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    Ian Rush: O lendário artilheiro do Liverpool que fez tudo parecer fácil

    Texto por Paulo Mangerotti
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    Rush, do inglês: ímpeto, pressa, adrenalina, correria. Ian Rush, do Liverpool: gol, artilheiro. Atacante entre a década de 1980 e 90, Ian é o maior goleador da história dos Reds, com nada menos que 349 tentos, que ajudaram o clube a levantar inúmeros troféus em sua era mais vitoriosa.

    Nascido em 20 de outubro de 1961, na pequena St. Asaph, no País de Gales, Ian nunca esteve distante de Anfield, ainda que enquanto criança estivesse mais interessado no lado azul de Liverpool. É verdade, Ian Rush era torcedor do rival Everton. A explicação não é difícil, já que St. Asaph, apesar de estar em Gales, fica apenas a 60 quilômetros de distância de Liverpool, a maior cidade da região.

    Antes de contar a história intrínseca de Ian Rush com o Liverpool, é preciso navegar apenas mais uma vez pela geografia britânica. O início de carreira do atacante se deu em 1978, no pequeno Chester City, da cidade fronteiriça entre Gales e Inglaterra. No meio do caminho entre St. Asaph e Liverpool estava Chester, que serviu como ponte para um dos casamentos mais felizes já vistos entre clube e jogador.

    Trabalhador dos gols

    Ian Rush foi descoberto pelo Liverpool após impressionar na terceira divisão inglesa pelo Chester City. À época, os Reds apostaram alto em um jovem e desconhecido jogador de 18 anos: 300 mil libras foi o valor necessário para vencer a concorrência com o Manchester City e contratar o atacante.

    Para entender o tamanho do movimento de deixar o Chester e chegar ao Liverpool é preciso contextualizar. No início da década de 1980, o clube era provavelmente um dos mais (senão o mais) poderoso do mundo. Antes de Ian pisar em Anfield, os Reds acumulavam uma sequência de quatro títulos ingleses consecutivos e duas conquistas da Liga dos Campeões no período. Rush, com 19 anos, teria que jogar simplesmente ao lado de Kenny Dalglish, o grande craque do clube que caminhava para os últimos anos de carreira, com 30 anos.

    O início da trajetória não foi dos mais fáceis. Na primeira temporada pelo Liverpool, Ian Rush disputou apenas nove jogos e não marcou nenhum gol. A decepção era grande no clube, e nunca foi escondida. O próprio Kenny Daglish alertou o jovem companheiro: "você precisa ter confiança, seu trabalho é fazer gols".

    "Eu voltei para a pré-temporada (1981/82) e fui avisado que estava na lista de transferências. Bob Paisley (treinador) me disse que eu não fazia gols e que precisava começar a marcar", contou o atacante, em entrevista ao The Robbie Fowler Podcast.

    Depois de passar a primeira temporada pelo clube em branco, Ian Rush iniciou o novo ano no banco de reservas, à espera de que um novo clube surgisse para contratá-lo. A oportunidade de entrar em campo demorou: foram precisos oito jogos em 1981/82 para que Rush fizesse seu primeiro jogo, e isso só aconteceu porque o time já vencia por 4 a 0 o OPS, da Finlândia, na Liga dos Campeões.

    "Eu entrei em campo e logo fiz o meu primeiro gol, o jogo terminou 7 a 0 para nós. Depois daquele dia se iniciou uma longa lista de gols. Naquele momento eu só pensava que estava fazendo gols para deixar a lista de transferências, mas um dia me revelaram, na verdade, que eu nunca estive nela. Foi uma forma de me pressionar", lembrou.

    A pressão funcionou. Em sua segunda temporada pelo Liverpool, Ian Rush deixou o pesadelo com a rede para trás e marcou 30 gols, sendo o artilheiro com oito a mais que Daglish. No ano seguinte, 31 gols para Rush, depois 47, e assim, sucessivamente, o atacante se tornou um goleador implacável e inconfundível.

    O auge, a nível individual e coletivo, veio em 1983/84, quando recebeu a Chuteira de Ouro da Uefa. O artilheiro guiou os Reds na trinca de títulos com Liga dos Campeões, Campeonato Inglês e Copa da Liga. Ao longo da carreira, pelos Reds, o atacante levantou 21 troféus.

    Gales e outros desafios

    Enquanto fazia sucesso pelo Liverpol, Ian Rush também se consolidava em seu tempo como o maior jogador galês. Antes de nomes como Ryan Giggs e Gareth Bale devolverem o país ao mapa da bola, Rush fazia seus gols pela seleção. Por muito tempo, ele foi o maior artilheiro de Gales, com 28 gols, mas acabou por ter o recorde dizimado por Bale 30 anos depois.

    A nível de clubes, apesar de ter defendido o Liverpool por 15 anos, Rush ainda encontrou tempo para vestir outras camisas: sete no total. Quando ainda era considerado um jogador de topo a nível global, o atacante se aventurou na Juventus, mas acabou por ser considerado uma decepção, após marcar 13 gols em 40 jogos. Na época, a transferência ao futebol italiano serviu apenas como uma pausa na trajetória pelos Reds, entre as sete primeiras temporadas e as oito últimas.

    Já veterano, a partir dos 35 anos, o atacante se tornou um andarilho, mas já não tinha a mesma potência do passado. Esteve no Leeds United, Newcastle, Sheffield, e chegou a se desafiar em mercados alternativos, como no Wrexham, de seu país natal, e também em uma rápida passagem pelo futebol australiano, no Sidney.

    No final das contas, a verdade é que Ian Rush é sinônimo de Liverpool. Mesmo quem nunca o tenha visto jogar pode associá-lo ao esguio atacante de bigode em arrancadas rumo ao gol. E vale a pena pesquisar. Ver que Rush era veloz como ironicamente sugere seu próprio sobrenome, mas também um genuíno "mestre do posicionamento entre a defesa", como disse seu pupilo Robbie Fowler. Ian Rush era destro, mas marcava com frequência gols com a esquerda e de cabeça. Foi daqueles atacantes que não precisava de olhar para o gol para conhecer o caminho até o fundo da rede.

    "Ian Rush fazia tudo parecer fácil", disse Fowler.

    "Você nunca se cansa enquanto atacante. Quando você faz um gol, sempre quer mais e mais", respondeu Ian Rush.

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    Ian Rush (WAL)

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