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    Quarentinha: o artilheiro que nunca sorria

    Texto por Ryann Gomes
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    Ele não sorria ao marcar gols. E olha que foram muitos na carreira. Maior artilheiro da história do Botafogo, com 313 gols, Quarentinha considerava apenas uma 'simples obrigação' balançar as redes. A verdade é que, com sorrisos ou sem, o atacante se tornou uma das lendas do futebol brasileiro e mundial.

    Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, nasceu em Belém, capital do Pará, no dia 15 de setembro de 1933. Era filho do ex-jogador do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrêgo, que nasceu em Barbados, no Caribe, e veio para Belém ainda criança. Com passagem pelo Paysandu, o pai de "Waldirzinho" fez história no Papão da Curuzu e ganhou o apelido de “Quarenta”.

    Filho do "seu Quarenta", logo virou Quarentinha. Seguindo os laços paternais, Waldir iniciou sua trajetória no futebol jogando pelo Bicolor paraense. Logo aos 16 anos, o atacante já era titular da equipe.

    Quando chegou aos 20 anos foi para sua primeira aventura fora do estado. Após aceitar a proposta do Vitória, chegou a Salvador e deixou sua marca: campeão baiano e artilheiro do torneio de 1953, com 31 gols, logo em seu primeiro ano no clube.

    No ano seguinte, passou a fazer parte do grande e glorioso Botafogo, onde atuou de 1954 a 1964. O ataque com Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo marcou época no futebol brasileiro e, ao lado de outros craques como Garrincha, Nilton Santos, Paulo Valentim, Rildo, o goleiro Manga, dentre outros, é considerado o melhor time que vestiu a camisa do Glorioso em toda a história.

    O esquadrão conquistou o Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962, o Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964, além outros títulos de torneios amistosos espalhados pelo mundo.

    O chute potente da perna esquerda de Quarentinha só era comparado ao de Pepe, na época. Nas bolas paradas, o adversário que estava na barreira torcia para a bola passar direto por eles senão, era nocaute na certa.

    Ao todo, além de ser o maior goleador, também está no Top 10 de jogadores que mais disputaram partidas com o manto alvinegro, com 447 jogos. Foi artilheiro do Campeonato Carioca por três anos seguidos: em 1958 com 19 gols; em 1959 com 25 gols e em 1960 com 25 gols.

    Tem uma das melhores médias de gols da história da seleção brasileira, com 17 gols em 17 partidas, entre 1959 e 1963. As lesões nos meniscos o tiraram da Copa do Mundo de 1962. Na convocação final, Quarentinha foi cortado e em seu lugar foi relacionado o centroavante Coutinho do Santos.

    Passou por empréstimo pelo Bonsucesso em 1956, onde foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca, com 21 gols Após o Botafogo, fez uma peregrinação na Colômbia, atuando por Unión Magdalena, Deportivo Cali, Junior Barranquilla e América de Cali. Encerrou a carreira em 1968 pelo Clube Náutico Almirante Barroso, da cidade de Itajaí, no litoral do Estado de Santa Catarina.

    Durante toda sua trajetória, Quarentinha foi caracterizado por um ato que fazia, ou deixava de fazer, quando estava em campo: comemorar seus gols. A falta de vibração, inclusive, deu nome à sua biografia oficial escrita por Rafael Cazé, em 2008.

    A falta de vibração chegou a incomodar a torcida alvinegra, mas quem se importa? A rede continuou a balançar durante uma década. Depois de tantos gols, genialidade e grandes atuações, Quarentinha pendurou a chuteira e passou a aproveitar o que o futebol lhe rendeu durante os quase 18 anos de carreira.

    Até que no dia 11 de fevereiro de 1996, acometido por insuficiência respiratória, o filho do "Seu Quarenta" veio a falecer, mas deixou para o mundo do futebol um legado de muitos gols e poucos sorrisos.

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