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    Freddy Rincón: Um louco para os loucos

    Texto por Paulo Mangerotti
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    Uma figura polêmica e controversa. Sem papas na língua e temperamental. Freddy Rincón nunca foi um grande adepto da expressão que diz "roupa suja se lava em casa". Para o colombiano, qualquer problema se resolvia na hora, em público ou não. Às vezes, a lembrança por Rincón fica mais pela seriedade e personalidade, mas a verdade é que isso é redutor demais para o talento do meia. Um grande craque da história da Colômbia, e um pouco louco sim, mas que entregou sua loucura aos seus semelhantes.

    Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia, ou simplesmente Rincón, nasceu em 14 de agosto de 1966 em Buenaventura, na Colômbia. Em sua cidade natal, Rincón deu seus primeiros passos no mundo da bola, e logo recebeu o apelido de  "El Coloso de Buenaventura", que faz referência ao porte físico do jogador, mas também ao respeito que impunha em campo.

    Buenaventura era pequena demais para alguém do tamanho de Rincón. O craque teria uma trajetória rica como poucos na história de seu país e conquistaria até o Mundo.

    Mi Colombia Querida

    A carreira de Rincón como profissional teve início em 1986, pelo Santa Fe, um dos mais tradicionais clubes colombianos. Após levar os quatro primeiros anos da carreira na equipe de Bogotá, Rincón teve o primeiro grande salto na carreira quando se transferiu para o America de Cali, e alcançou outro patamar a nível nacional e internacional.

    Em Cali, o jovem Rincón despontou. Em quatro anos, levantou dois títulos da Liga Colombiana e passou a ser reconhecido em todo país como um dos mais promissores talentos da seleção, o que não era pouca coisa para a época. Rincón é contemporâneo de nomes como Carlos Valderrama, René Higuita e Faustino Asprilla, entre outros jogadores, que formaram a mais forte e icônica geração colombiana que já se viu.

    Antes de iniciar uma longa trajetória que teve no futebol brasileiro (e a curta passagem pela Europa), Rincón já tinha disputado pela Colômbia a Copa do Mundo de 1990, além das Copas América de 1991 e 1993. Depois de deixar seu país, ainda viria a disputar duas Copas do Mundo, a trágica de 1994, marcada pelo assasinato de Andrés Escobar, e a de 1998. Pela seleção, foram 88 jogos, o que deixa Rincón até hoje no rol dos 10 jogadores que mais defenderam o país.

    Até se firmar, algumas viagens

    Em 1994, Freddy Rincón se transferiu para o Palmeiras para viver sua primeira experiência internacional a nível de clubes, já aos 27 anos. A contratação do Verdão não foi fácil, e só acabou por ser viável porque o clube estava em uma época de grande bonança sob o patrocínio da Parmalat. Rincón chegou ao estrelado time palmeirense que contava também com jovens como Roberto Carlos, Rivaldo e Edmundo, além de figuras mais experientes como Mazinho e Evair.

    A primeira passagem de Rincón pelo Palmeiras foi meteórica, em todos sentidos que se pode imaginar dessa figura de linguagem. O primeiro fato, que a deixou inesquecível, foi pelo desempenho em campo. Rapidamente, Rincón encantou, mas logo foi embora. O tempo no clube foi de pouco mais de seis meses, suficiente para conquistar o Paulistão, mas não para seguir até o final do ano e comemorar o título brasileiro. Rincón era reconhecidamente um dos melhores jogadores do futebol sul-americano, e se transferiu para a Europa.

    No Velho Continente, Rincón primeiro passou pelo Napoli. Apesar de muitos lembrarem do colombiano como um jogador forte e que dominava o meio de campo, Rincón também era talento puro. Com bom passe, ótima visão de jogo e chegada ao ataque, Rincón também ficou conhecido por seus gols e talvez por isso até chegou a ser atacante no Napoli.

    A passagem na Itália também não durou muito, porque logo em seguida ele se tornaria o primeiro colombiano da história a vestir a camisa do Real Madrid. Na Espanha, apesar da transferência ter sido histórica, acabou marcada pela xenofobia de parte da torcida merengue com Rincón, e dentro de campo também não houve grande sucesso. Os fatos culminaram no retorno ao Brasil.

    No Corinthians, em casa

    Na segunda passagem pelo Palmeiras, depois que deixou Madri, Rincón ficou mais marcado pelo fato que trocou transformou sua história. A troca do Palmeiras pelo clube pelo maior rival. A transferência rendeu uma história de amor.

    Rincón vestiu a camisa do Corinthians por cinco anos, entre duas passagens, mas parece ter sido muito mais. Para qualquer um crescido nos anos 1990, o jogador é, sem dúvidas, uma das figuras mais emblemáticas da grande Era Corintiana.

    No Timão, Rincón foi peça-fundamental para o clube conquistar o bicampeonato brasileiro, em 1998 e 1999. Além disso, com a braçadeira de capitão levantou o troféu Mundial de Clubes de 2000, em que teve a oportunidade também de se "vingar" do ex-clube Real Madrid. A imagem do colombiano levantando o troféu está eternizada, e basta buscar por Rincón ou pelas maiores conquistas da história do Corinthians que é possível perceber uma ligação intríseca entre as partes.

    Entre tantos casos que a figura de Rincón brindou ao Corinthians e ao futebol brasileiro, a passagem que provavelmente melhor resume tudo isso é a famosa briga do craque com Marcelinho Carioca, outra estrela corintiana. Conhecido pela seriedade, Rincón tinha problemas em aturar as brincadeiras e chegou às vias de fato tanto com Marcelinho, quanto com Edilson 

    "Eu tenho um defeito muito grande. Eu sou muito honesto. Se eu não gosto, não gosto. E o Marcelinho aprontou demais. Às vezes você fala 'ah, tem coisa que fica no futebol', mas não pode. Jogador como Marcelinho às vezes tem que bater né", relembrou certa vez em entrevista à Bandeirantes.

    Um pouco louco, sem qualquer papas na língua, Rincón teve uma história riquíssima no futebol. Nunca esteve alheio às polêmicas, inclusive as extracampo, mas talvez tudo isso seja necessário para constituir sua genialidade. Sem essa mesma personalidade, provavelmente Rincón jamais teria sido tudo que foi.

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