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      Gilberto Silva: A muralha invisível

      Texto por Paulo Mangerotti
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      O grande contrassenso de um dos apelidos mais bem aplicados no futebol adjetiva Gilberto SIlva. "The Invisible Wall", ou a Muralha Invisível, foi cunhado em Londres, mas surgiu em Minas Gerais. O volante marcou época no Arsenal, é um dos maiores brasileiros da história da Premier League, campeão do Mundo pela seleção brasileira e da América pelo Atlético Mineiro. Gilberto Silva não entregou extravagância, mas a elegância silenciosa e eficiência de um verdadeiro craque.

      Natural de Lagoa da Prata, pequena cidade no interior de Minas, Gilberto Silva surgiu tardiamente para os padrões do futebol, mas não por opção própria. Primeiro, chegou a ser reprovado em testes no Atlético Mineiro. Depois, foi aprovado no América, mas deixou o clube ao enfrentar problemas familiares. Apenas aos 19 anos, o jovem Gilberto trocou de vez o trabalho em uma fábrica de doces por uma oportunidade no Coelho. Discreto, mas notável, o volante teve uma ascensão meteórica na carreira.

      Gilberto Silva não chegou a completar um ano de base no América e logo foi promovido ao time principal. Em 1997, ainda como promessa, foi reserva na campanha vitoriosa do clube na Série B. Os anos seguintes foram de afirmação, até em 2000 chegar no Atlético Mineiro, o clube do coração que o havia reprovado.

      Nascido em 1976, Gilberto cresceu na década de 1980 acompanhando uma das grandes gerações do Atlético, à época campeã do hexacampeonato mineiro e com vários jogadores à serviço da seleção brasileira. Entre 2000 e 2002, o volante trajou a camisa alvinegra no Mineirão e colocou a si próprio na condição daqueles que idolatrava, ao receber o grande chamado de sua carreira.

      O camisa 8 do penta

      Cinco anos depois de deixar a fábrica de doces em Lagoa da Prata, Gilberto Silva recebeu sua primeira convocação para a seleção brasileira. A estreia foi em novembro de 2001, na reta final do ciclo para a Copa do Mundo de Japão e Coreia do Sul. O volante participou de apenas um jogo das eliminatórias, e foi com derrota. Entre a estreia e a convocação final para a Copa foram apenas seis jogos, cinco deles amistosos. Mas foi o suficiente para conquistar um lugar entre os preferidos de Luis Felipe Scolari.

      Naquela altura, sem dúvidas, Gilberto Silva era dos jogadores de menor renome naquele time. A disputa de uma vaga no meio de campo envolvia jogadores como Emerson, então na Roma, Vampeta, de carreira já consagrada, e Zé Roberto, do Bayer Leverkusen. Quis o destino, por uma infelicidade do companheiro Emerson, que o jogador se lesionasse em um rachão logo antes do início do mundial. Foi aí que a oportunidade sorriu para Gilberto Silva.

      O volante completava sua escalada meteórica ao se tornar mais do que titular, mas o jogador de linha com mais minutos com Felipão na Copa de 2002. O título apenas abriu uma longa história de Gilberto Silva com a seleção brasileira, que passaria ainda pela conquista de uma Copa Améria, duas Copas das Confederações e outras duas Copas do Mundo disputadas. Ao todo, o volante fez 93 jogos com a camisa canarinha, sendo o meia que a mais vestiu em toda a história.

      Gunner invencível

      Logo depois do sucesso na Copa do Mundo, Gilberto Silva deixou o Atlético Mineiro para jogar no Arsenal, em uma transação de 7 milhões de dólares. Sob o comando de Arsène Wenger, o volante brasileiro caiu como uma luva em um dos melhores times dos Gunners na história.

      A grande marca do brasileiro é ter sido peça-chave no time conhecido como "Os Invencíveis", que foi campeão de forma invicta na Premier League em 2003/04. No elenco em que o craque era Thierry Henry, a marca da consistência vinha da imponente e histórica dupla de volantes, que Gilberto formava ao lado do francês Patrick Vieira.

      Nos anos de ouro do Arsenal, o volante se tornou a Muralha Invisível. A explicação para o apelido é o estilo de jogo de Gilberto Silva, como um exímio ladrão de bolas, mas que raramente cometia faltas ou recebia cartões. Em contrapartida, além de ajudar na proteção da defesa, ele ainda tinha papel importante na ligação da defesa com o ataque por sua virtude no passe.

      Gilberto Silva
      Arsenal
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      Além do título da elite inglesa, Gilberto Silva ainda celebrou as conquistas de duas Copas da Inglaterra e duas Supercopas. Em clubes, indiscutivelmente, a grande marca da carreira do volante foi no Arsenal, onde além de multicampeão disputou mais de 200 partidas.

      Ao deixar o Arsenal, depois de seis temporadas, o volante ainda conseguiu sucesso no futebol grego. Pelo Panathinaikos foi campeão nacional e por lá passou três temporadas, até retornar ao futebol brasileiro para jogar no Grêmio.

      A última parada da carreira foi no Atlético Mineiro. No Galo, um reencontro com o clube que o dispensou e depois o projetou internacionalmente. Se nos primeiros anos o único título havia sido um estadual, Gilberto retornava com a bagagem de muitas vitórias e emprestou um pouco de seu sucesso. Já veterano, aos 36 anos, superou problemas físicos e sequer chegou a ser volante. Como zagueiro, foi campeão da Copa Libertadores, onde foi fundamental nos jogos das semifinais diante do Newell's Old Boys, da Argentina.

      Com perfil discreto, Gilberto Silva se aposentou em 2013. Invisível, porém, o volante só será na história para aqueles que não sabem ler as entrelinhas do gramado.

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