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      Diego Forlán, o artilheiro batalhador

      Texto por ogol.com.br
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      De pé direito, de pé esquerdo, com a cabeça, com o peito… do jeito que fosse. A melhor maneira para descrever Diego Forlán talvez seja dizer que foi um goleador, embora não o tenha sido sempre. Mas em seu auge, o uruguaio mostrou ao mundo uma maneira única de lutar pelo “balón” e balançar as redes.

      Das raquetes aos gramados

      Nascido no dia 19 de maio de 1979, em Montevidéu, Diego Forlán, filho do ex-jogador de futebol Pablo Forlán, era um jogador de tênis promissor, mas quando sua irmã Alejandra se envolveu em um acidente, que a deixou sob cuidados intensivos por cinco meses, Diego resolveu seguir a tradição da família e focou suas atenções no futebol. Em seu país, passou pelas categorias de base do Peñarol, clube onde seu pai se consagrara, e do Danubio.

      Apesar de mostrar alguma aptidão futebolística em solo uruguaio, Forlán ainda precisara de muito para atingir o topo do futebol. Ciente disto,a família utilizou os seus contatos para procurar um novo destino para o jovem Diego. Depois de alguns meses de testes no Nancy, de França, Forlán acabou por ser dispensado. Era apenas o primeiro grande teste para Diego Forlán, o batalhador, que apesar da adversidade, não retornou ao Uruguai.

      Ainda na América do Sul, Diego encontrou espaço no Independiente, da Argentina, por onde já tinha passado o avô. A experiência não podia ter corrido melhor. Aos 18 anos, Forlán fazia parte da equipa principal da formação de Avellaneda e com o tempo começou a mostrar capacidades dignas de um verdadeiro goleador.

      A difícil chegada ao continente europeu

      Em 2002, depois de duas temporadas regulares na frente do ataque rojo, tinha chegado a hora de mostrar o seu talento para o futebol europeu. Depois de 91 jogos e 40 gols pelo Independiente, o uruguaio foi disputado pelo Middlesbrough e Manchester United, mas os Red Devils venceram a disputa. Anos depois de falhar na França, Forlán era jogador de um dos mais históricos clubes do futebol mundial, que, na janela de transferências, não hesitou em pagar mais de 7 milhões de euros pelo jovem de 22 anos.

      O atacante chegou a Manchester no meio da temporada, num clube que contava com van Nistelrooy e Solskjaer como referências ofensivas. Além da competição quase que desleal, o uruguaio encontrou dificuldades para se adaptar ao futebol inglês. Resultado: na primeira metade da temporada, Forlán não marcou nenhum gol.

      As suas características pareciam perfeitas para o futebol do velho continente: Rápido, técnico, forte fisicamente e com uma capacidade de finalização impecável, o uruguaio clamava por oportunidades, mas não conseguia convencer Alex Ferguson, que não o utilizava mais do que 20 minutos. Tanto que o primeiro gol com a camisa vermelha só saiu nove meses depois de sua chegada, diante do Maccabi Haifa, de Israel, pela Liga dos Campeões.

      O gol não mudou muito o panorama de Forlán em Old Trafford. Desprestigiado e cada vez mais sem espaço, o uruguaio ainda aguentara mais duas temporadas até deixar a Inglaterra com 97 jogos disputados e apenas 17 gols marcados. Um desempenho que colocou em dúvida o potencial de um grande atacante.

      A virada de chave no Submarino Amarelo e o sucesso na Espanha

      No momento de maior dificuldade de Forlán na Europa, o futebol espanhol apareceu como uma luz no fim do túnel. Aproveitando uma investida do Villareal, o atacante foi em busca de novos ares e, principalmente, da afirmação sua afirmação no velho continente. É certo que jogar no Submarino Amarelo não era o mesmo que jogar em Manchester, mas aquela entusiasmante equipe que brilhava no El Madrigal passou a ter como principal figura Diego Forlán. 

      De desvalorizado na Inglaterra a vencedor do prêmio Pichichi e da Chuteira de Ouro, Forlán não tardou a ganhar a admiração dos torcedores do Villarreal e daqueles que viam os jogos do uruguaio de olhos azuis, cabelo longo, loiro e que marcava gols de todas as maneiras, ultrapassando Eto’o na reta final para o título artilheiro do Campeonato Espanhol. Em poucos meses, tudo mudou.

