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    Franck Ribéry: Uma joia francesa de brilho tardio

    Texto por Leonardo Parrela
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    O futebol é bonito por vários motivos e, um deles, é que o imprevisível faz parte do jogo. Quantos são os jogadores cortejados desde jovens que não entregam o que deles é esperado? Quantas histórias de jogadores que chegam ao estrelato sem a menor badalação? A história de Franck Henry Pierre Ribéry é uma dessas que foge das lógicas.

    A explosão foi tardia no maior palco do futebol, depois de jogar em níveis amadores e conciliar o esporte com o serviço braçal com o pai. A idolatria num dos maiores clubes do mundo, fora de seu país, e o envolvimento num escândalo fora de campo. Ribéry viveu praticamente de tudo no esporte e foi chamado de "joia do futebol francês" por Zinedine Zidane. 

    As dificuldades do começo

    Ribéry nasceu na cidade de Boulogne-sur-Mer, ao norte da França, numa origem humilde. Morava na periferia e, quando tinha dois anos de idade, sua família viajava quando o carro colidiu com um caminhão. Ele sofreu várias lesões na face - motivo das suas cicatrizes e dos mais de cem pontos que recebeu no rosto. Recuperado, aos seis anos ele começou a jogar futebol no pequeno Conti Boulogne, onde ficou até 1996. Naquele ano ,veio a primeira grande chance: o Lille levou Ribery para suas categorias de base. 

    No entanto, o comportamento errático de Ribery custou a ele a oportunidade. Foram três anos no clube e o francês foi dispensado por não ter bons rendimentos acadêmicos para se manter nas equipes de base. Aos 16 anos, retornou para sua cidade e jogou no Boulogne - clube modesto que figurava na quarta divisão francesa. Por lá, se tornou profissional e ficou por dois anos. Conciliava a vida de atleta com o trabalho junto do pai na construção civil.

    Em 2002, se transferiu para outro clube modesto, o Olympique Alès. Aos 19 anos, cruzou o país para morar no sul, longe da sua casa, e se dedicar ao futebol. Lá, foram 19 jogos e um gol numa temporada. O bom rendimento nos níveis menores chamou atenção do Brest, à época na segunda divisão nacional. Outro clube que Ribéry jogou por apenas um ano, com bom rendimento: 37 jogos e quatro gols para o francês e mais um nível alcançado - chegaria à elite com o Metz.

    Finalmente no topo da pirâmide depois de quatro anos em níveis inferiores, o jogador estava pronto. Suas atuações rendiam comparações com Robert Pirès. Velocidade em campo, habilidade com a bola e o drible rápido eram as principais características do atacante que sempre ocupava os lados do campo. Foram 22 jogos e dois gols para Ribéry e o interesse de clubes maiores aproximando. O lendário Gheorghe Hagi, então treinador do Galatasaray, cooptou o talento para Turquia. 

    Frustração no exterior e retorno à França

    O ano de 2005 marcou a chegada da Turquia na vida de Ribéry. Lá o jogador ganhou o apelido de "Ferraribery" pela rapidez em campo e o trato com a bola. Com ele no elenco, o Galatasary terminou em terceiro lugar no Campeonato Turco, mas o momento mais marcante foi na Copa da Turquia. 

    Na final do torneio, duelo único contra o Fenerbahçe em Istambul. Ribéry abriu o placar aos 15 minutos, após receber passe de Ates e bater forte, de perna esquerda, da entrada da área. Aos 23, retribuiu o presente ao companheiro turco e deu assistência que abriu 2 a 0 no placar. No fim, vitória por 5 a 1 e o primeiro título da carreira do jogador.

    A rápida alegria se transformou em pesadelo quando o clube turco ficou quatro meses sem pagar salários. Ribery foi à Fifa e pediu (e conseguiu) a rescisão do vínculo. O clube turco buscou reverter a decisão e pediu multa, mas não teve sucesso. Livre no mercado, voltou para França e foi para o Olympique Marseille, treinado por Jean Fernandez - técnico que o levou para o Metz. 

    Mais experiente e despertando expectativas, Ribery ganhou a camisa 7 no clube francês. Assinou por cinco anos e fez sua estreia na temporada 2005/06. Somou 57 jogos com 13 gols. Logo no primeiro ano, se tornou uma referência para o clube. Aos 22 anos, foi eleito o melhor jovem pelo sindicato dos jogadores franceses. 

