Romário é um dos maiores atacantes da história do futebol mundial e um dos nomes mais importantes da seleção brasileira, isso é indiscutível. Mas a sua despedida com a camisa verde e amarela acabou por ser um evento mambembe, contra uma frágil Guatemala, e sem a força máxima do Brasil.
A seleção convocada por Carlos Alberto Parreira contou apenas com atletas em atividade no Brasil. Uma segunda força. Robinho foi o último parceiro de ataque, e Grafite teve a honra de o substituir. O jogo ainda marcou a estreia de Fred, então jovem revelação no Cruzeiro, e que seria titular na Copa do Mundo em 2014 (e muito contestado).
O evento realizado no dia 27 de abril de 2005 festejou, além da despedida de Romário, os 40 anos da Globo e os 65 anos do Pacaembu. Sim, o palco do último jogo oficial do Baixinho, que fez sua carreira no Brasil sempre no Rio de Janeiro, não foi o Maracanã, e sim o tradicional estádio paulista. Uma decisão estranha e que tornou o seu adeus muito menos impactante.
O próprio Romário mostrou certo constrangimento ao ser forçado a se despedir em São Paulo. Ao menos, o público presente o reverenciou como exigia o protocolo. E o genial centroavante retribuiu ao deixar a sua marca pela última vez, anotando o segundo dos três gols da goleada por 3 a 0. Ficou em campo apenas por 38 minutos.
O momento mais marcante do amistoso festivo ficou pela mensagem mostrada por Romário na comemoração -"tenho uma filhinha down que é uma princesinha" - estava escrito na sua segunda camisa, ao levantar a amarelinha. Uma homenagem a Ivy, sua filha então recém-nascida.
Romário pode não ter tido a festa do tamanho que merecia por toda sua importância, mas ao menos teve a oportunidade de se despedir oficialmente depois de quatro anos sem ser convocado. O Baixinho encerrou a passagem pela seleção com 55 gols em 70 jogos e um legado difícil de medir. Afinal, foi a genialidade do artilheiro que nos garantiu o fim de uma seca de 24 anos sem levantar o troféu de campeão do mundo.
3-0 | ||
Anderson 16' Romário 17' Grafite 65' |