      Não parou por aí. Sedento por grandes feitos, Diego queria mais. Cada vez mais protagonista na La Liga, Forlán, com belos gols e exibições de tirar o fôlego, ajudou a levar o modesto Villarreal às semifinais da Liga dos Campeões, em 2005/06. Mas foi na época seguinte, quando já era o grande destaque da seleção do Uruguai, que acabou deixando o El Madrigal para reforçar um Atlético de Madrid em crescimento e à procura de uma figura para a referência no ataque.

      Forlán foi o escolhido para substituir Fernando Torres, a estrela dos colchoneros nos anos anteriores. Os madrilenhos acertaram em cheio. Apesar de não ser uma garantia de futuro, Forlán era um jogador completamente consolidado e aos 28 anos podia ser o parceiro ideal para um fenômeno que surgira no Vicente Calderón: Sergio Agüero.

      Feliz na Espanha, onde pôde mostrar todo o seu futebol, Forlán continuou brilhando como no Submarino e não acusou a pressão de se transferir para um clube de mais tradição e com a torcida mais exigente. O peso do crescimento dos colchoneros estava, acima de tudo, nas costas do uruguaio, que logo na primeira primeira ajudou o clube a retornar à Liga dos Campeões, com 25 gols em 56 jogos.

      Ao contrário do que aconteceu em Manchester, Forlán seguiu crescendo como nunca. Em sua segunda temporada, o Diego voltou a ser o grande artilheiro da Europa, com 36 gols marcados. No entanto, o plantel do Atlético não acompanhou o momento mágico que vivia o artilheiro.

      Apesar do negativo nono lugar alcançado pelo Atlético Madrid em 2009/10, Agüero começava a se afirmar, muito por influência de um uruguaio que ia ter a melhor fase da carreira mesmo na África do Sul e que, um mês antes, já foi dado um indicativo do que estava por vir. Em Hamburgo, na final da Liga Europa, começou a consagração de Forlán, que marcou duas vezes e devolveu o Atlético de Madrid aos títulos europeus. Um dos momentos mais altos da carreira de um uruguaio que queria retribuir todo o carinho que recebia no seu país.

      A coroação no Mundial e o caminho para o fim

      Em 2010, o Uruguai tinha um dos ataques mais temidos do Mundo. Apesar de não ser a potência dos tempos das primeiras edições, na albiceleste estavam três nomes que prometiam abalar a África do Sul: Luis Suárez, Edinson Cavani e, claro, Diego Forlán, o mentor.

      Um exemplo para os dois ainda jovens avançados, Forlán liderou o Uruguai a um Mundial de grande nível, marcada pela épica vitória nas quartas de final diante da seleção de Gana, em que Suárez impediu um gol com a mão em cima da linha e Asamoah Gyan acertou o travessão aos 120 minutos de um jogo que Forlán tinha deixado sua marca.

      As exibições do atacante, apesar de esplêndidas, não foram suficientes para levar o Uruguai à glória mundial, mas aquela equipe aguerrida personificava o espírito batalhador de três milhões e meio de uruguaios. Ao fim do torneio, Diego Forlán foi eleito, com méritos, o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010.

      Após ter barbarizado no Mundial da África do Sul, Forlán foi um dos rostos do campeão da Copa América. O Uruguai estava em claro crescimento e, guiado pelo experiente avançado, o pequeno país sul americano voltou a ser o maior de todos, 16 anos depois, ao bater o Paraguai por 3 a 0 na final da competição. E é claro que Diego fora decisivo, e em grande estilo: com dois gols. Esse foi um dos últimos grandes momentos de Diego Forlán, que viria a deixar a Europa depois de uma experiência mal sucedida na Itália, na Internazionale.

      Voltando da Europa, o uruguaio rumou para etapas mais exóticas na carreira. Passou por Internacional, de Porto Alegre, Cerezo Osaka, Mumbai City, da Índia, e Kitchee, do Hong Kong - , já numa fase descendente, que, ainda assim, serviram para aprender ainda mais para aprender e para cumprir um desejo de infância.  Em 2016, Forlán retornou ao Uruguai e jogou no seu primeiro clube, o Penãrol. Por lá, foi campeão já com 37 anos. Nunca tarde, sempre na hora certa, mesmo ao estilo de Diego Forlán, o batalhador.

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      Diego Forlán (URU)
      Diego Forlán (URU)

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