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      Rivalidades
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      Flamengo x Vasco: o Clássico dos Milhões

      Texto por Carlos Ramos
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      Durante muito tempo, Fla-Flu foi o grande clássico carioca. Para muitos, nunca deixou de ser. A rivalidade dos clubes da Zona Sul, de fato, é enorme e presente até na fundação de um dos clubes. Mas o jogo entre Flamengo x Vasco foi apimentado por ídolos, títulos e dirigentes até se tornar o "Clássico dos Milhões". 

      O começo da rivalidade foi ainda no remo. Afinal, a origem dos dois clubes foi no remo. Nas regatas, rubro-negros e cruz-maltinos tentavam conquistar a soberania na Guanabara. 

      No momento em que o futebol passou a ser o esporte mais popular na cidade, a rivalidade deixou as águas e passou para os gramados. Aí, a coisa esquentou de vez! 

      Quem era o mais querido? 

      Na época em que se expandiu das regatas para os gramados, o Vasco tinha como base o povo. Era um time de operários e, assim, com a ajuda de sua torcida, construiu São Januário. 

      O Flamengo, por sua vez, ganhou uma eleição do Jornal do Brasil e o troféu de "o mais querido", algo muito contestado pelos vascaínos, que reclamaram de irregularidades na votação. 

      As rixas aconteciam dentro e fora de campo. O crescimento das duas torcidas fomentou a rivalidade entre os times. O contraste entre os operários da Zona Norte e a elite da Zona Sul foi diminuindo conforme o Rubro-Negro ia se consolidando como "o time do povo". O jogo foi virando "O Clássico dos Milhões". 

      O início 

      Os primeiros jogos oficiais aconteceram em 1923. Depois de um confronto no Torneio Início do ano anterior, Flamengo e Vasco disputaram dois jogos pelo Carioca de 1923, com uma vitória para cada lado.

      O primeiro clássico aconteceu na Rua Paissandu e teve vitória dos vascaínos, por 3 a 1. No Carioca daquele ano, o time de São Januário fez campanha irretocável, mas sofreu uma derrota, que significou vitória do outro lado.  

      A vitória rubro-negra encerrou a invencibilidade cruz-maltina e foi comemorada por todos os outros rivais cariocas. Mas foi o Vasco, com seus Camisas Negras, que acabou campeão. 

      A maior goleada 

      A maior goleada do clássico aconteceu no início da década de 1930. O Vasco, engasgado pela eleição do rival de "o mais querido" e por ter sido excluído do carioca de 1924, aplicou um placar elástico. 

      Russinho foi o grande nome do jogo, com quatro gols, e o marcador apontou 7 a 0 para o Cruz-Maltino. Um gosto amargo que nunca foi apagado da história rubro-negra. 

      O Fla, porém, conseguiu grandes goleadas nos anos seguintes: um 5 a 1 em 1937 e um 6 a 2 em 1943, ano em que completou uma sequência de 11 jogos sem perder para o rival. Para isso, contou com ídolos como Leônidas e Zizinho. O Rubro-Negro foi tricampeão carioca. 

      A resposta vascaína

      A resposta vascaína veio nos anos seguintes. De 1945 até 1951, o Vasco ficou 20 jogos sem ser derrotado pelo rival, uma sequência histórica para o clube. 

      Na época, o Cruz-Maltino contava com o chamado Expresso da Vitória, campeão não apenas no Rio de Janeiro, como também internacionalmente. 

      Com Barbosa no gol e craques como Ademir na linha, o Vasco faturou o Sul-Americano de Clubes Campeões em cima do River Plate, de Di Stéfano.  

      O clássico dos ídolos 

      O Maracanã recebeu os primeiros clássicos nos anos 1950, mas a época ficou marcada pela frustração na Copa do Mundo e pelo domínio do Botafogo, de Mané Garrincha. 

      Mas na década de 1970, os dois principais ídolos dos clubes esquentaram novamente os duelos. Em 1974, por exemplo, o Fla, de Zico, impediu o ano perfeito do Vasco, de Dinamite, que fora campeão brasileiro, e faturou o Carioca. 

      Foi na época que, com esses grandes ídolos, o clássico se imortalizou como "Clássico dos Milhões", pois em muitos jogos o Maracanã recebia mais de 100 mil pessoas. 

      Os clássicos de Dinamite e Zico duraram muitos anos, para a alegria dos torcedores. Normalmente, o favorito não conseguia se impor. Se o Fla estragou o ano do rival em 1974, o Vasco fez o mesmo com o rival na década seguinte, vencendo o então time campeão do mundo em cima do Liverpool. 

      Rivalidade cresce 

      Nos anos 1990, já sem os ídolos, Vasco e Flamengo ganharam clássicos mais apimentados. Eurico Miranda, polêmico e controverso dirigente vascaíno, apimentou o clássico com frases marcantes. Para ele, Flamengo x Vasco era um "campeonato à parte". 

      As frases de Eurico ganharam o apoio de jogadores não menos polêmicos nos anos seguintes. Romário e Edmundo, por exemplo, jogaram pelos dois rivais. 

      O Baixinho e o Animal certamente deram mais alegrias para a torcida cruz-maltina. Como na goleada por 4 a 1 no Brasileiro de 1997, com três de Edmundo. O Vasco acabou campeão naquele ano. Ou os 5 a 1 em 2000, com três de Romário no "Chocolate da Páscoa". 

      Domínio rubro-negro

      Apesar dos dois jogos marcantes, o Cruz-Maltino levou a pior no retrospecto na década de 1990 e, no início do século XXI, também perdeu mais do que venceu. 

      Algumas vitórias são inesquecíveis para os rubro-negros. Como a do título carioca de 2001, com Zagallo como técnico e com o gol de Petkovic de falta no último minuto... 

      Em 2006, os rivais  decidiram o primeiro título nacional. Na decisão da Copa do Brasil, melhor para o Fla, com duas vitórias sobre o rival e atuações marcantes do folclórico Obina. 

      Em 2019, o Rubro-Negro quebrou seu próprio recorde e completou 14 jogos sem derrota para o rival, contando com o técnico português Jorge Jesus e nomes como Gabigol e Bruno Henrique. 

      Entre recordes, títulos, ídolos e gols, Flamengo x Vasco viu a rivalidade aumentar ao longo dos anos. O clássico continua atingindo milhões e milhões pelo país... 

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