Domingo, dia de sol, calor, Maracanã... E o estádio não estava cheio, mas, de qualquer forma, recebeu com animação a Copa América. A tarde de futebol no Maraca, entretanto, foi um pouco diferente.
Nos arredores do estádio, se ouvia espanhol. Mas claro, era Copa América. Mas se ouvia também o inglês, e eram distribuídas faixas do Catar. Sim, a seleção árabe é uma das convidadas para esta edição do torneio.
Fora de campo, o que se viu foi a festa dos torcedores que vieram de longe para apoiar o país. Eles animaram muitos cariocas, e eram cantadas nas arquibancadas tradicionais músicas do futebol do Rio de Janeiro, mas com um toque de humor em forma de apoio aos árabes.
O "eu acredito" vinha seguido do "vai para cima deles, Catar", acompanhado do "todo poderoso Catar". Quando o Paraguai saiu na frente, com Óscar Cardoso, o Catar virou "o time da virada, o time do amor".
Mas em campo, o que podem oferecer os cataris para a Copa América? Muito da torcida brasileira pelo país vem daquele sentimento solidário que apoia o mais fraco.
E é fato, sim, que o Catar está longe de ser um time capaz de competir com as grandes seleções da América. Mas, por outro lado, não é nenhum cachorro morto.
Estamos falando, afinal, do atual campeão asiático, que conseguiu o feito nos Emirados Árabes. Contra o Paraguai, os cataris mostraram quem são, para o bem e para o mal.
Logo no início do jogo do Maracanã, o Catar mostrou um dos grandes defeitos do time: a falta de qualidade na saída de bola. Foram muitos erros na saída de jogo. Um deles resultou no pênalti convertido por Óscar Cardoso.
Além disso, o sistema defensivo apresenta debilidades que podem, e devem, ser aproveitadas pelos rivais na Copa América. Mas coragem não falta.
Sem a bola, os cataris se organizam em uma marcação alta, tentando abafar os adversários. O Paraguai se sentiu atrapalhado em alguns momentos.
Com a bola nos pés, o Catar mostrou um jogo muito bem organizado, compacto e capaz de triangulações e boas jogadas ofensivas. Faltou ser mais letal.
Foi notado certo problema na definição dos lances, apesar da tentativa de Almoez Abdulla de contradizer isso com o golaço que fez no segundo tempo.
Na segunda parte, também, os cataris mostraram o melhor de seu futebol, com ótimas jogadas ofensivas e bons destaques individuais. O empate foi justo, e contou até com gritos de "olé" no fim.
Em um grupo que ainda terá como adversários Colômbia e Argentina, uma classificação não é fácil. Mas o país árabe mostrou, no Maracanã, que trouxe ao Brasil muito mais que simpatia. Tem futebol, sim, na terra da próxima Copa do Mundo.