    Explosão na Copa do Mundo, controvérsias e carreira na França

    As primeiras convocações para seleção principal aconteceram em 2006, com boas participações em vitórias contra México, Dinamarca e China. As boas aparições vindo do banco viraram credenciais para ser titular na Copa do Mundo. Ribéry jogou todos os sete jogos - marcou um gol e deu uma assistência naquela equipe vice-campeã. 

    As boas atuações no maior torneio do mundo renderam holofotes. Zidane chamou Ribéry de "joia do futebol francês" e, a partir dali, passou a ser presença constante nas convocações francesas. Foi titular na França que decepcionou na Euro 2008 - que não passou da fase de grupos. 

    A fase mais conturbada na seleção aconteceu em 2010. Em meio as polêmicas de relacionamento do então técnico Raymond Domenech, com a seleção novamente sendo eliminada numa grande competição ainda na fase de grupos. O mau ambiente na seleção rendeu uma suspensão de três partidas pela Federação Francesa. Também em 2010 foi envolvido em uma investigação policial por ter se envolvido com uma prostituta - que depois descobriu ser menor de idade. Ficou comprovado, no entanto, que Ribéry não sabia a idade da mulher quando se relacionou com ela.

    Ele ainda voltaria à seleção em 2011, recuperando espaço durante as eliminatórias da Euro de 2012. A França disputou o torneio e caiu nas quartas de final para a futura campeã Espanha. Ribéry seguiu nas convocações até ser nomeado para disputar a Copa de 2014, no Brasil. No entanto, uma lesão o tirou do torneio e, pouco depois do torneio, anunciou a aposentadoria da seleção. Foram no total 81 jogos com 16 gols marcados.

    Tempos de ouro no Bayern

    Após a excelente Copa do Mundo de 2006, Ribery ainda jogou mais um ano no Marseille, mas o clube francês ficou pequeno para o seu futebol. Depois de ser procurado por vários clubes, escolheu assinar pelo Bayern de Munique em 2007. Formou uma dupla marcante com Arjen Robben, que teve o complemento de grandes atacantes como Luca Toni, Miroslav Klose e Robert Lewandowski. Foi no clube alemão que ele atingiu seu auge em campo. 

    Jogando por um lado do campo e vendo o companheiro holandês no outro, conquistou 23 títulos com a equipe de Munique. Ganhou, pelo menos uma vez, todas as competições que disputou. A hegemonia nacional lhe rendeu nove títulos de Bundesliga, seis Copas da Alemanha, cinco Supercopas e uma Copa da Liga. 

    Foram 12 anos no clube e comandado por cinco treinadores diferentes: Jupp Heynckes, Pep Guardiola, Carlo Ancelotti, o ex-companheiro Willy Sagnol e Niko Kovac. Sob o comando do alemão e do espanhol, floresceu o melhor futebol que jogou. 

    Na temporada 2012/13, conquistou tudo. O Bayern foi campeão alemão, campeão da copa e também conquistou o título da Liga dos Campeões em cima do rival doméstico Borussia Dortmund. No total foram 43 jogos e 11 gols para o francês, peça fundamental naquela equipe. Depois, completou a sala de troféus com o Mundial de Clubes e a Supercopa da UEFA. Ficou em terceiro lugar na disputa da Bola de Ouro daquele ano e também foi considerado o melhor jogador da temporada pela UEFA. 

    Foi também na Alemanha que se conheceu um outro lado do jogador: o brincalhão. Por diversas vezes, era possível vê-lo pregando peças em colegas e em grandes nomes do time. Após um dos títulos no Bayern, deu banho de cerveja no ex-goleiro Oliver Kahn.

    Ribéry conquistou de tudo, mas também sofreu. Passou a conviver com alto número de lesões - apenas em três temporadas passou da marca dos 40 jogos. Ao final da temporada 2018/19, passou para o último capítulo da carreira. 

    Arrivederci

    Franck acertou contrato com a Fiorentina para a temporada 2019/20 já com o físico baleado. Na Viola, mesclou boas atuações com ausências por lesão. Foram 51 partidas em duas temporadas com cinco gols marcados. O último clube da sua carreira foi a Salernitana. Foram 24 jogos e a aposentadoria anunciada em 2022 - após apenas duas partidas na temporada. Atualmente, faz parte da comissão técnica da equipe italiana. 

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    Franck Ribéry (FRA)

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