Gylmar dos Santos Neves, conhecido como Gilmar, foi um dos maiores goleiros da história não só do Corinthians, como também da seleção brasileira. Foi vitorioso também com a camisa do Santos, e somou os principais títulos do futebol ao longo da carreira.
O início, porém, não foi muito promissor. Gilmar chegou no Corinthians, no início da década de 1950, após sofrer muitos gols com o Jabaquara (o time sofreu 57 tentos no Paulista daquele ano). Por sinal, chegaria no Timão apenas como moeda de troca, envolvido em uma negociação. Ter o goleiro não era desejo dos dirigentes corintianos, mas...
E mesmo no início da passagem pelo Alvinegro, Gilmar sofreu com as críticas. O Corinthians levou uma goleada de 7 a 3 da Portuguesa, e o goleiro foi visto como vilão. Só que naquele ano mesmo, o time se recuperou, Gilmar também e o título paulista acabou ficando com o Timão.
Gilmar não largou mais a meta corintiana: foi bicampeão paulista no ano seguinte e bicampeão do Rio-São-Paulo em 1953 e 1954. Em 1953, o goleiro passou a ser chamado para a seleção brasileira e passou a jogar com mais frequência em 1955.
Em 1958, já com três paulistas no currículo, Gilmar chegou para aquela Copa do Mundo como titular. Certamente o ataque brasileiro chamou mais a atenção, com o menino Pelé, Garrincha, Zagallo, Vavá e companhia, mas o goleiro era a segurança do time. Tanto que passou os primeiros quatro jogos do Mundial sem sofrer gols.
Quatro anos depois, Gilmar seguiu incontestável na meta brasileira, e o Brasil foi bicampeão do mundo. Mais uma vez, o goleiro foi a segurança do time. Nesta época, Gilmar já era companheiro de Pelé também no Santos.
A frase "um grande time começa com um grande goleiro" foi bem verdade na vida da seleção brasileira e do Santos. Com Gilmar e companhia, o Peixe dominou o futebol brasileiro na década de 1960, sendo tetracampeão da Taça Brasil.
Gilmar foi também bicampeão do mundo com o Santos, além de bicampeão da Libertadores. O goleiro ficou no topo do futebol brasileiro por muitos anos, e ainda disputou a Copa do Mundo de 1966, mas não evitou a eliminação da decadente seleção brasileira.
Foi o fim da trajetória de um goleiro que fez 94 jogos oficiais com a camisa da seleção brasileira, na frente, em número de jogos, até de Pelé. Gilmar se aposentou em 1969, e nos deixou em 25 de agosto de 2013, vítima de um infarto em São Paulo.