Inglaterra 4 x 2 Alemanha: com direito a 'gol fantasma', Inglaterra conquista o mundo

Wembley está marcado na história do futebol inglês como palco do único título da Inglaterra em Copas do Mundo. Em um jogaço polêmico, os ingleses entraram para o seleto grupo de campeões mundiais ao vencer a Alemanha.

Com campanhas impecáveis, a expectativa geral era de uma final muito disputada entre Inglaterra e Alemanha, no estádio de Wembley em 30 de julho, com quase 100 mil torcedores. Que se confirmou, com a necessidade da prorrogação.

De um lado, os ingleses, com apoio da torcida, incluindo a rainha Elizabeth, em busca de um título inédito para o país inventor do futebol. Do outro, a Alemanha tentando ganhar a taça Jules Rimet pela segunda vez, 12 anos depois do "Milagre de Berna" diante da Hungria de Puskas e companhia.

Com a bola rolando, os alemães abriram o placar logo aos 12 minutos, com um gol de Helmult Haller, aproveitando uma cabeçada errada de Nobby Stiles para o meio da área. A vantagem dos visitantes durou apenas seis minutos. O capitão inglês Bobby Moore alçou uma bola na área, e encontrou Hurst livre na área. O atacante cabeceou com tranquilidade, diante da bobeira da defesa germânica, e empatou.

Dois gols no primeiro tempo, mais dois no segundo. Em ordem invertida. Aos 33, Hurst chutou da entrada da área, Hoettges cortou, mas bola subiu e sobrou para Peters pegar de primeira e virar o marcador. A Alemanha, no seu melhor estilo, não desistiu e conseguiu a igualdade aos 44, com Weber.

O empate alemão no fim levou a decisão para a prorrogação. E, apesar do grande jogo no tempo normal, com um 2 a 2 eletrizante, o lance mais marcante do Mundial de 66 ainda estaria por vir.

Já aos 11 da primeira parte do tempo extra, Alan Ball recebeu pela direita e cruzou. Hurst dominou na área e chutou de virada. A certeza é que a bola bateu no travessão. E depois? Será que ela entrou? Quicou em cima da linha? Pela reação do inglês Hunt, foi gol. Bem próximo do lance, o atacante não se preocupou em completar a bola para a rede e, rapidamente, virou de costas, acenando, pedindo o gol. 

Enquanto alemães e ingleses tentavam defender o seu ponto de vista, o árbitro suíço Gottfried Dienst, nitidamente indeciso, correu para a lateral e recorreu ao auxiliar soviético Tofik Bakhramov, que afirmou que a bola havia ultrapassado a linha.

Até hoje, o terceiro gol inglês na decisão gera polêmica. Em uma época em que o número de câmeras de transmissão não era tão grande quanto nos dias atuais, as imagens do lance são poucas. E estas parecem indicar que a bola quicou em cima da linha. Muitas tentativas foram feitas de responder a uma das dúvidas eternas da história do Mundiais de futebol. Mas ninguém conseguiu, de fato, provar se a bola entrou.

Bom, o gol acabou validado. E poucos se lembram que o mesmo Hurst balançou a rede mais uma vez depois, marcando o quarto gol dos anfitriões nos instantes finais da prorrogação, garantindo o triunfo inglês e o título inédito do Mundial.

O desempenho de Hurst, inclusive, fez com que o jogador se tornasse o primeiro a marcar três gols em uma final de Copa do Mundo. Feito incrível, certo? No entanto, na história do futebol, seu nome está associado a uma eterna pergunta: foi gol ou não foi?