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      1998: o 'Super Corinthians' começa a dominar o Brasil

      Texto por Carlos Ramos
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      O fim da década de 1990 foi de timaços e jogaços no Campeonato Brasileiro. Em 1998 especificamente, Vanderlei Luxemburgo começou a moldar o Corinthians que viria a ser campeão em dois anos seguidos. E foi naquele 1998 que o Timão, campeão anteriormente em 1990, voltaria ao ponto mais alto do futebol brasileiro. 

      Luxemburgo buscou algumas caras novas para aquele time. Técnico já com dois títulos brasileiros no currículo pelo rival, Palmeiras, trouxe de volta Dinei para o ataque, Gamarra para a defesa, Rincón como volante e Marcelinho Carioca para o meio. Formou-se um gigante. 

      Gigante forte nos pontos corridos e no mata-mata. O Brasileirão mantinha a forma de uma primeira fase de todos contra todos classificatória e um mata-mata a partir das quartas, com três jogos para decidir quem avançava e, na final, três partidas pelo título. O Timão mostrou a força de seu elenco para ser campeão. 

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      Amaral veio com Gamarra de Portugal, do Benfica. Convidado por oGol para ajudar a contar a história do título de 1998, o volante lembra, até hoje, a ligação de Luxemburgo para o convencer a defender o Timão. Assim como o treinador, Amaral já havia brilhado no Palmeiras bicampeão nacional. 

      "O Vanderlei, quando me ligou, falei: 'Está doido? Como vou para o Corinthians? Os caras vão me matar aí'. Ele falou: 'Não, pode ficar tranquilo que quando você chegar, vai chegar já conquistando (títulos). É a mesma coisa sair do Benfica para o Porto. E aí cheguei e já conquistei o Paulista, e depois o Brasileiro", lembrou.

      O volante ressaltou a competitividade no futebol brasileiro na época, e a importância do título para as equipes. O Brasileiro era, sim, uma obrigação. 

      "O Campeonato Brasileiro é o mais difícil do mundo. Não são só três, quatro equipes. Você coloca aí seis, sete equipes que disputam o título. Hoje, muitos brigam para chegar na Liga dos Campeões, aqui uma Libertadores, uma Sul-Americana. Quando a gente jogava, o objetivo nosso não era chegar na Libertadores, era ser campeão. Agora, comemoram chegar em uma competição internacional", ressaltou. 

      Aquele Corinthians, recheado de craques, tinha também problemas. Ficou famoso também pelas confusões no elenco, com acaloradas brigas entre Rincón e Marcelinho. Mas Amaral garantiu: os problemas ficavam no vestiário. 

      "Era um vestiário onde tinha uns que ficavam mais com outros, mas o importante é a união dentro de campo. No vestiário, você lava a roupa suja. Muitos querem lavar roupa suja em campo, mas o vestiário foi feito para isso, lavar a roupa suja porque dentro de campo tem que jogar futebol. Teve sim, alguns problemas entre Rincón e Marcelinho, mas em campo pareciam mãe e filho", garantiu.

      O volante ressaltou ainda a importância do colombiano para o time: "Apesar de na época não falar bem o português, pelo porte físico dele, pela liderança, todo mundo confiava no Rincón. Ele foi uma das lideranças daquele time". 

      Ao longo da campanha, a grande preocupação de Amaral era vencer a primeira fase, onde oito equipes avançavam ao mata-mata. O Corinthians terminou em primeiro, com 46 pontos, na frente do Palmeiras, que somou 45.

      "O mais difícil foi chegar nas quartas, ficar entre os oito. No mata-mata, a gente vê quem é quem, e o Corinthians tem a força da tradição, da camisa, da torcida e mesmo pelo elenco que tinha muitos craques", destacou. 

      No meio de tantos craques, Amaral acabou sendo uma espécie de 12° jogador. O volante fez 17 jogos ao longo da campanha, muitos entrando para ajudar no segundo tempo (como curiosidade, Dinei foi o reserva mais utilizado, entrando em 18 jogos). 

      "Eu era um 12° jogador naquele time, até depois optei a sair. Às vezes jogava com Vampeta, às vezes jogava comigo, às vezes Gilmar Fubá. Mas a gente era feliz, a gente não torcia contra. A gente torcia um pelo outro. Mas estávamos sempre prontos para jogar. Hoje, o jogador que vai para o banco vai com a meia arriada. Ali a gente já era um soldado preparado. Quando o Vanderlei olhava para o banco, a gente já falava para ele: 'Estou pronto'. Poderíamos entrar cinco, dois minutos, a intensidade era mesmo de quando começávamos a jogar", garantiu. 

      O Timão derrubou Grêmio e Santos no mata-mata e, apesar de Amaral ressaltar a dificuldade das classificações, se garantiu na decisão. "O mata-mata era difícil, nem sempre o melhor time ganha. Ninguém esperava a Croácia na final da Copa (de 2018), por exemplo. Então no mata-mata você tem que estar bem, acordar bem. Não tem como recuperar de um dia ruim".

      O Corinthians teve dias bons, inclusive na final. Contra o Cruzeiro, foram dois empates até o jogo decisivo. Em um Morumbi lotado, Edílson e Marcelinho superaram Dida e marcaram os gols que deram ao Timão mais um título brasileiro. 

      "O time fez um bom jogo contra o Cruzeiro fora de casa, quando chegou no Morumbi não tinha como perder. Foi uma final muito difícil, mas a gente sabia que jogando com o nosso torcedor a gente conseguiria ser campeão brasileiro naquela tarde". 

      Números da edição: 

      Média de gols: 2,87 gols/jogo

      Melhor ataque: Corinthians - 57 gols

      Melhor defesa: Vasco - 24 gols sofridos

      Artilheiro: Viola (Santos) - 21 gols

      Jogador com mais partidas: Fábio Júnior (Cruzeiro) - 32 jogos

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