeonato da Europa em 96 trouxe ainda mais valorização para Nedved , que já era visto como uma realidade do futebol mundial. Com isso, o meio-campista foi contratado para atuar na Lazio, no futebol italiano, pela quantia de 1,2 milhões de libras.

    Sob o comando do compatriota Zdenek Zeman, Pavel encontrou dificuldades de adaptação nos primeiros meses, mas terminou a primeira temporada como titular. No ano seguinte, agora comandado pelo sueco Sven-Goran Eriksson, o tcheco foi peça fundamental e contribuiu para a Lazio chegasse a final da Copa da Uefa, onde fora derrotado pela Internazionale de Ronaldo, Zanetti e cia...

    A evolução de Nedved foi constante. Em 99, o meia já foi considerado o grande cérebro da equipe na temporada, que culminou em um dos grandes títulos da história biancoceleste: a última edição da Recopa da Uefa. Diante do Mallorca, da Espanha, Pavel marcou o último gol desta lendária competição, que rendeu o título à Lazio, na vitória por 2 a 1 na grande decisão.

    Ápice, idolatria e o fim na Juventus

    Encerrado seu ciclo na Lazio, Nedved assumiu outro grande desafio em sua carreira. Contratado pela Juventus, o tcheco chegou a Turim com a ingrata missão de ter que substituir nada mais nada menos que Zinedine Zidane, que havia migrado para a Espanha para jogar no Real Madrid. Sob a batuta de Marcelo Lippi, Pavel, que iniciou sua trajetória bianconeri fora de posição, custou a se firmar, mas acumulou 32 jogos e quatro gols na campanha do título da Velha Senhora na ocasião. 

    Na temporada seguinte, Nedved atingiu seu ápice. Com a força física habitual, a visão de jogo acima da média e a maestria com que conduzia o meio-campo, o tcheco conduziu a Juve ao título da Supercopa da Itália e do Campeonato Italiano, acumulando os prêmios de Melhor Jogador Estrangeiro e Melhor Jogador do Calcio em 2002. 

    A única decepção do tcheco à época foi a perda da Liga dos Campeões. Com uma campanha impecável e sob seu comando,  a Juve passou pelo todo poderoso e galático Real Madrid nas semifinais, mas um cartão amarelo foi o suficiente para tirá-lo da final. Na decisão, o time de Turim acabou perdendo, nos pênaltis, para o Milan. 

    No ano seguinte, para apagar o amargo do vice na Champions, Nedved foi premiado com a Bola de Ouro da Revista France Football de melhor jogador da Europa, sendo o primeiro jogador tcheco a receber esta honraria desde os tempos de Masopust, em 62.

    Entre 2004 e 2006, a Juventus de Nedved dominou o cenário nacional com um bicampeonato, que parecia incontestável. Porém, um escândalo de corrupção e combinação de resultados conhecido como Calciopoli, que chocou o mundo da bola, causou a revogação dos títulos bianconeri, além do duro golpe do rebaixamento à equipe de Turim.

    Vivendo o pior momento de sua história, a Juventus viu grande parte de seu elenco abandonar o barco e assinar com outras equipes, mas não Nedved. O tcheco se manteve firme e peça fundamental no 'renascimento' da Velha Senhora. Atitude vista até hoje como um marco na relação do jogador com a torcida da Juve.

    Porém, de volta à elite do futebol italiano, a Juventus não conseguiu impedir os anos de hegemonia da Internazionale, e, àquela altura, Pavel Nedved passou a sentir o peso da idade. Até que no dia 31 de maio de 2009, o 'tcheco de ouro' decidiu por fazer seu último jogo profissional. Diante da Lazio, clube onde Pavel tanto brilhou, a vitória por 2 a 0, com direito a uma assistência, encerrou o ciclo deste que é o melhor jogador da história da República Tcheca e um dos mais marcantes do futebol mundial.

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    Pavel Nedved (CZE)

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