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      Enzo Francescoli: O Príncipe Uruguaio campeão da América

      Texto por Caio Fiuza
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      Enzo Francescoli atuou do início dos anos 1980 até metade dos 1990, época na qual o estilo de jogo do Uruguai ficou marcado pela agressividade, com faltas duras e, por vezes, violentas. A prioridade era ganhar na raça, mas o meia era excessão. 

      El Principe da Celeste Olímpica se destacava, com habilidade em campo e poucas palavras fora dele. O ex-jogador foi uma junção perfeita do 10 clássico com o camisa 9 artilheiro, que com extrema categoria regia as equipes e marcava gols. E assim, Enzo Francescoli conquistou idolatria por onde passou.  

      O Príncipe cruza o Rio da Prata

      Enzo Francescoli começou a carreira no profissional pelo Montevideo Wanderers, em 1980. Recebeu o apelido de ''El Príncipe'' de Hannibal Ciocca, seu companheiro de clube, devido ao ''toque de bola sublime, um futebol de nobre''. 

      Em três anos pelo clube da capital de seu país, não conquistou títulos, mas as atuações de destaque despertaram a atenção no outro lado do Rio Prata. Em 1983, Francescoli, que já havia estreado com a camisa da Celeste Olímpica, foi contratado pelo River Plate. 

      Em termos de troféus, a primeira passagem pelos Millonarios foi discreta comparada à segunda, com somente o título de campeão argentino em 1985/86. Já por gols, o camisa 9, apesar de meia, mostrou o seu lado goleador. Francescoli anotou 68 gols antes de rumar à Europa. 

      No continente europeu, passou pela França, onde virou ídolo, e Itália, onde, apesar de não ser tão artilheiro e ter tido duas temporadas abaixo do seu habitual, conduziu o Cagliari ao sexto lugar no Italiano e, consequentemente a vaga na Copa da Uefa. Assim, Enzo Francescoli ingressou no time de todos os tempos do clube da Sardenha. 

      O regresso à América foi para o Monumental de Núñez, em 1994, onde ficaria até dezembro de 1997, quando pendurou as chuteiras. Com 137 gols, Enzo Francescoli deixou os gramados como o maior artilheiro estrangeiro da história do River Plate. 

      A segunda passagem pelo clube foi ainda mais vitoriosa, conquistando seis títulos, entre eles o tricampeonato argentino (Apertura 1996, Clausura 1997 e Apertura 1997) e o mais importante de todos, a Libertadores de 1996. 

      Individualmente, Enzo Francescoli foi eleito melhor jogador do futebol argentino em duas ocasiões: 1985 e 1995. Já nos anos de 1984 e 1995, foi coroado como o melhor jogador da América. 

      Encontros com Brasil e as Copas

      Com a camisa da Celeste, Enzo Francescoli teve duelos históricos contra o Brasil e, por mais que as campanhas uruguaias em Copas tenham sido decepcionantes, craque liderou o time em conquistas de Copas América. 

      O primeiro encontro entre Francescoli e o Brasil ocorreu no Sul-Americano sub-20 de 1981, no Equador. Na fase final, no quadrangular que ainda tinha Argentina e Bolívia, os uruguaios venceram os três jogos (2x1 contra o Brasil), ficaram com o título e os brasileiros com o vice-campeonato. No Mundial daquele ano, o Uruguai parou nas oitavas.

      Porém, Enzo Francescoli teria o Brasil em três novos encontros decisivos. O primeiro deles foi a decisão da Copa América de 1983. No jogo de ida, em Montevideu, o craque marcou de falta e o Uruguai venceu por 2 a 0. Na volta, em Salvador, empate por 1 a 1 e título para a Celeste. 

      Em 1989, o troco. Brasil e Uruguai jogaram a última partida da fase final do torneio. Quem vencesse, deixaria o Maracanã como campeão. Graças a um gol de Romário, Francescoli e o Uruguai não puderam comemorar um novo Maracanazo. 

      O último capítulo da trilogia foi na capital uruguaia. Mais uma vez, uma decisão de Copa América, a de 1995. No tempo normal, empate por 1 a 1. Nos pênaltis, Francescoli abriu a disputa marcando para a Celeste, que foi perfeita nas cinco oportunidades. Tulio Maravilha desperdiçou e o caneco ficou com os donos da casa. 

      Antes disso, Enzo Francescoli havia sido campeão da Copa América em 1987, contra o Chile, em um palco bastante familiar: o Monumental de Núñez. 

      Em Mundiais, Francescoli atuou em oito partidas, quatro em 1986 e quatro em 1990. O meia chegou ao México em alta, com o técnico Oscar Borrás depositando bastante confiança nele.

      ''Todo mundo fala sobre Platini, Maradona ou Elkjaer, mas nosso Francescoli tem tudo para ser o destaque da Copa do Mundo'' disse o treinador uruguaio. 

      Apesar da expectativa, nem Enzo Francescoli, nem o Uruguai tiveram destaque em 1986. El Príncipe marcou apenas um gol, na goleada sofrida para a Dinamarca, por 6 a 1, cobrando pênalti. O máximo que o time Charrua chegou foram as oitavas de final. 

      Em 1994, ainda com Francescoli em boa forma, os uruguaios não conseguiram a classificação para a Copa dos Estados Unidos.

      Fã ilustre

      Após a Copa do Mundo de 1986, Enzo Francescoli, então craque do River Plate e um dos melhores jogadores do continente, assinou com o modesto Racing Club de Paris. Na capital francesa, foram três temporadas, 32 gols em 93 jogos e uma transferência para o clube mais popular do país: o Olympique de Marseille. 

      Enzo Francescoli jogou pelo Olympique somente na temporada 1989/90 e isso foi o bastante para levantar o troféu de campeão francês e ser admirado pelo adolescente Zinedine Zidane, torcedor do clube. A admiração de Zidane por Francescoli é tamanha que o filho do ex-jogador francês foi batizado de Enzo, como forma de homenagear o uruguaio. 

      ''Eu ia no estádio para vê-lo jogar. Quem dera eu conseguisse falar com ele. Eu tentava copiar tudo dele. Tudo, tudo que ele fazia eu queria fazer", afirmou Zidane à Fox Sports. 

      Em campo, se encontraram uma vez, na final do Mundial de Clubes de 1996. Melhor para Zidane e a Juventus, que venceram Francescoli e o River Plate por 1 a 0. Ao final da partida, ídolo e fã trocaram de camisas e o francês tornou o uniforme do River Plate o seu pijama favorito.

      Torcedor confesso do Peñarol, Enzo Francescoli se aposentou pelo River Plate, sem jamais ter defendido o clube do coração. O ex-jogador é um dos raríssimos casos de um atleta que é tão idolatrado na Argentina, que até mesmo torcedores do Boca Juniors reconhecem seu talento e feitos. 

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